- Agora tenho que responder um monte de zap que não deu tempo.
A preocupação do técnico Fábio Carille parece inocente, mas também foi sem muitas pretensões que o Corinthians entrou no Campeonato Paulista e saiu campeão neste domingo, com 4 a 1 no placar agregado para cima da Ponte Preta. Efetivado há menos de cinco meses depois de oito temporadas na função de auxiliar, o comandante não esperava erguer uma taça tão rápido, especialmente por conta da reformulação que o elenco viveu em 2016.
- O que acontece aqui não é normal, não. Nós sermos campeões não é normal. Vou ser sincero: não esperava. Eu não esperava ser campeão, esperava mais tempo, mais entendimento, só que a parte defensiva se sobressaiu demais. Lembro que em 2012 a equipe do título mundial foi construída em 2010 - disse o treinador, logo após o 28º título estadual do Corinthians, e antes de admitir a realização de um sonho de infância em Itaquera.
- Eu sou abençoado, cara. Chegar no Corinthians como cheguei. O Mano sai para a Seleção e eu não sabia se seria mandado embora. Depois chega Adilson, um curto tempo, aí vem o Tite com comissão montada e eu me firmando ainda, no meu segundo ano aqui. Não dá, não sei onde estou, estou meio perdido com tudo o que está acontecendo. De jogar bola na rua, de não ter outro brinquedo que não for a bola, de depois ser jogador profissional... mas é um sonho, cara. Participar da Libertadores, ir para o Mundial e ver tudo o que aconteceu no Japão, essa torcida atravessando o mundo e eu participando... Tem hora que eu paro e não consigo entender. Mas sempre do meu jeito, trabalhando bastante. E graças a Deus as coisas estão acontecendo muito rápido.
O Corinthians superou Botafogo, São Paulo e Ponte Preta nas fases eliminatórias e foi campeão com a melhor defesa do Estadual em 2017, além de ostentar uma campanha invicta nos clássicos. Após o primeiro título da história da Arena Corinthians, o treinador mencionou como espera que seu título seja lembrado no futuro.
- É muito forte, é marcante. Vai ser lembrado por um grupo desacreditado, que se fechou, se uniu, indo ao CT com concentração, personalidade e maturidade. Estou me sentindo muito feliz, muito orgulhoso de tudo o que aconteceu. Tive uma experiência de seis jogos no ano passado em que saí mais fortalecido. Os jogadores se apresentaram em 11 de janeiro, mas eu a comissão no dia 3. Abraçamos o perfil desse grupo, a melhor forma de jogar, porque eu precisava de resultados logo. Com isso, a ideia de marcar bem, acertar o sistema defensivo e depois ir soltando a equipe. Assim aconteceu, e nos últimos quatro jogos do Paulistão foram sete gols.