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Luiz Gomes: ‘Salvem o Corinthians do Andrés. Antes que seja tarde!’

Colunista do LANCE! analisa a delicada situação financeira do Timão nesta temporada

Andrés Sanchez - Corinthians
imagem cameraPresidente Andrés Sanchez enfrenta problemas no Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 13/06/2020
17:36
Atualizado em 14/06/2020
07:30

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Salários atrasados, uma dívida praticamente impagável herdada da construção da Arena de Itaquera, com dificuldades de pagar até a conta de luz da sede social e em vias de ser punido pela Fifa por atraso no pagamento de parcelas da compra dos direitos de Bruno Méndez do uruguaio Montevideo Wanderers. Esse é o Corinthians dos últimos tempos, mas que apesar de tudo isso ainda pensa em gastar. Parece coisa de maluco!

E é pura maluquice mesmo.

O Timão negocia a contratação de Jô, fecha com uma jovem promessa são-paulina, o atacante Léo Natel, conversa com Romarinho e se diz de portas abertas para repatriar brasileiros que possam ter problema de voltar para o futebol chinês. Quem ouve as entrevistas de Andrés Sanchez tem a impressão de que o presidente vive em um outro planeta. O discurso de que Jô e Romarinho, por exemplo, são “grandes corintianos” e que isso representa 70% de chances de que voltem a vestir a camisa do Timão é patético. Como se salários pudessem ser pagos com paixão.

O que acontece com o Corinthians, contudo, não é uma exceção. Muito ao contrário, é algo bem próximo da realidade de boa parte dos clubes pelo Brasil. O Santos e o Cruzeiro, por exemplo, já sofrem com punições impostas pela Fifa como a que agora ameaça o Timão. O Peixe está proibido de registrar novos jogadores, nacionais ou importados, por até três janelas de transferências, enquanto não quitar uma dívida com o Hamburgo, da Alemanha, pela contratação de Cléber Reis. A Raposa, ainda mais grave, perdeu seis pontos antes da Série B começar, também por atrasar pagamentos, e vai ter de correr atrás do prejuízo para conseguir voltar à elite em 2021.

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É evidente que a pandemia do Covid-19 trouxe efeitos devastadores para o futebol, assim, como para quase todos os setores da economia no Brasil e no mundo. Poucos são os clubes que atravessam tamanha crise sem ter de promover cortes profundos em suas despesas, seja com a redução de salários de jogadores e funcionários, seja com a venda de atletas – como o Corinthians fez com Pedrinho - ou a suspensão de investimentos que vinham sendo realizados, especialmente nas categorias de base e no futebol feminino. As perdas, além da quebra da receita com a paralisação dos campeonatos, passam pelo rompimento ou renegociação de contratos de patrocínio e pela redução das cotas pagas pelos detentores de direitos de transmissão de TV.

Tudo isso é fato, seja aqui ou na Inglaterra, na Espanha ou na Alemanha.

Mas há algo que é uma exclusividade brasileira. Sejamos realistas: tem muito cartola por aí usando o discurso da pandemia para justificar seu próprio fracasso, sua incompetência e/ou irresponsabilidade na forma de agir. Para essa gente, o coronavírus veio a calhar – era o pretexto de precisavam para desviar o foco de problemas muito anteriores à doença se espalhar pelo planeta. Só que não! Felizmente, e muito também por conta dos efeitos da pandemia, cada vez haverá menos espaço para esses enganadores e fanfarrões acostumados a administrar com a saliva muito mais do que com cabeça.

Mas por que eles se tornarão uma espécie em extinção?

Ainda que com boa dose de otimismo, a explicação é simples. O abismo, daqui para frente, só vai aumentar entre os clubes que decidirem trilhar o caminho da profissionalização e da responsabilidade financeira (ainda que longe de uma gestão empresarial necessária) e aqueles que continuarem entregues ao amadorismo, à politicagem e ao perigoso entrelace de interesses pessoais e coletivos. É esse abismo que vai provocar a depuração. Será uma questão de sobrevivência. Não haverá, na reconstrução do mundo que vem por aí, espaço para aventureiros, para apaixonados e suas gestões temerárias. Não haverá espaço para clubes que insistirem com essa gente. Pode não ser em seis meses, ou em seis anos, mas é um cenário irreversível que quem viver verá!

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