Preparador físico do Universitario é detido por racismo em jogo contra o Corinthians

O preparador físico Sebastian Avellino Vargas, do Universitario, do Peru, foi detido após supostamente ter feito gestos racistas em direção à torcida do Corinthians logo após o apito final da vitória corintiana sobre o time peruano, pela partida de ida dos playoffs das oitavas de final da Sul-Americana

Os primeiros registros foram feitos por policiais militares que prestavam segurança ao local. Como não havia unidade do Juizado Especial Criminal (Jecrim) instalada na Neo Química Arena, o acusado foi levado ao 65º Distrito Policial, delegacia responsável pelos delitos na região de Itaquera. Além de Avellino, três testemunhas aceitaram ir ao DP e prestaram depoimentos. Dois eram torcedores e um gandula da partida.

Os policiais que conduziram o peruano ao Distrito Policial foram os primeiros ouvidos. Na sequência, as testemunhas. Elas foram liberadas por volta das 2h30 desta quarta-feira (12). Por último, foi ouvido o preparador físico que estava cerca de duas horas na viatura policial e foi levado para o Instituto Médico Legal (IML), que fica ao lado do Departamento Policial, para a realização de exame de corpo de delito. Somente após isso ele foi ouvido.

O próprio Corinthians solicitou à empresa responsável pelo circuito interno a averiguação das imagens, o que não foi pedido pelas autoridades até o momento. O clube alvinegro enviou o Dr. Ricardo Bianchini para acompanhar a situação. O advogado, no entanto, apenas fez a representação institucional.

Dois funcionários do Universitario foram até a delegacia para acompanhar a situação, mas não quiseram falar com a imprensa. Pouco depois, Armando Monteagudo, cônsul peruano em São Paulo, chegou ao local acompanhado com outro nome do consulado para dar suporte ao membro da comissão técnica dos merengues, a pedido do Universitario.

Em entrevista coletiva, o técnico do Universitario, Jorge Fossati, saiu em defesa do preparador físico e alegou que Sebastian foi mau interpretado. Contudo, disse que se as imagens comprovarem o ato racista, ele deve ser punido.

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- Não vi. Conheço o meu preparador físico há 13 anos, trabalha comigo desde 2010, é um cara muito respeitoso. Segundo ele me falou, interpretaram mais a gesticulação que fez porque estavam cuspindo e xingando ele. Infelizmente, coisas do futebol. Parece que o torcedor pode fazer o que quiser, mas se a gente reage está errado. Estão errados os torcedores do Corinthians, do Universitário, quem for, se não puder entrar no jogo do futebol, que não entre. Como eu digo na hora dos jogos, desde que tenha câmera, acabaram as discussões. Se a câmera mostrar que errou, infelizmente vai ter que pagar. Mas não é um delinquente. Se não errou, vai estar com a gente - disse Fossati.

Corinthians e Universitario voltam a se enfrentar pela Sul-Americana próxima terça-feira (18), no Peru.