Para Vítor Pereira, classificação do Corinthians na Copa do Brasil passa por ‘manter o equilíbrio’
Mesmo após ter vencido o Santos por 4 a 0 no jogo de ida das oitavas de final, treinador corintiano não tem sentimento de 'já ganhou'
O técnico Vítor Pereira não está no clima de ‘já ganhou’ em relação à classificação às quartas de final da Copa do Brasil, mesmo com o Corinthians tendo vencido por 4 a 0 o jogo de ida das oitavas de final contra o Santos.
– O jogo vai ser diferente. Agora temos que manter os níveis de concentração e confiança. Concentração quando se a confiança temos a probabilidade de fazer um bom jogo. Lancei a eles (jogadores) no intervalo que normal, normalmente a crítica diz que só conseguimos jogar 45 minutos com qualidade, então disse que o desafio era manter o ritmo, qualidade, concentração, não permitir gols e estar em busca de mais gols. Precisamos de um jogo de
confiança, concentrado, um jogo bom emocionalmente para manter o equilíbrio e o controle tático – disse Vítor na entrevista coletiva após a partida.
O triunfo sobre o Peixe foi o primeiro em clássicos com Vítor Pereira comandando o Timão. Antes, foram quatro derrotas e um empate contra rivais estaduais. Foi a primeira vez que o técnico dirigiu a equipe corintiana contra o Alvinegro Praiano.
- Aqui pontuam muito a questão de tabus. Eu, sinceramente, não me importaria de perder os clássicos todos e no final ser campeão. Trocava todos os clássicos pelo título no fim da temporada. Mas os clássicos são fundamentalmente importantes, principalmente para a torcida, jogadores também. Para eu preparar um clássico preciso de tempo de trabalho. Chegamos nesse jogo em outro patamar em termos de cultura tática entre os jovens e velhos na ligação entre eles. Vamos ter outro clássico complicados, jogos não soa iguais, vamos precisar ser humildes, ver o que fizemos bem, corrigir e preparar o próximo jogo - afirmou o técnico corintiano.
Vítor Pereira também exaltou a festa feita pela torcida corintiana nas arquibancadas das Neo Química Arena, desde a entrada dos jogadores em campo, com um show de fogos e luzes no estádio corintiano.
- Quando penso que já vi tudo eles (torcedores) já conseguem subir o nível. E precisamos ir atrás deles e subir o nível também. O nível das arquibancadas foi fantástico, logo com o ambiente que se criou no início do jogo. Se seguimos a qualidade deles, jogaremos a grande nível, vamos conseguir mais resultados destes. É uma questão de ir atrás deles. Não é fácil para os adversários jogar aqui, e é com isso que temos que jogar. Precisamos de qualidade e com o 12º jogador que é a nossa torcida - destacou VP.
O Corinthians voltará a jogar na Arena, em Itaquera, neste fim de semana, novamente contra o Santos. No sábado (22) as equipes se enfrentarão pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro, e fazem o jogo de volta da Copa do Brasil em três semanas, no dia 13 de julho, na Vila Belmiro.
Veja outras respostas de Vítor Pereira na entrevista coletiva:
O que levou o Corinthians transformar um clássico em um jogo tão penso para um lado?
Fizemos um jogo de qualidade, consistente, defensivamente consistente e ofensivamente com qualdiade. Encontramos espaços, combinações bonitas, dinâmicas, jogo bem conseguido contra um adversário difícil, com muitos jogadres de qualidade e bem trabalhados pelo Bustos. Mas hoje fomos mais fortes, melhores equipes. Estamos em um intervalo de uma eliminatória e ganhar de 4 a 0 é resultado importante. Resultado coroou o bom jogo que fizemos.
O que conversou com o Adson? (por conta da confusão com os atletas santistas no fim do jogo)
Adson: jogador técnico, mas quando uma equipe está perdendo ou ganhando e depois vem em inferioridade numérica, tem um momento que o Adson é técnico, começa a passar o pé em cima da bola. Eu entendi que aquele momento ele deveria ter jogado mais simples. Gosto de respeitar os adversários. Ele disse que não foi falta de respeito, mas é o que ele sentiu que deveria fazer naquele momento.
Posicionamento do Willian
Depois que perdemos o Jô, perdemos uma referência posicional no ataque e fomos em busca de um jogo de maior mobilidade na frente. O que eu quero dos três jogadores da frente é dar liberdade, mas com responsabilidade nos momentos de perda de bola. Em função do corredor, tem que cumprir a função, independentemente das trocas. Tem que ser uma liberdade com organização. Liberamos um pouco, porque assim conseguem fugir mais das marcações. Por dentro é mais difícil em uma marcação homem a gomem ou mais apertada, e ele precisam sair da marcação, as vezes por dentro, outras por fora, e no momento da perda de bola, onde tiverem a função que tem que fazer.
Aspectos táticos
Analise que fizemos ao Santos, a primeira coisa que eu faço é ver os resultados do adversário, se sofre gols, que tem resultados desnivelado, e eu nunca vi o Santos perder por dois gols de diferença. Uma equipe que tem uma estatística dessa não é fácil criar muitas situações de gols. Mas hoje conseguimos encontrar, estamos a evoluir em termos de dinâmicas, variar a inversão de jogo, são coisas que vão criando, estimulando, apesar do tempo de trabalho não ser o que queria que fosse, mas acho que a equipe está evoluindo.
Mudança na forma de jogar após a saída de Jô
A forma de jogar tem sempre a ver com as ideias do treinador, o que ele estimula, mas também com as características dos jogadores que temos. O que eu pedi no jogo anterior é que cruzamos muitas vezes e não tinha ninguém, o que eu pedi foi que se não tivemos homens muito altos, temos que jogar de outra forma. Mas tem que chegar, se quer fazer gol, tem que chegar. Foi essencialmente essa a mensagem do último jogo, não podemos chegar muito a linha de fundo e quando a bola chega não tem ninguém. Precisamos de dinâmicas de trás para frente, aparecer de surpresa, mas temos que aparecer. Não é estralar os dedos, o Jô foi embora e já passa a funcionar. Teve o processo de convencer o Róger, que é uma peça importante, que a dinâmica dele é determinada e dar liberdade aos poucos, dar mais responsabilidades aos meias aparecerem na área. Hoje até nesse pormenor subimos o nível.
Robert Renan
Robert entra no jogo e logo no início coloca um passe interior, que são os mais difíceis de entrar, que é algo muito da juventude, quem tem um nível técnico inferior tenta o passe lateral, mas ele, não digo com falta de responsabilidade, tenta o passe interior mesmo estando apertado. Isso fala da confiança e da qualidade dele. Tem que crescer, mas tem potencial. Temos vários jogadores jovens que vão voar para outros voos. Ele, para mim, vai ser uma referência. É rápido, é técnico, tem personalidade. Sobre o Robson, eu senti ele um pouco instável emocionalmente no outro jogo que ele entrou, compreende-se porque precisa ganhar a confiança das pessoas, dele próprio, e isso leva tempo.
Jogo de sábado, novamente contra o Santos
Renato problema em consequência do gramado artificial do Athletico-PR. Willian também veio com muitas queixas e por isso ficou fora do jogo anterior, tive até a última hora pra saber se contaria com ele, ou não. O Júnior (Moraes) esteve a recuperar do problema que tem e ainda está a estudar. E o Rafael (Ramos) não teve férias, fez uma liga inteira em Portugal, chegou e começou a jogar, está com um acumulo de jogos grande, está incomodado com os adutores e temos que tomar cuidado com ele. Foi por gestão para evitar lesão que deixamos de fora do jogo de hoje.