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Licença ou impeachment: presidente do Corinthians sofrerá ultimato

Mobilização de pessoas influentes da política corintiana visa pedido de licença de Roberto de Andrade e formação de junta para tomar decisões. Andrés Sanchez fala ao L! sobre tema

Roberto de Andrade, ao LANCE!
imagem camera (Foto: Alan Morici)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 07/01/2017
21:34
Atualizado em 07/01/2017
21:49

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A crise política que o Corinthians enfrenta desde o ano passado terá um novo - e talvez o mais grave - capítulo na próxima segunda-feira. Ausente do dia a dia do clube há três semanas por conta de uma viagem aos Estados Unidos, o presidente Roberto de Andrade voltará ao Brasil sob forte pressão de oposicionistas e até mesmo ex-aliados. Assim que retomar a rotina, o mandatário alvinegro sofrerá um ultimato: ou pede licença da presidência por três meses ou verá o processo de impeachment ter sequência até sua destituição definitiva por ordem do Conselho Deliberativo.

Segundo o LANCE! apurou, esta mobilização de pessoas influentes da política corintiana visa a concepção de uma junta que tomará as principais decisões do clube, nela incluídos Andrés Sanchez no futebol e Luis Paulo Rosenberg no comando do marketing, em uma tentativa de pacificação da grave crise de bastidores. Já existe uma articulação até mesmo com membros da oposição, que consideram o impeachment como iminente em caso da permanência de Andrade.

Procurado pela reportagem, Andrés Sanchez nega que tal manobra seja um golpe e indique uma conspiração contra Roberto de Andrade. Ele fala em busca de uma "situação de paz".

- Neste momento é importante que o Corinthians tenha paz. Um processo contra quem quer que seja seria ruim para todos os lados, e principalmente para o Corinthians. Por conta disso, todos nós temos que nos unir em prol do Corinthians. Sou contra o impeachment e por isso o melhor caminho é o diálogo, até porque qualquer tipo de situação que não seja de paz fará o Corinthians ser o maior prejudicado, e isso ninguém quer - diz, ao LANCE!, o ex-presidente e ex-superintendente de futebol do Corinthians, Andrés Sanchez.

Roberto de Andrade perdeu apoio de aliados importantes nos últimos meses, o que se evidencia no pedido de afastamento do vice Jorge Kalil e nas ameaças de André Luiz Oliveira, o André Negão, de fazer o mesmo. Na última quinta-feira, o vice que é presidente em exercício durante a viagem de Andrade convocou uma reunião com dirigentes a quatro dias do retorno do mandatário eleito em fevereiro do ano passado. Além da licença de um vice-presidente, diversos diretores das mais variadas áreas do clube saíram, e há o entendimento de que Andrés é um dos poucos nomes capazes de unificar o clube politicamente.

Caso Roberto de Andrade se licencie neste início de semana, André Negão assume a presidência provisoriamente e Andrés e Rosenberg voltam ao clube de imediato. Por outro lado, haveria a possibilidade de Flávio Adauto deixar a diretoria e Alessandro Nunes a gerência de futebol do Corinthians. A ideia é ser uma licença e não renúncia porque este segundo cenário supõe eleições presidenciais imediatas, e no outro a possibilidade de articulação.

Há pessoas do clube que entendem que Roberto de Andrade não aceitará o ultimato e seguirá suas atividades no clube sem ceder à pressão, apesar do pedido de 63 conselheiros pelo impeachment já estar em tramitação na Comissão de Ética e Disciplina do Conselho Deliberativo do clube. A ameaça de avanço do processo de destituição, ao mesmo tempo, é visto como um elemento definitivo para o presidente sentar-se à mesa e negociar politicamente, inclusive em relação a cargos e pessoas de confiança que gostaria que seguissem em funções estratégicas do clube.

Pelo que o LANCE! apurou, já há movimentações até mesmo em nome de contratações de jogadores para aplacar a insatisfação da torcida com o mau momento do Corinthians.

Roberto de Andrade entregou sua defesa no processo de impeachment no dia 8 de dezembro, e as argumentações estão sendo analisadas no Conselho. O presidente corintiano é acusado de cometer fraude e assinar documentos com datas anteriores à de sua posse, em fevereiro de 2015. A expectativa é de que até o fim de janeiro o parecer do órgão seja enviado para votação. O mandato do presidente do Corinthians é até fevereiro do ano que vem.

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