Líder do elenco, Ralf agradece elogios de Carille e fala sobre renovação
Jogador teve seu profissionalismo exaltado pela comissão técnica após o título do Campeonato Paulista, e agora projeta estender seu vínculo com o Corinthians
Em seu oitavo ano no Corinthians, o volante Ralf segue colecionando títulos pelo clube de Parque São Jorge. Após a conquista do Paulistão, no último domingo, o meia foi elogiado pelo técnico Fábio Carille, que o classificou como uma das principais lideranças do atual elenco, e agora inicia as tratativas para renovar seu contrato com o Timão, que vai até o fim desta temporada.
Figurinha carimbada em importantes conquistas recentes do Corinthians, como a Copa Libertadores e o Mundial de Clubes de 2012, o volante já é um ídolo da Fiel. Mais do que a admiração vinda das arquibancadas, o jogador tem a confiança e o respeito da comissão técnica e dos demais funcionários do clube por conta de seu profissionalismo.
Na entrevista coletiva após a conquista do Paulistão, o comandante Fábio Carille fez questão de ressaltar as qualidades do volante, que não costuma falar tanto ou ter tanta exposição na mídia, mas é exemplo ao restante do grupo por conta de suas ações no dia a dia do CT Joaquim Grava.
- Esse é meu jeito. Não faço isso para aparecer, para mostrar para ninguém. Faço isso por mim mesmo, pela minha carreira. Isso mostra que me importo com minha profissão, que dou o máximo todos os dias, todos os treinos, todos os jogos. Isso faz com que eu melhor minha performance. Não tive base, então sempre tento melhorar aqui no Corinthians: vou para a academia, faço trabalho de finalização, faço trabalho de cabeceio. Nos outros clubes não tive tanta oportunidade de fazer isso, então hoje aproveito ao máximo a estrutura que o Corinthians me oferece - explicou o jogador.
Em alta no Timão, Ralf deve iniciar nos próximos dias as negociações para a renovação de seu contrato. O vínculo do jogador com o clube de Parque São Jorge vai até 31 de dezembro deste ano, mas a intenção é permanecer por mais tempo no Alvinegro. De acordo com o meio-campista, a diretoria já sinalizou que pretende abrir as conversas.
- Acredito que nessa semana a diretoria vai me chamar para conversar. Já tive uma conversa prévia com o Andrés (presidente) e com o Duílio (diretor de futebol). Estávamos em semana de decisão e era melhor ficar focado apenas na final mesmo - afirmou o jogador, demonstrando certo otimismo com sua permanência no Timão para a próxima temporada.
O meio-campista também afirmou que vê o Corinthians como um dos clubes mais sólidos do país para o restante da temporada, projetou o duelo contra a Chapecoense, na próxima quarta, e falou sobre seu momento inesquecível na conquista do 30º título paulista do Timão. Confira!
Você terminou o Paulistão sem tomar nem um cartão sequer. Para um jogador da sua posição que tem como função destruir as jogadas do ataque rival, isto é um fato a ser festejado. Você tem algum segredo para tomar tão poucos cartões?
Não, não tenho. Fico feliz de não estar tomando cartões. No dia a dia, a gente brinca: 'se com onze em campo é difícil de ganhar, imagina com dez'. Por isso que sempre tento antecipar as jogadas e não prejudicar a minha equipe. Procuro não ser desleal com os adversários, independente do jogo ou da situação. Isso acrescenta muito na minha carreira.
Você nunca foi expulso com a camisa do Corinthians. Agora, termina o Paulistão sem cartões. Essa questão é algo que você fica pensando durante a partida, ou é algo natural?
Sou leal todos os dias. Tanto no treino com meus companheiros, como no jogo com o adversário, busco ter sempre a mesma postura. Isso é indiferente. Quanto ao cartão, sei que uma hora vai vir. É uma coisa natural do futebol.
Para você qual foi o jogo mais marcante na conquista corintiana do tricampeonato paulista?
Creio que a final de ontem (domingo). Até porque estávamos jogando em casa, tomamos o empate no fim do primeiro tempo e estávamos em uma situação difícil. Diante do rival, conseguimos o objetivo, fomos campeões e tivemos todo o apoio da torcida, que compareceu em peso para nos ver.
Durante o Campeonato Paulista, o Corinthians sofreu algumas críticas da imprensa e da torcida por conta do rendimento em campo. Você acha que essas críticas foram justas?
Não tenho nem muito o que falar sobre isso. Os números mostram outra coisa. Às vezes, você faz um campeonato bom, um campeonato sólido e não bate a meta de ser campeão. Prefiro fazer um campeonato mais ou menos, claro que é difícil manter a regularidade dentro de uma competição, mas o que importa é que conquistamos o título.
Esse título muda a perspectiva do Corinthians para o Brasileirão?
Sim, claro. Muda muito. Mas antes de pensar no Campeonato Brasileiro temos que pensar na Copa do Brasil, contra a Chape. Temos que reverter a derrota de 1 a 0. Precisamos virar a chave rapidamente. Hoje (segunda) já tem treinamento e temos que pensar na quarta-feira. Essas vitórias nos deixam mais fortes para o Brasileiro.
O Carille também disse que você é um líder quieto. Como você se prepara para uma final? Você conversa com o restante dos jogadores ou é um cara mais reservado?
Até falo com os jogadores. Para você ter uma ideia, no decorrer da semana cheguei no André Luis e disse que ele estava treinando bem, que era para manter o ritmo e ter calma que na hora certa ele iria receber uma oportunidade. Essa história de ser um líder quieto é pelo fato de que eu consigo exercer minha liderança dentro do grupo, do clube, só que eu não sou de falar muito. Sou mais de trabalhar.
Qual foi o conteúdo da conversa com a diretoria?
Eles me avisaram que iriam me chamar para conversarmos. Estávamos em semana de decisão e era melhor ficar focado apenas na final mesmo. Entendi eles e agora vamos conversar.