Tudo azul: 5 motivos que explicam a vitória do Cruzeiro sobre o Flamengo
Raposa saiu com grande vantagem do Maracanã em duelo pela Libertadores
Em tese, uma missão muito difícil. Na prática, uma vitória do Cruzeiro sobre o Flamengo no Maracanã em uma das melhores atuações coletivas da atual temporada do futebol brasileiro. A Raposa saiu do Rio de Janeiro com um 2 a 0 no placar e uma grande vantagem para a sequência do confronto por uma vaga nas quartas de final da Libertadores.
Quais razões resultam nessa gigantesca atuação? O LANCE! destaca alguns pontos da equipe do Cruzeiro na noite de quarta-feira que foram cruciais para a construção desse placar.
Meio-campo
Diante de um dos meio-campos mais técnicos do país, Mano Menezes resolveu não tentar bater de frente do mesmo jeito neste setor com o Flamengo. A sacada do Cruzeiro foi povoar o meio, evitar qualquer tipo de criação neste espaço e 'obrigar' o rubro-negro a tentar criar suas chances pelos lados do campo, setor em que a Raposa poderia igualar os duelos.
Neste contexto, Henrique e Lucas Silva foram formidáveis. O primeiro, com uma atuação quase que perfeita defensivamente: com 4 interceptações e 7 duelos vencidos, o capitão foi o encarregado de bloquear os espaços do Flamengo no meio e ainda iniciar a saída de bola. O outro, por sua vez, também teve seus méritos, com uma boa cobertura de espaços, estando presente em muitos setores do campo.
Atuação perfeita pelo alto
Se vendo em uma situação complicada de atacar pelo meio, o Flamengo focou grandes parte de seus ataques pelos lados do campo, buscando cruzamentos para Fernando Uribe ou para um meio-campo que infiltrasse dentro da área.
Essa situação, porém, foi favorável apenas a Dedé e Léo, a dupla de zaga do Cruzeiro. Ao todo, os dois combinaram para 18 cortes (sendo 16 do camisa 26, outro atleta com muito destaque na partida), uma interceptação e dois chutes bloqueados - estatísticas que provam a importância de ambos.
Objetividade
Por consequência da estratégia adotada no meio-campo, era esperado que o Flamengo tivesse mais posse da bola (63%, de acordo com o site Sofascore). O Cruzeiro, por sua vez, traçou como objetivo ser eficiente no pouco tempo que estivesse com o controle. E o fez de uma maneira muito positiva.
Quando tinha a bola em seus pés, o único objetivo do Cruzeiro era encontrar o gol. Fosse aproveitando os espaços em um contra-ataque ou na base da criação de uma jogada, a Raposa conseguiu quatro grandes oportunidades de gol, enquanto que o Flamengo nenhuma. Apesar do mandante ficar com a bola no pé, pouco criou - enquanto que a equipe mineira passou pela situação reversa.
Espaço entrelinhas
No contexto de ataques objetivos do Cruzeiro, a principal área explorada pela Raposa foi a entrelinhas, região em que Cuéllar ficou sobrecarregado com as seguidas movimentações de Robinho e Arrascaeta, que acabam gerando muito espaço para os atletas da equipe mineira pensarem na melhor maneira de finalizar uma jogada.
Em grande parte do jogo, esse espaço foi fundamental para as situações de superioridade, quando os jogadores do Cruzeiro criavam oportunidades em que a jogada estava mais propícia à uma triangulação do que um corte de um defensor do Flamengo.
Substituições
Em um primeiro momento, Hernán Barcos foi importante no trabalho sem a bola, sendo responsáveis por confundir os zagueiros do Flamengo e criar situações para as entradas dos jogadores de meio-campo, como ocorreu no lance do primeiro gol.
No segundo tempo, porém, o Flamengo esteve mais presente ao campo de ataque, já que tentava de todas as maneiras empatar o jogo, o que criou cenário desfavorável ao 'Pirata', que não consegue avançar os espaços com qualidade, já que não possui velocidade. Foi aí que a entrada de Raniel se fez essencial: o camisa 17 foi letal em lances de transição com sua mobilidade e dribles curtos.
No mesmo contexto, Rafinha entrou no lugar de Robinho na metade do segundo tempo. Com energias, o atacante foi de extrema importância no lance do gol de Thiago Neves, quando aproveita uma situação de contra-ataque e consegue cruzar para a área - após uma certa 'confusão', o camisa 30 desvia o chute de Lucas Silva.
No fim, Mano Menezes, com uma estratégia impecável, ainda colocou Ariel Cabral, que seria encarregado 'apenas' de aumentar a combatividade no meio-campo e segurar a bola no fim do jogo, mas o Cruzeiro mesmo assim criou mais duas boas chances de gol, que foram desperdiçadas.