Menos de dois meses após volta ao Corinthians, Fábio Santos já desponta como melhor reforço da temporada
Lateral-esquerdo chegou há pouco tempo, mas já assumiu a condição de titular no Timão e se encaixou perfeitamente às necessidades da equipe dentro e fora de campo
Como tem sido praxe nos últimos anos, o Corinthians foi ao mercado e trouxe muitos reforços para 2020. Acontece que a grande maioria não correspondeu às expectativas, teve problemas no meio do caminho ou não recebeu chances. Isso, porém, não é o caso de Fábio Santos, até aqui incontestável desde que acertou a sua volta ao clube. Com menos de dois meses desde a sua apresentação, ele já desponta como a melhor contratação da temporada.
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Multicampeão com o Timão em sua primeira passagem, Fábio é um jogador que está em casa e não precisou passar por um período de adaptação ou de conhecimento do que é atuar em uma agremiação gigante com uma torcida de massa. Essa foi uma das características que fez com que a diretoria fosse buscar o lateral no Atlético-MG, onde era reserva de Guilherme Arana.
- Eu estava muito bem no Atlético-MG, quatro anos e meio de clube, contrato se encerrava no fim do ano, não vinha jogando tanto, estava na reserva, mas o trabalho estava caminhando super bacana, ainda mais com o novo treinador, Jorge Sampaoli, estrutura nova de trabalho, querendo conhecer, mas tem certos convites que são impossíveis de você dizer não, Corinthians para mim é um deles, por tudo o que eu vivi por aqui, pelos amigos que eu tenho - disse o jogador em entrevista ao "Aqui com Benja", do Fox Sports.
Essa identificação com o clube também foi fator determinante para a sua chegada e seu início bem sucedido com seis jogos, todos eles como titular, jogando os 90 minutos. Suas únicas ausências foram nos duelos pela Copa do Brasil, contra o América-MG, pois já havia disputado a competição pelo Galo, e no confronto contra o próprio Galo, por conta de cláusula contratual.
- Quando eu saí daqui em 2015, foi muito difícil, era um momento que eu não gostaria de ter saído realmente, as coisas aconteceram para que se desenrolasse dessa maneira e em nenhum momento eu me via fora do Corinthians, porque eu me sentia bem aqui, aconteceu de eu sair, rodei, mas em nenhum momento eu deixei de acompanhar, de torcer, de agradecer tudo aquilo que o Corinthians fez profissionalmente para mim - afirmou o defensor.
Como se não tivesse nunca deixado de vestir a camisa alvinegra, Fábio entrou na equipe de Vagner Mancini e não saiu mais, ajudando a estabilizar o sistema defensivo, com erros mínimos e eficiência máxima. Além disso, já marcou dois gols em cobranças de pênalti, função que passou a ser de sua responsabilidade. Mas havia outra missão: a de liderar o vestiário.
- Esse momento pedia essa ajuda muito mais fora de campo do que dentro de campo e graças a Deus logo que eu cheguei consegui conciliar as duas coisas e poder ajudar tanto dentro quanto fora de campo, mas é impossível dizer não para o Corinthians, pelo amor de Deus - relatou o lateral.
Essa característica de liderança, moldada por toda a sua experiência no futebol em grandes clubes dentro e fora do país, foi determinante para que o Corinthians fizesse essa contratação de ótimo custo-benefício, como é considerada dentro do clube. Com salário relativamente baixo e a garantia de que entregaria performance nas "missões" que recebeu, a contratação foi mera formalidade entre as partes, como contou o próprio Fábio Santos.
- Quando o Duílio falou "Fábio, precisamos de você aqui, momento não está fácil, o que você acha?" e eu falei "você está falando sério?", ele disse que sim e eu falei "estou dentro, amanhã falo com o (Alexandre) Mattos, com o Sampaoli, e já pode ligar para o meu empresário, ele já me conhece, ele já sabe o que é, só me colocar aí dentro e o resto a gente vê depois". Foi tudo muito simples, acertamos a minha volta, era o que eu queria escutar, o convite veio e foi tudo muito simples de resolver tanto no Atlético-MG quanto no Corinthians.
Fábio foi o antepenúltimo dos 13 reforços do Timão para essa temporada, sem contar números e estatísticas, mas apenas custo-benefício e "encaixe", não há comparação com os demais jogadores trazidos para o elenco em 2020.
Sidcley e Yony González, por exemplo, nem fazem mais parte do grupo, mas não convenceram enquanto foram. Cantillo e Jô tiveram ótimos inícios, mas por problemas físicos e de Covid-19 acabaram não tendo consistência nas atuações. Luan, a mais cara de todas, ainda não conseguiu ser aquilo que pode. Otero e Cazares estão em fase de altos e baixos. Matheus Davó e Éderson chegaram para compor elenco e com perspectivas de futuro. Já Jemerson ainda não estreou e Jonathan Cafú teve pouco tempo para ser avaliado.