A última partida do Corinthians antes da paralisação aconteceu contra o Ituano, pela fase de grupos do Paulistão, em 15 de março, há 48 dias, ou seja, há aproximadamente um mês e meio. Se a pandemia de coronavírus não tivesse interrompido as competições, neste final de semana o time de Tiago Nunes estrearia no Brasileirão-2020, contra o Atlético-GO, na Arena em Itaquera.
Diante do cenário que se desenhava em seu grupo no estadual, o Timão caminhava para ser eliminado. Em dois jogos restantes, precisaria vencer os dois e torcer para o Guarani não pontuar mais, isso para não depender do saldo de gols. Uma das partidas que ainda faltavam era justamente um clássico contra o maior rival, o Palmeiras. Em resumo, as perspectivas não eram boas, principalmente pelo que a equipe estava apresentando em campo.
Em caso de eliminação, após a 12ª rodada, que estava marcada para o dia 1º de abril, o Corinthians começaria uma pré-temporada, já que sem participar da fase de mata-mata e sem estar na fase de grupos da Copa Libertadores, competição da qual já havia sido eliminado anteriormente, Tiago Nunes teria praticamente um mês completo sem jogos para poder treinar com o grupo.
Se tivesse conseguido a vaga para as quartas (5 de abril), de lá passado para a semifinal (12 de abril) e atingido a final do Paulistão (ida em 19 de abril), o Timão teria jogado seu último jogo no último domingo, dia 26 de abril, data que estava separada para a decisão estadual. Sendo assim, restaria, no mínimo, uma semana de preparação e, no máximo, 25 dias até a estreia no Brasileiro.
O possível fôlego entre uma competição e outra já teria recuperado alguns jogadores que estavam fora de combate, como o zagueiro Léo Santos, o lateral-esquerdo Danilo Avelar e o volante Ramiro, que havia feito um bom início de temporada e era aguardado como um fator de mudança para o time. Ele estava machucado desde o fim de janeiro, e já treinava com bola com os companheiros antes da paralisação por conta da pandemia de coronavírus.
Sem contar a situação de Sidcley, que chegou de empréstimo do Dynamo de Kiev, da Ucrânia, no início da temporada, mas encontrou dificuldades para entrar em forma e se readaptar ao futebol brasileiro, já que estava há muito tempo sem atuar. Isso fez com que ele perdesse a posição para os jovens Lucas Piton e Carlos Augusto. Uma nova pré-temporada poderia ter facilitado sua integração ao ritmo dos outros atletas e recuperado a titularidade no período.
Esse tempo que poderia ter variado de um mês a uma semana, teria servido também para redefinir o que não estava dando certo nos primeiros meses do ano, quando o time havia conquistado menos de 40% dos pontos que disputou e tinha o pior aproveitamento entre os clubes de Série A, com apenas três vitórias em 12 jogos. Desempenho terrível, assumido por comissão técnica, jogadores e dirigentes, incluindo o presidente Andrés Sanchez.
Naquela altura, o time titular, com dúvidas, era mais ou menos esse: Cássio; Fagner, Pedro Henrique, Gil e Carlos Augusto (Piton ou Sidcley); Camacho, Cantillo e Luan; Everaldo (Janderson ou Ramiro); Yony González (Everaldo) e Boselli (Vagner Love). Em outras palavras, onze inicial totalmente indefinido, e ainda em fase de testes em setores como o ataque e a lateral esquerda.
De volta das férias antecipadas para o mês de abril, o elenco do Corinthians ainda não sabe quando voltará para as atividades no CT Joaquim Grava. Até o dia 11 de maio, a recomendação das autoridades estaduais é de manutenção do isolamento doméstico, portanto os atletas devem continuar seus trabalhos físicos a partir de suas casas, orientados pelos profissionais do clube.