Willian, do Corinthians, conta como celebrou 2012 e pede punição em casos de violência no futebol: ‘Só campanha não basta’
Além de falar sobre a crescente onda de violência e os casos de racismo no futebol, o camisa 10 do Timão contou como celebrou a Libertadores de 2012
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No podcast "90+3", produzido pelo canal da Libertadores, o meia-atacante Willian, do Corinthians, falou sobre a crescente onda de violência e os casos de racismo no futebol, contou uma história inusitada sobre como celebrou a Libertadores conquistada pelo Timão em 2012, revelou seus sonhos e quem ele enxerga como o maior atleta do clube alvinegro.
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Após a derrota para o Always Ready na Libertadores, na rodada inaugural da fase de grupos, alguns jogadores do elenco corintiano e suas famílias receberam ameaças através das redes sociais. Willian e suas filhas foram alvos dessas agressões digitais.
Na Vila Belmiro, depois do Timão eliminar o Santos nas oitavas de final da Copa do Brasil, um torcedor invadiu o gramado e tentou agredir o goleiro Cássio.
O camisa 10 do Corinthians afirmou que a violência no futebol brasileiro atrapalha o crescimento do produto e levantou a hipótese de punir os clubes com portões fechados em casos de violência.
- A gente vê situações no Brasil que nos deixa um pouco receosos de voltar. A cada semana acontece algo que é inadmissível. Torcedor invade campo pra bater no jogador, taca pedra no ônibus e quase cega o jogador, torcedor invade o CT com jogador fazendo tratamento. Essas coisas acabam atrapalhando muito o futebol brasileiro - iniciou o meia-atacante ao "90+3", que vai ao ar às 20h30 desta segunda-feira (1).
- Não pode ficar calado. Nós jogadores temos que estar unidos para combater esse tipo de violência. Vão esperar até quando para tomar providência? Só campanha não basta, tem que punir os torcedores, não entrar no estádio, acabar até punindo o clube, jogar sem torcida, alguma coisa tem que ser feita nesse sentido - declarou o atleta.
O jogador corintiano também falou sobre o racismo no futebol e a importância de não se calar e denunciar qualquer tipo de agressão.
- Nunca tive, mas tem jogadores que tem (receio). Tanto para o racismo, quando recebe ameaça, todo tipo de intolerância e ódio. Tem jogador que tem receio de falar, de protestar. É revoltante, realmente. Vou sempre me posicionar contra isso, independente se alguém fale alguma coisa. A opinião das pessoas não vai definir meu caráter, minha lealdade, quem eu sou. Vou sempre procurar falar o que eu acho e o que é certo. Tem jogadores que tem medo, receio de se posicionar, acabar recebendo mais ameaça, mais ódio. Eu não tenho esse receio, porque estou agindo pelo certo - ponderou.
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'Exageros' na comemoração da Libertadores de 2012
Quando o Corinthians conquistou sua primeira Libertadores, em 2012, Willian jogava no Shakhtar Donetsk. Ele revelou que tomou um bronca do treinador da equipe ucraniana por exagerar na comemoração enquanto assistia a vitória do Timão sobre o Boca Juniors.
- Dentinho e eu estávamos assistindo no quarto, era período de pré-temporada, treinos em dois períodos [no Shakhtar Donetsk, da Ucrânia]. Corinthians e Boca, e o Corinthians campeão - iniciou.
- Quando o Emerson fez o primeiro gol, a gente não aguentou: pulamos na cama, uma gritaria, e depois saiu o segundo. Dali a pouco alguém bateu na porta, a gente até assustou. O Dentinho foi abrir, era o treinador, o Lucescu. Deu uma dura na gente: 'o que é que estão fazendo uma hora dessas? Tem que dormir para treinar amanhã'. Na hora, ali, ficamos sem resposta. No outro dia, quando chegamos para treinar, aí sim ele veio falar que não sabia que era a final da Libertadores, que quando for assim era para avisar. Só que não dava para avisar, né? - contou Willian.
Libertadores é obsessão
Para conseguir repetir 2012, o clube alvinegro precisa passar pelo Flamengo nas quartas de final desta edição da Libertadores. A partida de ida é nesta terça-feira (2), às 21h30, na Neo Química Arena. De todos os títulos que o Timão disputa na temporada, a taça continental é a que Willian mais almeja.
- Falta Libertadores, Mundial, Copa do Brasil, Brasileiro…Faltam todos esses títulos. O que eu mais quero, pra história do clube, na cabeça do corintiano é a Libertadores. Todo corintiano pensa na Libertadores. Esse é o título que se o Corinthians conquistar, e de repente perder Copa do Brasil e Brasileiro, ok - afirmou.
Cássio, o Gigante
Willian também falou sobre Cássio, que recentemente se tornou o goleiro que mais vezes vestiu o manto alvinegro, e o terceiro atleta com mais jogos pelo clube. O Gigante recebeu uma placa das torcidas organizadas, além de uma luva de ouro da Nike, um vídeo de Tom Brady, jogador de futebol americano, e foi homenageado pela torcida com um mosaico durante a vitória sobre o Botafogo, no Brasileirão.
Na visão do camisa 10, Cássio é o maior jogador da história do Corinthians.
- Para mim, sim, hoje é o maior. Claro que o Marcelinho está por ali também, o Ronaldo goleiro, Rivellino, Neto, tem vários que fizeram história pelo clube, mas o Cássio para mim é o maior por tudo que conquistou. Ele ganhou tudo. Só Copa do Brasil que não, né? Então tem que ganhar esse ano - comentou o meia-atacante.
- Em jogos grande o Cássio sempre aparece, está sempre em campo, e ainda tem torcedor que quer ameaçar o cara e a família dele. Tem coisa que não entra na minha cabeça. Claro que o cara passa por momentos bons e ruins, receber uma crítica é normal, a gente sabe disso, mas ameaça não - concluiu Willian sobre o tema.
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