Reforço do Corinthians, Moraes diz que não consegue se desligar da guerra na Ucrânia
Brasileiro naturalizado ucraniano afirmou que 'não consegue sorrir como gostaria' enquanto o conflito no leste europeu segue
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Reforço do Corinthians apresentado nesta terça-feira (22), o atacante Júnior Moraes também tem nacionalidade ucraniana e pôde acompanhar de perto os primeiros dias da guerra que acontece no país desde o último dia 24 de fevereiro, quando tropas russas invadiram o território da Ucrânia.
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Com possibilidade até mesmo de ir para a linha de frente do conflito, por conta da decisão de se naturalizar cidadão ucraniano, no início de 2019, Moraes liderou os jogadores estrangeiros que estavam em meio aos ataques na busca de proteção coletiva e posteriormente de refúgio a outros países. Além disso, o atleta doou R$ 300 mil para o governo da Ucrânia, para ser revertido para as vitimas da guerra.
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De volta ao Brasil desde o último dia 3 de março, o jogador, durante a sua apresentação no Corinthians, relatou que a sua cabeça ainda está no leste europeu em busca de auxiliar pessoas que ele conhece.
- Ainda é muito difícil falar sobre isso (guerra). Não consigo desligar, não quero desligar. Enquanto tiver guerra eu vou está conectado com as pessoas de lá, ajudando ao máximo. Diariamente eu converso com pessoas que estão lá e precisam de suporte para a família, tirar de lá. Tenho muita amizade com o povo ucraniano, pessoas do clube, federação, dia a dia. E é um assunto que mexe. Eu ainda não consigo sorrir do jeito que eu gostaria. E acredito que só vou conseguir fazer isso quando essa guerra parar – disse Moraes durante entrevista coletiva.
Para o jogador, a única esperança de momento para as pessoas que seguem na Ucrânia é o fim da guerra.
- A única esperança que eles têm é essa guerra parar. Muitos deles, as famílias foram embora para outros países, para se manterem seguros. E hoje eles se ocupam em bankers, em casa sozinhos, só na esperança da guerra parar – afirmou o atacante corintiano.
Moraes também demonstrou preocupação com atletas que não estavam disputando a elite do futebol ucraniano, e que haviam ido ao país buscar a realização de um sonho, devido as dificuldades de espaço no futebol brasileiro.
- É muito triste saber que jogadores que estavam indo para Ucrânia em busca de desafios, contratos melhores, oportunidades de jogar... no último ano acredito que triplicou o número de brasileiros que foram para a Ucrânia, na segunda divisão, futebol feminino, futsal, e é muito triste. Nem falo tanto para os jogadores do Shakhtar, que são jovens, têm muita procura, são badalados, mas acredito que sea muito complicado para os jogadores que não são tão conhecidos. Não converso com todos, mas alguns têm contato por telefone, que pedem ajuda, oportunidade em alguns clubes, e eu tento ajudar na forma que eu posso – contou Júnior.
Ainda com a cabeça na guerra, o futebol se tornará o refúgio para Moraes, que se diz em condições físicas para estrear pelo Timão já nesta quinta-feira (24), às 19h, contra o Guarani, na Neo Química Arena, em jogo único pela fase de quartas de final do Campeonato Paulista.
- Realmente nos últimos meses, semanas, a minha vida tem sido bem diferente do que era habitual. Mas a minha vida toda foi feita de muitos desafios. E tudo o que eu passei nas últimas semanas foram bem difíceis. Mas tô com a cabeça boa, tentando focar só no futebol, e isso para mim já me ajuda bastante estar com a cabeça mais livre – destacou o novo camisa 18 do Corinthians.
Anunciado oficialmente pelo Timão na última semana, Moraes já teve o seu nome registrado no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF e foi inscrito no Paulistão no lugar do volante Gabriel, negociado com o Internacional ainda no mês de fevereiro.
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