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Presidente do Corinthians apresenta defesa e articula contra impeachment

Roberto de Andrade apresenta documentos e aponta testemunhas em processo que será analisado pela Comissão de Ética do clube. Ele se reuniu com conselheiros da oposição

Roberto de Andrade vem enfrentando crise política no Corinthians
imagem camera<br>(Foto:Eduardo Viana/LANCE!Press)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 08/12/2016
15:28
Atualizado em 08/12/2016
16:00

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O presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, entregou na última quarta-feira a sua defesa no processo de impeachment que tramita no Conselho Deliberativo do clube há pouco mais de duas semanas. O dirigente nega que tenha cometido fraude em contratos da Arena e sustenta que as ações que embasam o pedido de destituição não geraram dano à imagem do Timão.

Juntamente com a defesa, Roberto de Andrade anexou documentos, trocas de e-mails e apontou testemunhas, que serão convocadas para depor à Comissão de Ética do conselho corintiano. Serão ouvidos representantes das empresas diretamente envolvidas nos contratos apontados como fraudulentos.

O presidente corintiano é acusado de assinar documentos com datas anteriores à de sua posse, em fevereiro do ano passado. Foram duas supostas irregularidades, ambas reveladas pela Revista Época: na primeira, ele rubricou uma lista de presença de assembleia geral de cotistas do estádio que ocorreu dois dias antes da eleição. Na outra, o nome do cartola apareceu em contrato do estacionamento da arena com a Omni, firmado 27 dias antes do pleito.

- Confiamos na Comissão de Ética e nos membros do Conselho Deliberativo. Temos certeza que os conselheiros vão barrar essa proposta se houver análise jurídica e técnica. Os documentos juntados na defesa são cristalinos, provam que o presidente assinou os contratos após a posse. Se fosse um julgamento apenas jurídico, tenho 100% de convicção de que a destituição não aconteceria - afirmou Alberto Bussab, diretor jurídico do Corinthians e responsável pela defesa de Roberto de Andrade, em entrevista ao LANCE!.

Contudo, o processo de impeachment tem caráter muito mais político do que jurídico. Sendo assim, o presidente alvinegro tem articulado nos bastidores e vem se reunindo com conselheiros. Foram inúmeras reuniões nas últimas semanas, inclusive com alguns dos 63 signatários do pedido de destituição:

- Alguns nos procuraram e outros foram convidados por nós. Muitos dos que apoiaram o impeachment estão se dando por satisfeitos com nossas explicações, já mudaram de ideia. Tem aqueles que querem entender e os que não querem. Aos que têm motivo político, não adianta explicar - disse Bussab.

Agora, a Comissão de Ética corintiana ouvirá testemunhas e analisará os documentos de defesa e acusação. A expectativa é de que até o fim de janeiro o parecer do órgão seja enviado para votação no Conselho Deliberativo.

Caso a saída de Roberto de Andrade seja aprovada (basta maioria simples dos votos no Conselho), ele será afastado temporariamente, mas é preciso que os associados do clube, em uma Assembleia Geral, ratifiquem a decisão. Se isso ocorrer, uma nova eleição ocorrerá em até 30 dias.

Se o presidente for afastado, quem assumirá o cargo temporariamente é André Luiz Oliveira, vice-presidente que foi alvo de condução coercitiva na operação Lava Jato. O nome e o endereço dele aparaceram em uma planilha da construtora Odebrecht com uma anotação para pagamento de R$ 500 mil.

Os que defendem a saída de Roberto de Andrade se apegam ao artigo 104 do estatuto do clube, que afirma que o presidente pode ser destituído caso tenha "acarretado, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Corinthians".

Em caso de impeachment, não há consenso entre os conselheiros sobre como a nova eleição deve ser realizada. No clube, há quem defenda que o pleito seja feito com voto dos associados, como ocorre a cada três anos. Outra ala, contudo, é favorável a votação indireta, realizada dentro do Conselho Deliberativo.

O mandato de Roberto de Andrade vai até fevereiro de 2018.

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