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Sincronia fina no nado

Gêmeas Bia e Branca Ferez, que vão representar o Brasil nos Jogos Olímpicos, mostram que semelhanças vão muito além da parte física e sonham com medalha

Nado Sincronizado Bia e Branca (foto:Reprodução/facebook)
imagem cameraBia e Branca Ferez se preparam para os Jogos Olímpicos Rio 2016 (foto:Reprodução/facebook)
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Lance!
Rio de Janeiro
Dia 13/05/2016
10:20
Atualizado em 13/05/2016
16:07

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Fazer uma entrevista por telefone é um desafio a mais para qualquer jornalista. A missão fica ainda mais complicada se for com uma dupla que tem voz parecida, como acontece com as gêmeas Bia e Branca Ferez, que fazem parte da Equipe Furnas. Antes do papo, o repórter pede para cada uma se identificar antes ou após uma declaração e houve como resposta: “Não precisa. O que uma fala, a outra concorda. Somos muito grudadas. O que uma sente, a outra sente também. Somos meio maluquinhas”, disseram as irmãs, uma completando a outra e deixando o entrevistador mais relaxado. É neste clima de descontração e simpatia que as duas se preparam para representar o Brasil no nado sincronizado nos Jogos Olímpicos Rio 2016.

O esporte, talvez, seja aquele que necessita de mais sincronia para ser disputado. Neste caso, nada melhor do que gêmeas tão ligadas, que praticam o nado sincronizado desde os sete anos, após terem praticado natação e ginástica por vontade da mãe, que queria que as filhas gastassem a intensa energia, algo tão comum a crianças. Agora, aos 28, se preparam para a primeira vez que o Brasil vai estar representado na disputa olímpica.

- A gente está muito feliz. Disputar os Jogos Olímpicos é um presente. Que geração vai competir de novo nas Olimpíadas? Tão cedo não vai – disse Bia.

Ela tem razão. O nado sincronizado está no programa olímpico desde 1984, em Los Angeles. O Brasil, no entanto, nunca se classificou por equipes. E só obteve vaga agora pelo fato de ser o país-sede. No Parque Aquático Maria Lenk, em agosto, oito países vão brigar pelo pódio na competição por equipes e 24, nos duetos. Na competição por equipes, cada seleção apresenta uma rotina técnica e uma livre, e o somatório das notas define a campeã.

Bia e Branca disputarão a competição por equipes ao lado de mais sete atletas da Seleção Brasileira. Elas, que já treinam diariamente no local das competições, não veem a hora de começarem as disputas por medalha.

- Competir em casa dá mais tranquilidade. É claro que dá um friozinho na barriga, mas a energia a favor vai ser mais forte. A Seleção já está treinando há três anos para os Jogos, seis vezes por semana, oito horas por dia. Pensar numa medalha de bronze não é impossível – afirmou Bia, sendo completada por Branca:

- Quero nadar bem, arrancar sorrisos do Brasil e do mundo, inspirando outras meninas a competir. Quem sabe não ganhamos uma medalha?

A inspiração para que outras meninas pratiquem o nado sincronizado talvez seja a chave para que o Brasil possa estar em outras edições dos Jogos Olímpicos. O esporte está longe de ser popular. O problema, no entanto, também está distante de ser resolvido.

- Precisamos de massificação no nado sincronizado. De cada cem meninas, dez são boas. É necessário revelar talentos – atesta Branca.

Enquanto os Jogos Olímpicos não começam, elas mantêm uma rotina de treinos, terapia e, segundo elas, sono, muito sono, para descansar. E, claro, sempre juntas. Dentro e fora das piscinas.

Carreira na TV e projeto de escolinha
Em 2011, Bia e Branca Feres chegaram a sair da Seleção Brasileira de nado sincronizado para se dedicar a outra paixão: a carreira artística. A passagem como repórteres e apresentadoras na TV (por MTV e Band) só foi deixada de lado pelo sonho de disputar os Jogos Olímpicos. Mas tem tudo para se retomada em breve:

- Trabalhar na TV é nossa nova paixão. Estamos aprendendo há seis, sete anos para poder trabalhar nesta área – disse Bia.

O caminho na TV é natural para duas belas mulheres, que foram alçadas à fama em 2007, quando foram eleitas as musas do Pan-Americano do Rio e conquistaram a medalha de bronze por equipe. Elas não se incomodam com o rótulo de beleza que as acompanha.

- Nunca atrapalhou. Foi bom porque chamou a atenção para o nosso esporte. Toda profissão tem gente bonita – desconversa Branca.

Independentemente da carreira na TV, as gêmeas do nado sincronizado pensam em fazer algo para ajudar o esporte. Quem sabe algo em parceria com Furnas?

- Nós nos sentimos privilegiadas com o apoio de Furnas. Se todas as empresas fossem como Furnas, o Brasil seria bem melhor, inclusive no esporte. Queremos dar exemplo para os mais jovens e já pensamos em fazer uma escolinha de nado sincronizado – garante Bia.

Adversários e Seleção definidos
A Federação Internacional de Natação determinou que cinco vagas por equipes nos Jogos Olímpicos seriam divididas por continente. Brasil, Rússia, China, Egito e Austrália ficaram com elas. Os outros três classificados foram os melhores do Pré-Olímpico disputado no Maria Lenk em março. Ucrânia, Japão e Itália subiram ao pódio e se garantiram.

Depois da boa campanha no Sul-Americano do Paraguai, em março, conquistando todos os títulos, o Brasil confirmou Luisa Borges e Maria Eduarda Miccuci como o dueto olímpico. As duas participarão da equipe, que tem como capitã Lara Teixeira, além das gêmeas Bia e Branca Feres. Completam a lista Lorena Molinos, Maria Bruno, Maria Clara Lobo Coutinho e Pamela Nogueira. Já Juliana Damico e Sabrine Lowy são as reservas e poderão ganhar chance em caso de lesão de alguma titular. A convocação final será entregue em julho.

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