Pressionado no comando do Corinthians devido ao seu início ruim na temporada 2020, o técnico Tiago Nunes assumiu que está recebendo respaldo da diretoria liderada por Andrés Sanchez (presidente) e Duílio Monteiro Alves (diretor de futebol). Apesar disso, o comandante vê jogo político sendo arquitetado no clube do Parque São Jorge.
Em entrevista ao canal Band Sports, o treinador falou sobre o início conturbado de seu trabalho no Timão e deixou claro que se manterá fiel às suas crenças de jogo. Mesmo com o respaldo da diretoria e de boa parte dos torcedores, Tiago Nunes vê uma articulação política contra seu trabalho.
- Sem dúvida que há um ambiente político. A diretoria tem tentando ao máximo nos blindar e nos deixar à margem disso aí. Mas, por exemplo, quando em tempos normais a torcida do Corinthians bateu em fevereiro no portão do clube? É engraçado isso, né? É estranho. "Ah, por que perdeu a Pré-Libertadores para o Guarani." Pode ser. É um catalisador isso aí. Mas a gente sabe também que tem muito interesse político - afirmou o treinador do Timão.
- A politicagem que a gente vive no Brasil é a seguinte: eu tento destruir o que está dentro para valorizar o que está fora. Todo mundo que está fora tem a solução para o que está acontecendo dentro, em qualquer instituição funciona dessa maneira. Os treinadores são assim, principalmente alguns que estão mandando currículo, inclusive agora aí, forçando nesse momento, treinadores importantes. Sempre tem a solução para o que está acontecendo no Corinthians - completou Tiago.
O início de temporada do Corinthians não é nada animador. O clube foi eliminado ainda na fase prévia da Copa Libertadores para o modesto Guaraní, do Paraguai, e dificilmente conseguirá uma vaga nas quartas de final do Paulistão - haja visto que precisa tirar uma diferença de cinco pontos para o Guarani com apenas seis pontos em disputa.
- Não me preocupo hoje com isso. Faz parte. Vim para o Corinthians sabendo que tudo vaza, todo mundo sabe o que acontece aqui dentro. Como tem muita repercussão naturalmente gera muito polêmica. Tem de ter capacidade de não dar bola para isso, focado em treinar o time, bem com os jogadores. O Corinthians, a exemplo de outros clubes grandes do mundo, precisa de resultado. E resultado não está tendo. Vai acontecer esse tipo de coisa. Havendo resultado as coisas fluem de maneira natural, o portão não vai mais bater, a torcida vai ficar mais calma, os políticos vão se acalmar um pouquinho mais - completou o treinador, que tem menos de 40% de aproveitamento dos pontos disputados neste início de trabalho.