Luxa usa episódio no Real Madrid como estratégia em vitória do Corinthians sobre o São Paulo e comenta boa fase: ‘Tô que nem pinto no lixo’
Treinador corintiano manteve o meia Renato Augusto ao máximo no clássico contra o Tricolor, e o jogador foi decisivo, marcando dois gols
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Utilizar ao máximo os grandes jogadores. Essa é a lição que o técnico do Corinthians, Vanderlei Luxemburgo, levou para vida depois da sua passagem pelo Real Madrid, da Espanha, em 2005, quando foi demitido após tirar os craques Zidane e Ronaldo em uma partida da liga nacional. Essa experiência foi fundamental para a estratégia usada por Luxa na vitória do Timão sobre o São Paulo, na noite desta terça-feira (25), pelo jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil.
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Autor dos dois gols corintianos, o meia Renato Augusto está longe da sua melhor forma física. Só nesta temporada, o atleta teve três lesões, duas no joelho e uma na panturrilha. Mesmo assim, ele foi utilizado durante praticamente o jogo inteiro contra o Tricolor e foi decisivo para que o Corinthians abrisse vantagem na busca por uma vaga na decisão da competição nacional.
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- (Renato) é um jogador diferente, como tem jornalista e comentarista diferente, em cada segmento e profissão. Renato é diferente e faz a diferença no jogo. Eu tenho uma experiência de quem é jogador diferente. Tive a experiência no Real Madrid, que tirei o Zidane e o Ronaldo e foram para cima de mim. Jogador como o Renato você não tira do jogo, deixa até de bengalinha, porque ele resolve. Cinco minutos para terminar tinha Renato e Róger (Guedes), e o Renato pediu para sair porque estava mais morto - disse o treinador em entrevista coletiva após a partida.
Ainda que tenha a vantagem do empate para o jogo de volta, que acontecerá em três semanas, no dia 16 de agosto, na casa são-paulina, Luxemburgo evitou o clima de ‘oba-oba’, mas fez questão de valorizar a sequência positiva do Timão, que chegou a seis jogos sem derrotas, sendo cinco vencendo.
- Decidimos em casa e fora de casa. Jogo de 180 minutos e vamos para a segunda etapa. Temos vantagem, mas não acabou. São seis jogos, cinco vitórias e um empate. Isso que tem que valorizar - pontuou Vanderlei.
Luxemburgo celebra o bom momento até por conta das circunstâncias encontradas em sua chegada ao Corinthians. Foram sete jogos sem vencer (quatro vitórias e três empates) até o primeiro triunfo. Neste período, houve protestos de torcedores organizados na porta do CT Joaquim Grava e um segundo, até mais agressivo, que impediu a delegação corintiana de se hospedar em um hotel em Santos, antes de um jogo contra o Peixe, pelo Campeonato Brasileiro.
- Falei para os jogadores comemorarem porque ninguém deu para nós essa condição. Há dois meses a gente não poderia ir para o hotel, restaurante com a família, por conta dos resultados. Éramos privados de ser cidadãos. Não pedimos licença para chegar onde chegamos, eles conquistaram e estão de parabéns por chegar nesse momento com cinco vitórias, um empate e nenhuma derrota.
Ainda assim, o ‘pofexô’ não acredita que a fase positiva que acontece no momento serve para deixar o elenco corintiano, que é composto por jovens na sua maior parte, mais cascudo.
- Se a gente tomar porrada amanhã, vocês (imprensa) vão voltar a nos dar porrada. Não deixa mais ou menos cascudo. Cássio, Fábio (Santo), com a experiência que tem. Mais jovens estão amadurecendo. Encontrar ambiente hostil é um amadurecimento. Perdeu dois jogos, já vem porrada tudo de novo - pontuou Vanderlei.
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CARREIRA
Aos 71 anos de idade, Luxa completou 40 anos como treinador em 2023. E foi naquela mesma temporada, em 1983, que ele conquistou o seu primeiro título exercendo a função: o campeonato capixaba, pelo Rio Branco.
Próximo do 24º título na carreira, sendo o terceiro pelo Corinthians, o técnico não escondeu a felicidade pelo momento vivido e mencionou como o futebol ainda o empolga.
- Tô igual pinto no lixo. Chegar em uma semifinal de competição é difícil para caramba. Nossa vida é injetada por decisões, propostas no tempo todinho. Em 1983, foi campeão capixaba, meu primeiro título como profissional, começamos uma trajetória. A gente tá acostumado como vive a decisão, situações diferentes e cada decisão uma situação diferente. Fui contratado pelo Corinthians em um momento emocionalmente difícil. Não se pode dizer não ao Corinthians em qualquer momento. Clube muito grande, que projeta, faz as coisas acontecerem. Não tenho resposta para ninguém, a não ser ao Corinthians, que vem pagando o meu salário, revelando jovens.
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