Pressionado e contestado, Sylvinho completa 6 meses de Corinthians com 50% de aproveitamento no comando
Após assumir time no dia 23 de maio, técnico amargou uma eliminação na Copa do Brasil e conduziu volta da equipe ao G4 do Brasileiro após dois anos, mas segue sob muitas críticas
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Anunciado como novo técnico do Corinthians no dia 23 de maio, Sylvinho está completando seis meses no comando do Alvinegro nesta terça-feira, quando preparou a sua equipe para enfrentar o Ceará, na quinta, às 20h, no Castelão, em Fortaleza, pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro. E embora tenha acabado de conduzir o time ao G4 da competição, posto no qual o clube não figurava há dois anos, o técnico continua pressionado e contestado no cargo.
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Com o triunfo por 2 a 0 sobre o Santos no clássico do último domingo, na Neo Química Arena, o treinador passou a contabilizar um retrospecto de 14 vitórias, 12 empates e 10 derrotas em 36 partidas pelo Timão, um aproveitamento de 50% no período. E esta trajetória foi difícil desde o seu início, marcado por uma eliminação diante do Atlético-GO na terceira fase da Copa do Brasil, na qual foi derrotado por 2 a 0 em Itaquera e caiu com um empate por 0 a 0 em Goiânia.
Sylvinho estreou no comando do Corinthians na primeira rodada do Brasileirão, na qual também foi superado justamente pelo Atlético-GO, por 1 a 0, em casa, então dirigindo um time tecnicamente bem mais limitado do que o atual, pois ainda não contava com nenhumas das contratações do quarteto de reforços de peso formado por Renato Augusto, Róger Guedes, Giuliano e Willian.
Após acumular vários trabalhos como auxiliar técnico, função que chegou a desempenhar no próprio Corinthians entre 2013 e 2014 e também na Seleção Brasileira comandada por Tite, Sylvinho assumiu o Timão como uma grande incógnita, pois até então só havia tido uma única e curta experiência anterior como treinador. Ele dirigiu o Lyon, da França, por 11 jogos em 2019, quando foi demitido após contabilizar três vitórias, quatro empates e quatro derrotas.
E apesar dos seis meses à frente do Alvinegro, Sylvinho ainda é visto como um técnico novato e continua sendo muito contestado e criticado por grande parte da torcida corintiana. Na semana passada, dois dias antes do clássico contra o Santos, a Gaviões da Fiel, principal organizada do clube, cobrou pela terceira vez de maneira oficial a demissão do comandante. E mesmo após a vitória sobre o rival, pediu de novo pela contratação de um novo técnico para 2022.
DESEMPENHO INSTÁVEL E APOSTAS MALSUCEDIDAS COMPLICAM TREINADOR
Um dos principais motivos para Sylvinho não conseguir se fortalecer como técnico do Corinthians é o desempenho instável do Alvinegro, que terminou o primeiro turno do Brasileirão como terceiro melhor visitante, mas foi apenas o 18º e antepenúltimo melhor mandante. No período, por causa da pandemia da Covid-19, o time não pôde contar com o apoio da sua torcida em casa. Isso só passou a ocorrer a partir das 24ª rodada, na qual superou o Bahia por 3 a 1.
E a partir daí, o Timão acumulou seis vitórias em seis partidas nos duelos em que teve a Fiel no seu estádio, no qual também ostenta sete triunfos seguidos no torneio nacional. Porém, a performance da equipe longe de seus domínios caiu de maneira expressiva. Neste segundo turno, os comandados de Sylvinho ainda não venceram fora de casa, condição em que acumulam quatro derrotas e três empates em sete jogos - a última vez que ganharam um duelo distante de Itaquera foi em 28 de agosto, quando bateram o Grêmio por 1 a 0, no Sul.
Outro fator importante para o treinador ainda não contar com a confiança da maior parte dos torcedores corintianos é o de que ele continua sofrendo para encontrar uma formação titular considerada ideal. Embora a escalação do time tenha mudado muito após a chegada dos reforços de peso, que também precisaram se entrosar e se adaptar a uma equipe em construção, o técnico fez muitas apostas que não funcionaram em vários jogos deste segundo turno.
Isso ocorreu principalmente depois que Sylvinho perdeu Willian por motivo de lesão no início do jogo contra o Fluminense, pela 26ª rodada, em Itaquera. E o comandante viu as críticas a ele aumentarem ainda mais quando resolveu começar a apostar na escalação do meia Renato Augusto como atacante. Com o jogador na função, o time perdeu o atleta considerado mais técnico do elenco na armação de jogadas, função que ele chegou a desempenhar no decorrer de partidas em que inicialmente foi colocado em campo como homem de frente. Ou seja, ao longo dos confrontos o treinador corrigiu um claro erro estratégico.
E foi justamente após voltar a ser escalado como meia, na vitória por 3 a 2 sobre o Cuiabá, pela 32ª rodada, que Renato Augusto começou a brilhar com atuações decisivas. Primeiro fez um golaço e deu uma linda assistência para Róger Guedes balançar as redes. Duas rodadas depois, no clássico contra o Santos, no último domingo, ele foi o grande maestro do time com passes precisos e como principal motor das engrenagens do meio-campo corintiano.
37 GOLS MARCADOS E 34 SOFRIDOS COM O COMANDANTE
Ao longo destes 36 jogos como técnico do Alvinegro, Sylvinho viu a sua equipe marcar 37 gols e sofrer 34, sendo dois deles tomados contra o Atlético-GO na Copa do Brasil e 32 na atual campanha do Brasileirão. Com este último número, o Timão divide com o Cuiabá a condição de terceira melhor defesa da competição, figurando atrás apenas das zagas do líder Atlético-MG e do vice-líder Flamengo, que foram vazados por 22 e 29 vezes, respectivamente.
E com os 37 gols marcados sob o comando de Sylvinho, o Corinthians possui hoje o oitavo melhor ataque do torneio nacional. A eficiência do setor ofensivo da equipe nesta reta final da competição, por sinal, deverá ser decisiva para o futuro do treinador, que terá maiores chances de permanecer no seu cargo se o time conquistar a vaga direta para a fase de grupos da Copa Libertadores.
Em quarto lugar no Brasileirão, com 53 pontos, o clube hoje fecha a zona de classificação para este estágio do evento continental. E neste fim de campanha, após encarar o Ceará na quinta-feira em Fortaleza, o Alvinegro fará dois jogos em casa, contra Athletico-PR no domingo e Grêmio no dia 5 de dezembro, antes de finalizar o torneio enfrentando o Juventude, no dia 9, em Caxias do Sul.
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