Investigado na Lava Jato tem relação com nova patrocinadora do Timão

Antônio Manuel de Carvalho Baptista Vieira, denunciado pelo Ministério Público Federal, possui ligação com empresas que têm vínculos recentes com o clube, como a Apollo Sports

imagem cameraLogotipo do 'Café Bom Dia' tem sido exibido na camisa do Corinthians desde setembro (Foto: Daniel Augusto Jr)
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São Paulo (SP)
Dia 10/10/2016
16:54
Atualizado em 10/10/2016
17:15
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Denunciado em 2014 pela Operação Lava Jato por suspeita de lavagem de dinheiro, o empresário português Antônio Manuel de Carvalho Baptista Vieira possui ligações estreitas com a empresa Apollo Sports Capital, que reúne companhias interessadas em investir no futebol e se tornou patrocinadora do Corinthians em setembro deste ano - uma das empresas parceiras da Apollo é o Café Bom Dia, que tem estampado sua marca nas costas do uniforme do Timão nos últimos jogos desta temporada. A informação foi revelada pelo portal UOL nesta segunda-feira.

A Apollo foi criada em 2016 e tinha capital de R$ 11 mil até o meio deste ano. Em junho, o patrimônio saltou a R$ 121 milhões, graças às inclusões de 50% das ações do Café Bom Dia e terrenos em São Desidério (BA) e Itanhaém (SP). Os terrenos no litoral paulista pertencem à empresa "Marjorie do Brasil", que por sua vez é propriedade de duas outras firmas com sedes em paraísos fiscais, a "Accra" e a "Marjorie Overseas". O representante destas empresas no Brasil é justamente o empresário português.

A ligação entre Antônio Manuel e a nova patrocinadora não para por aí: o Café Bom Dia possui três sócios, sendo dois da família que fundou a marca e uma empresa chamada "Global Coffee Trading Company". Em processo movido pelo BicBanco (atual CCB Brasil) em 2015, o português foi citado como avalista da firma sócia do Café Bom Dia. Além disso, a Apollo possui três conselheiros gestores: Michael Gruen, Eduardo Rosner e Helenilton Pontes, que declaram o mesmo endereço como residência, no local onde funciona o escritório de advocacia José Silva, que representa Antônio Manuel na Lava Jato.

Outra ligação foi revelada pelo portal Globoesporte.com: em outubro de 2015 o Corinthians assinou contrato com uma empresa chamada "Vector Serviços de Pagamentos", que tinha dois sócios na época do contrato. A dupla se retirou da sociedade em 3 de maio de 2016, quando a empresa foi comprada por Michael Gruen (o conselheiro gestor da Apollo), Hercilio Minchetti Garcia e Antônio Manuel.

Antônio Manuel é réu da Lava Jato desde 2014, acusado de lavar dinheiro juntamente com o doleiro Alberto Youssef, preso desde março daquele ano, em valor superior a 3 milhões de dólares. O dinheiro seria usado para pagamentos de propina no exterior. A denúncia foi rejeitada pelo juiz Sérgio Moro sob a alegação de que "não há maior esclarecimento do motivo, ainda que ilícito, de tais transferências" e "necessita de aprofundamento da investigação".

A Apollo acertou contrato com o Corinthians por três anos e pagará R$ 23 milhões neste acordo - a primeira parcela do acordo será paga no fim de outubro, no valor de R$ 1 milhão.

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