Em sua segunda passagem após quase 12 anos, Jô se diz ansioso por estrear pelo Corinthians na Arena, nesta quarta-feira, às 21h45, em amistoso com a Ferroviária. De família corintiana, o atacante realizará um sonho de criança: jogar no estádio do Timão com o apoio da Fiel. Ele já atuou na casa corintiana com a camisa do Atlético-MG, além de ter ficado no banco na estreia da Copa do Mundo de 2014, com a Seleção.
Antes de Jô, duas outras pessoas da família dele puderam sonhar em vestir a camisa profissional do Corinthians e dar alegrias à torcida. O primeiro, Francisco Dario de Assis Silva, pai do jogador, atuou durante a adolescência nas categorias menores do Timão. Atacante de velocidade pelo ponta direita, ele gostava de vestir justamente a camisa 7, que hoje é de Jô.
- Cheguei ao Corinthians com 15 anos e disputei uns campeonatos, mas não cheguei a ser profissional. Quando surgiu a Copa São Paulo de Futebol Júnior, em 1969, eu estava no grupo, mas não fui inscrito por causa da concorrência. Depois, fui para a Portuguesa, na qual joguei cerca de dois anos e meio, passei por Itumbiara (GO) e XV de Jaú e encerrei a carreira cedo, no Guarani de Adamantina, no interior de São Paulo - recorda Francisco Dario, que virou taxista após encerrar pendurar as chuteiras e hoje tem 61 anos.
O segundo familiar de Jô que também sonhou em atuar no profissional do Corinthians foi o irmão, Jean. Porém, o então zagueiro do time B alvinegro morreu em 2002, aos 20 anos, em um acidente de carro. Jô ainda tem mais duas irmãs, e conta com o apoio de toda a família em sua estreia na Arena. Na tarde da última terça-feira, por exemplo, a mãe, o filho e os sobrinhos estiveram no CT Joaquim Grava para acompanhar o treino.
- Com certeza, vai todo mundo. Somos todos fanáticos, e ele está muito ansioso. Quero que ele jogue com muita alegria e disposição. Ele está representando uma nação muita grande, e esperamos que ele faça uma boa partida e saia vitorioso. Ele é corintiano e sempre falava sobre essa estreia desde que voltou ao clube - conta o pai de Jô.
- Ele sempre pensou muito na família, principalmente agora, que virou evangélico há dois anos. Ele está mais presente, apesar de que nunca nos desamparou. Pelo contrário, não temos do que reclamar. Então, nós estamos muito felizes e ansiosos por essa estreia. Temos certeza de que assim que ele pegar o ritmo no Corinthians, os gols vão sair e ele vai nos dar muitas alegrias - completa Francisco Dario.
A esperança do pai de Jô é mesma de todo o torcedor corintiano. A Fiel torce para que, a partir desta quarta, a Arena conheça um novo artilheiro do Timão.
Hoje esperança, Jô era sombra de Abuda em 2003
Principal esperança no ataque corintiano, Jô estreou no profissional do Corinthians em 2003. Na ocasião, ele era sombra de Abuda, também atacante que havia acabado de subir das categorias de base. O jogo diante do Guarani, no dia 19 de julho, terminou 1 a 0 para o Timão, com gol justamente de Abuda.
- Nós tínhamos acabado de disputar o Campeonato Paulista Sub-17, e o time profissional estava sendo montado. O clube não tinha dinheiro para investir em contratações, então subiram vários garotos da base. Esse grupo acabou subindo prematuramente, e a cobrança foi aumentando com o time sofrendo derrotas no campeonato - relembra Abuda.
- Até poderíamos ter ido já para o profissional, mas não sendo os salvadores da pátria, como nos colocaram na época. O time não estava bem, e tínhamos acabado de subir do sub-17 já diretamente para o profissional. A cobrança foi grande - acrescenta.
Abuda conta que perdeu o contato com Jô. Atualmente, o atacante de 30 anos está sem clube após ter atuado pelo Central (PE) no ano passado.