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Penalber: ‘O melhor momento está por vir na Olimpíada’

Judoca não se incomoda com cobranças para conquistar medalha olímpica

Victor Penalber
imagem cameraVictor Penalber deve ser confirmado nos Jogos Rio 2016 no dia 1 de junho (Foto: Reprodução/Facebook)
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Lance!
Rio de Janeiro
Dia 05/05/2016
14:26

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A expectativa de Victor Penalber cresce a cada dia. Atualmente quinto colocado do ranking mundial na categoria meio-médio (até 81kg), o judoca da Equipe de Furnas está prestes a desbancar o então favorito Leandro Guilheiro e disputar os Jogos Olímpicos pela primeira vez. A equipe oficial que vai defender o Brasil na Rio-2016 será anunciada pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ) até o dia 1 de junho.

Bronze no Mundial de Astana (Cazaquistão), no Pan-Americano de Toronto (Canadá), ambos em 2015, e no recente Campeonato Pan-Americano de Havana (Cuba), Penalber tem 1.040 pontos de vantagem sobre Guilheiro. Como a vaga olímpica é conquistada pelos melhores no ranking mundial, ele conta os dias antes de ser confirmado no time verde-amarelo.

Em entrevista ao LANCE!, Victor Penalber, que há oito anos testou positivo para a substância furosemida (um diurético proibido pela Agência Mundial Antidoping), disse que, apesar de esse ter sido o pior momento da sua carreira - ele levou dois anos de suspensão -, foi também o que o fez crescer pessoal e profissionalmente.

- Foi quando eu deixei de ser menino e me transformei em homem.

Relação com Leandro Guilheiro
Eu e o Guilheiro temos uma relação muito boa, conversamos bastante. Como não se trata de um enfrentamento direto, já que o critério da vaga olímpica é a posição do judoca no ranking mundial, é bem tranquilo. Agora é continuar treinando com seriedade, seguir com o trabalho e manter a boa colocação no ranking. O Guilheiro é um cara muito experiente e divide essa experiência com os companheiros na Seleção.

Cobrança por pódio
Encaro isso como uma coisa muito boa. Se as pessoas acreditam é porque eu tenho condição de chegar. E mesmo que ninguém acreditasse eu iria acreditar em mim. Isso só me dá mais força para correr atrás de uma medalha em 2016.

Ponto alto da carreira
Com certeza, o bronze no Campeonato Mundial do ano passado no Cazaquistão. É uma competição diferente de todas. Os atletas chegam no auge da preparação e participam os melhores do mundo em cada categoria. Eu estava bem preparado e peguei um caminho difícil na chave. Mesmo assim, consegui fazer boas lutas e conquistar o bronze. Mas, espero que o melhor momento da minha carreira ainda esteja por vir, na Olimpíada.

Doping
Eu tinha machucado o ombro e vinha treinando devagar, mas o tempo foi passando e o peso aumentou. Na época, eu era da categoria até 73 kg. Quando vi, já estava perto do Mundial (do Japão, em outubro de 2008) e eu ainda estava acima do peso. Um amigo me indicou um diurético natural e tomei menos de uma semana antes da competição. Achava que não era proibido. Na hora do desespero, a gente toma atitudes sem pensar. Foi um grande erro na minha carreira. A lição que fica de 2008 é que você tem de ser mais responsável. Não pode ser displicente porque as consequências são pesadas. A gente não imagina, mas qualquer remédio vendido em farmácia ou dito natural pode acusar no antidoping. Eu tinha 18 anos na época. Depois daquele episódio, passei a ter mais responsabilidade. Deixei de ser um menino e virei homem. Tive de crescer na marra. Hoje eu vejo que foi naquele momento que eu comecei a amadurecer como atleta profissional.

Início da carreira
Comecei a lutar judô com quatro anos de idade, em uma escola na Tijuca (Rio de Janeiro). Depois, passei a lutar em um clube, onde fui campeão brasileiro e pan-americano e vi que a coisa estava ficando séria. Entrei na Universidade Gama Filho, que tinha uma equipe forte de judô, e lá tive muitas experiências. Acompanhei, por exemplo, a preparação olímpica da Daniela Polzin (ex-judoca da Seleção Brasileira, ouro no Pan-Americano de Winnipeg em 1999 e que conquistou a vaga para os Jogos de Atenas-2004), vi de perto a preparação do Flávio (Canto), para o bronze em Atenas... Naquele período aconteceu uma das coisas mais importantes da minha vida e da minha carreira, que foi conhecer o Flávio e o projeto maravilhoso que ele criou, o Instituto Reação.

Instituto Reação
É um projeto exemplar. Oficialmente, sou atleta do Instituto desde 2013, mas estou lá desde 2005. Acho que minha maior contribuição é dividir o tatame com os garotos e mostrar para eles que é possível chegar lá, que eles podem sonhar com algo melhor, apesar da realidade em que vivem. Mostrar que dá para pensar em Seleção Brasileira, em Olimpíada, que é possível sonhar alto. Sempre digo que o judô pode mudar a vida de cada um, que eles podem ter oportunidades que jamais teriam em outras atividades. Por meio do esporte, eu ganhei bolsa em universidade e viajei para vários lugares que provavelmente jamais conheceria. Esse é o tipo de conversa e de esperança que devemos dar aos garotos do Instituto.

Ídolos
Tenho vários ídolos no esporte. Apesar de não ter acompanhado a carreira dele porque eu era muito novo, Ayrton Senna é um espelho para mim. Li muitas histórias e sou fã, não só pelo atleta que ele foi, mas pela forma como ele se tornou ídolo de uma nação. O Flávio (Canto) também é um ídolo. Por ter acompanhado de perto a construção da medalha olímpica dele, vi que, mais do que um grande atleta, é um grande ser humano. É esse o modelo o que eu quero para mim.

Apoio de Furnas
É fundamental para a minha carreira, porque me dá mais tranquilidade para realmente focar nos treinos e nas competições. É importante que o atleta não precise gastar tempo e energia com questões fora do tatame. Isso reflete na qualidade dos treinamentos e, consequentemente, nos resultados. No esporte de alto rendimento, são os detalhes que fazem a diferença.


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