Escrito por João Marcos
Com a dura missão de livrar o Cruzeiro do rebaixamento nos últimos seis jogos do Brasileirão, o técnico Paulo Autuori dá início à sua quarta passagem pelo clube no sábado (18) diante do Fortaleza. Como se não bastasse o desafio da permanência na Série A, o treinador terá de superar outras dificuldades nos seis jogos restantes da Raposa.
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A começar pela suspensão aplicada pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), que determinou portões fechados para o clube até o final do Campeonato Brasileiro. A punição foi uma consequência da briga entre torcedores de Cruzeiro e Coritiba no último duelo entre as equipes.
O Cruzeiro fará três jogos em casa até o final da competição, e enfrentará Vasco da Gama, Athletico-PR e Palmeiras. Entretanto, o clube também atuará sem torcida nos jogos como visitante, punição que se inicia já no duelo diante do Fortaleza e se estende nos jogos contra Goiás e Botafogo.
Mas não são apenas fatores externos que Autuori terá de superar para livrar a Raposa da segunda divisão do Brasileirão. O técnico encontrará um elenco em baixa e jogadores sem confiança, especialmente no ataque. Após a derrota diante do São Paulo, por exemplo, o atacante Wesley fez um desabafo sobre a dificuldade do time em marcar gols.
- Erros técnicos acontecem. O que não vamos admitir é falta de comprometimento e deixar de correr. Nós vamos treinar, treinar até chegar à perfeição, que a gente sabe que não existe no futebol - disse o atacante à época.
A dificuldade ofensiva do time não é problema recente. Sob o comando do português Pepa, o Cruzeiro já sofria com a ineficiência diante do gol, até mesmo nos jogos em que criava mais oportunidades que o adversário. O Cruzeiro tem, atualmente, o pior ataque do Brasileirão, com apenas 29 gols.
Mas os problemas do time não param por aí. Embora o Cruzeiro seja a melhor defesa da competição, o time tem a quinta maior taxa de defesas do Brasileirão. Em outras palavras, é o quinto time com maior porcentagem de defesas feitas em razão da quantidade de chutes que recebe (76%, segundo a plataforma xValue Stats). Isso significa que a cada quatro chutes que o Cruzeiro recebe, o goleiro Rafael precisa intervir em três.
Em seus últimos trabalhos no Brasil (Botafogo e Athletico-PR), Autuori organizou suas equipes a partir de uma defesa sólida, marcando por zona (quando a prioridade é proteger o espaço e não perseguir o adversário). Para atacar, a fórmula era mais simples: ataques rápidos e contra-ataques, para correr poucos riscos.
Atualmente, o Cruzeiro ocupa a 17ª posição na tabela do Brasileirão e, antes de retornar ao comando técnico da equipe, Paulo Autuori ocupava o cargo de diretor técnico do clube.