Corinthians precisa depender menos das defesas de Cássio e do faro de Jô

Timão sai de Porto Alegre com um ponto, mas ainda com forte dependência dos milagres do goleiro e da esperança em um lance de oportunismo concluído pelo centroavante

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Diante das circunstâncias e do forte adversário, o empate em 0 a 0 do Corinthians com o Grêmio parece ter sido um grande resultado para o time visitante, mas além desse ponto precioso na bagagem, Tiago Nunes traz uma dependência cada vez maior dos milagres de Cássio e da capacidade de Jô de decidir uma partida. No último sábado, o mérito foi do goleiro.

Os primeiros 20 minutos de jogo na Arena do Tricolor gaúcho foram parecidos com um treino de ataque contra defesa, tamanho o domínio da equipe mandante. Pressionado e acuado em seu campo, o Timão fazia de tudo para conseguir sustentar o sufoco gremista, que parecia não ter fim. Ali, contava mais uma vez com o que Cássio poderia fazer se houvesse alguma falha.

E essas falhas acontecem, ainda mais com uma dupla de zaga que ainda está em desenvolvimento, já que Danilo Avelar está se adaptando à função. Foi nesse miolo que Pepê encontrou espaço para cabecear sozinho e quase marcar. Se não fosse o milagre de Cássio buscando a bola no ângulo, certamente estaria aberto o placar e a porteira para mais tentos.

Embora o Corinthians tenha tentado sair jogando a partir do campo defensivo, além de enfrentar a marcação alta do Grêmio, precisava superar o obstáculo da lenta transição, já que Luan, mais uma vez, não conseguiu aparecer para fazer algo diferente em sua função. Sem ele inspirado, e sem jogadores de velocidade para ter uma válvula de escape pelos lados, o ataque foi praticamente nulo, com apenas dois chutes em 45 minutos.

Se essa bola não chega no ataque, não há como Jô, que costuma ter um poder de decisão enorme, fazer valer a sua estrela em partidas difíceis como essa do último sábado, fora de casa e diante de um adversário muito forte. O técnico Tiago Nunes, porém, entende que houve pontos positivos em campo, ainda que as investidas no último terço do campo, o ofensivo, tenham sido ruins.

- A gente tentou manter a intensidade de encaixe na marcação do Grêmio, mas buscando mais profundidade, nossa equipe hoje (último sábado) tentou sair jogando, conseguiu ter muita vitória pessoal na saída de bola até a intermediária ofensiva e aí faltou para nós o último terço - explicou o técnico.

Na segunda etapa, a equipe melhorou, conseguindo subir um pouco a marcação e trocar passes em uma linha mais avançada, sem tomar tanta pressão, mas nada disso conseguiu evitar que o Grêmio criasse mais chances, aproveitando-se também do desgaste físico provocado pela maratona de oito jogos em menos de 25 dias. Algo que não colabora para a melhora do time.

Há muitos pontos entre Cássio e Jô para serem melhorados nesse processo de evolução do Corinthians sob o comando de Tiago Nunes, especialmente diminuir a dependência nessas duas peças, que embora correspondam na maioria das vezes, estão sujeitos a falhas e oscilações. Em uma comparação mais a rasa, a versão atual do Timão está mais para uma recordação de 2017, do que o passo à frente que foi prometido para esta temporada 2020.

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