Júnior Urso sai em defesa de Fábio Carille: ‘Futebol tem memória curta’
Volante do Corinthians cutucou imprensa esportiva pelos constantes elogios aos estrangeiros Jorge Sampaoli, do Santos, e Jorge Jesus, do Flamengo
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O volante Júnior Urso saiu em defesa do técnico Fábio Carille no Corinthians. Questionado sobre a qualidade de jogo apresentado pelo Timão nesta temporada e a permanência do treinador para a próxima temporada, o meio-campista fez questão de elogiar o trabalho do Alvinegro e ressaltou que o futebol brasileiro tem uma cultura de 'memória curta'.
- Na minha visão, sim. O trabalho do Carille é bom, colheu frutos. Tem novidades no Campeonato Brasileiro, técnicos novos, técnicos de outros países. Achamos que o que vem de fora é melhor. No futebol, temos a memória muito curta. Essa é a minha opinião sobre isso - afirmou o volante do Timão referindo-se ao argentino Jorge Sampaoli, do Santos, e ao português Jorge Jesus, do Flamengo.
O meio-campista assumiu que o Corinthians não vem fazendo bons jogos na temporada, mas lembrou que o time, mesmo quando faz boas atuações, não vem recebendo elogios da imprensa esportiva. Urso ressaltou que o momento é de pressão no clube do Parque São Jorge e que é necessária uma mudança para o time conquistar a vaga na Copa Libertadores do ano que vem.
- Não mudo muito a minha opinião desde que cheguei ao Corinthians. Respeito os comentaristas. Desde que cheguei aqui reparo que o Corinthians tem um dos trabalhos mais questionados desde o Campeonato Paulista. O pessoal está muito feliz com os treinadores que apareceram no nosso país e os bons trabalhos de antes passaram a ser questionados. Aqui não mudou nada. Continua a mesma coisa. Houve jogos em que fomos muito superiores e nem por isso recebemos os elogios devidos. Há desconfiança por parte da imprensa. É o Corinthians, é normal. Aqui tem muita pressão. Vamos manter nosso foco para conseguir uma vaga na Copa Libertadores - pontuou.
Recuperado de uma contratura muscular na coxa direita que o tirou de combate dos últimos cinco jogos do Corinthians na temporada, Júnior Urso deve ser relacionado para enfrentar o Santos, sábado, às 17h, em Itaquera. O clássico é válido pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro.
- É um adversário difícil. Essa vai ser a quarta vez que eu enfrento o Santos neste ano. É um adversário difícil de marcar, de entender o que vai acontecer dentro de campo. Mas, com certeza, eles também terão dificuldades contra o Corinthians. Espero que a gente consiga fazer um jogo duro igual fez o Atlético-MG - finalizou o jogador, relembrando a derrota do Peixe para o Galo, em Belo Horizonte, no último domingo.
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Sobre a recuperação da lesão na coxa direita
Estou recuperado. Quero aproveitar para agradecer aos meus médicos e fisioterapeutas. Fizeram um trabalho excelente comigo. Já estou trabalhando com os preparadores físicos para, de repente, jogar no fim de semana. Fica a critério do treinador. É ruim ficar fora. Estamos em uma sequência sem vitórias. É importante estar vencendo sempre. O São Paulo nos passou, mas uma boa parte do tempo eles ficaram atrás da gente. Temos que trabalhar para recuperar isso.
Culpa do momento ruim do Corinthians é apenas do Carille?
Acho que é no contexto geral. Nós jogadores temos que assumir. Nós recebemos instruções do que fazer dentro de campo e muitas vezes não conseguimos fazer. A culpa não é apenas do Carille. Acredito nisso. Nós temos nossa parcela de culpa e temos que assumir isso, mas não é de todo mal. Também tivemos bons jogos.
Sobre novas ideias trazidas pelos treinadores estrangeiros
Acho interessante. Não reprovo isso. Todos temos que estar abertos a receber novas ideias. É importante que aprendemos um pouco mais. Para o Brasileiro talvez seja novidade, mas já acontece há muito tempo esse esquema do time rodar dentro de campo. Para mim, essa novidade é importante que aconteça. Todos nós temos algo para aprender, independente da profissão.
Necessidade de voltar a vencer e a cobrança para conseguir jogar bem
Não nos importamos muito com o jogo, nos importamos com a vitória. Não é o resultado em si, é a vitória. O importante é a vitória. Querendo ou não, mesmo não prestando a atenção no que vem de fora, a gente acaba ouvindo. Temos que tentar nos desvencilhar da defesa. Temos uma boa defesa, aconteceram os gols nos últimos jogos. Nosso foco não pode ser a defesa, temos que buscar o gol adversário.
Trocas no meio de campo
Teve algumas partidas em que jogaram outros jogadores, mas por características são meias. O futebol é tão moderno, nesse sistema de 4-3-3, que é muito difícil ver um meia. Hoje, temos mais força do que, de repente, qualidade. O importante é estar vencendo. Chegamos ao limite de jogos sem vencer e é importante conquistarmos o resultado, ainda mais sendo um clássico.
Queda de produção ofensiva
No começo do ano, como muita gente não me conhecia, eu pisava mais na área. Com o tempo, ficou mais fácil me marcar porque conheciam a minha característica. Acham que eu diminuí esse número de chegadas ao ataque, mas às vezes a bola não chegou, foi para outro jogador. Esse triângulo comigo, Pedrinho e Fagner é importante. Acho que é a característica do Corinthians. Não depende apenas de mim. Se o treinador optar por outra pessoa, vou torcer para ir bem. O importante hoje é vencer o Santos.
Pressão para ganhar do Santos e afastar a crise
Pensamos nisso, mas com leveza. Não podemos ficar focados apenas nisso. Precisamos vencer, mas não vamos vencer desorganizados. É um jogo pesado, um jogo difícil. O Santos é uma das equipes elogiadas no nosso cenário. Há muitos elogios por eles terem muitos atacantes e criarem muitas oportunidades. Precisamos vencê-los e espero que sejamos organizados o suficiente para fazermos um bom jogo.
Sobre a suspensão do técnico Fábio Carille que não poderá ficar no banco de reservas contra o Santos
O Carille estará no vestiário. No intervalo, talvez a gente vá encontrá-lo. Aliás, nem sei se isso é permitido. Eu espero que seja permitido (risos). Estou falando e nem sei (risos). O Fabinho está lá todos os dias conosco, mas é claro que seria importante ter o Carille.
Lembranças dos confrontos diante do Santos em 2019
Acho que é melhor lembrar da outra vitória que ganhamos por 2 a 1. Esse jogo que ganhamos nos pênaltis, o Santos foi melhor do que nós. É colocar o espírito corintiano em campo. Se tiver que dar carrinho, dê carrinho. Se tiver uma chance, tem que fazer o gol. Se tiver duas, temos que fazer dois. É assim.
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