A guerra interna no Cruzeiro está declarada. De um lado a diretoria, capitaneada por Wagner Pires de Sá, presidente da Raposa, e do outro Zezé Perrella, ex-presidente e atual mandatário do Conselho Deliberativo.
Perrella se posicionou após a queda da equipe celeste na Copa do Brasil, na última quarta-feira, 4 de setembro, para o Internacional. O presidente do conselho acusou a atual diretoria pegar R$ 80 milhões para quitar salários. O ataque à diretoria gerou a alcunha de "Rainha da Inglaterra" para Wagner Pires de Sá, afirmando que o poder está nas mãos de fato de Itair Machado, vice- de futebol que teve seu afastamento do cargo suspenso pela Justiça.
-Eles estão acabando com o Cruzeiro. São irresponsáveis. E o Wagner é uma ‘rainha da Inglaterra’. O presidente do Cruzeiro chama-se Itair Machado. O Wagner não manda nada, não é respeitado por ninguém lá dentro-disse em entrevista ao Globo Esporte.com.
Zezé Perrella comentou sobre o dinheiro que teria sido obtido para arcar com despesas internas, classificando a gestão Wagner Pires de temerária.
-Eles já tomaram mais de R$ 80 milhões emprestado só este ano. Quer dizer, tá pagando salário com dinheiro emprestado. Eles vão quebrar o clube, não tenho nenhuma dúvida disso-afirmou.
Wagner Pires responde
O presidente do Cruzeiro enviou uma nota rebatendo as falas de Zezé Perrela, incusive sobre ser “Rainha da Inglaterra” na Raposa.
O Presidente do CRUZEIRO EC, Wagner Pires de Sá, diante das declarações do presidente do Conselho Deliberativo , Zezé Perrella, vem a público esclarecer alguns pontos básicos:
- Zezé Perrella sempre foi um presidente do conselho omisso e ausente delegando poderes de assinar documentos a sua secretária e um assessor, passando inclusive pela autoridade da mesa diretora do órgão que tem um vice-presidente e um secretário geral. Enfim, Zezé Perrella terceirizou o Conselho Deliberativo do Cruzeiro.
- Durante seu mandato só não foi omisso nos momentos oportunos quando se aproveita da fragilidade momentânea do time para externar sua opiniões e críticas.
- Durante esse período de crise política do clube, não se conhece uma posição firme e objetiva tomada por Zezé Perrella no sentido de unir os conselheiros e ajudar na solução dos problemas. Aparece sempre com interesses políticos pessoais já prevendo uma volta à presidência do Cruzeiro.
- Diante de sua ausência no “comando” do conselho, Perrella não tomou conhecimento que a presidência do clube repactuou salários de diretores bem como cancelou contratos de conselheiros ou empresas deles que prestavam serviços ao Cruzeiro, a maioria de forma injusta por causa de denúncias nunca comprovadas por comissões eleitas pelo conselho, que é formado por homens íntegros e que não podem ser maculados irresponsavelmente pelo Sr Zezé Perrella.
- Alguns salários comparados por ele como superiores aos cargos diretivos da Petrobrás realmente existiam mas foram repactuados. Esqueceu-se o Sr. Perrella que no futebol as coisas funcionam diferentemente do mercado normal, como ele disse varias vezes. Também se esqueceu que a seu pedido seu próprio filho, Gustavo Perrella (*) recebia quantia mensal de R$ 95.000,00/mensais para um trabalho de consultoria paralelo ao seu emprego na CBF com o qual “conciliava” suas tarefas, BH/RIO/BH. Seu contrato também foi cancelado pela presidência do clube.
- Quanto ao ser chamado de Rainha da Inglaterra devo dizer que administro o Cruzeiro como as minhas empresas delegando poderes as pessoas capacitadas nos diversos cargos e cobrando resultados. São os princípios de uma administração moderna.
- Sobre empréstimos para pagamento de salários é de conhecimento público que todas as outras administrações, sem restrição, usaram desse recurso quando necessário assim como qualquer empresa.
Wagner Pires de Sá
Presidente do Cruzeiro EC