Alma e coração levam a ‘Pior Itália da História’ ao triunfo sobre a Bélgica
Favoritos, os belgas dominaram sem eficácia e tiveram de engolir amarga derrota para a aplicada Azzurra, que fez 2 a 0 com todo o merecimento e agora lidera o grupo E da Euro
Na entrevista da véspera da partida entre Itália e Bélgica, na estreia das equipes no Grupo E da Eurocopa, o belga Hazard teve de responder o que achava de enfrentar a "pior Itália da história". O garoto disse que a Itália tinha camisa e a melhor defesa do mundo, inspirava respeito. Mais tarde, o goleiro Buffon também foi perguntado e disse:
- Em torneios curtos, às vezes o melhor não é campeão e não vence os jogos. Para isso é preciso preciso colocar coração e alma nos jogos.
Foi o que ocorreu nesta segunda-feira em Lyon. Encarando um time mais leve e com melhor técnica, que teve maior posse e chances, a Itália foi aplicada e com alma e coração, saiu de campo com justíssima vitória por 2 a 0, golaço de Giaccherini no primeiro tempo e de Pellè nos acréscimos.
A Azzurra poderia ter feito outros gols. Afinal, diferentemente da Bélgica, que chegava perto e errava o alvo (Buffon fez apenas uma defesa), Courtois realizou alguns milagres.
Com a vitória, a "pior Itália da história" fecha a primeira rodada na liderança do Grupo E enquanto a melhor Bélgica de todos os tempos e favorita do grupo está na lanterna.
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— Italy (@azzurri) June 13, 2016
O JOGO
A Bélgica buscou ter a posse de bola no primeiro tempo e parecia capaz de abrir o placar, já que mostrava boa técnica nas trocas rápidas de passes e, aproveitando os muitos erros de lançamento dos italianos, engatavam contra-ataques. Mas havia um problema para os Diabos Vermelhos: o trio de zaga da Azzurra estava muito bem postado. Os belgas chegavam, mas não conseguiam espaços. Finalização só de fora da área com seus volantes. Witsel chutou duas que passaram perto e Nainggolan outras duas, sendo que em uma delas Buffon fez a sua única defesa difícil na etapa inicial.
A Itália por sua vez marcava muito bem com seu tradicional esquema de três linhas (a última com cinco) e no apoio de seus laterais. Com Eder apagado e Pellè bem marcado, a coisa estava complicada. Só que aos 31 minutos ocorreu um lance mágico.
Bonucci fez lançamento do meio de campo à Gerson. Giaccherini entrou nas costas de Alderweireld, que chegou a raspar com o fio de cabelo na bola mas não a achou. A pintura de passe foi divinamente dominada pelo camisa 23, que mandou para a rede.
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— Italy (@azzurri) June 13, 2016
O gol fez a Itália ter cinco minutos de rara explosão ofensiva, quase ampliando em chute de Candreva que Courtois defendeu e com Pellè aproveitando erro de marcação, mas cabeceando mal. E assim, embora dominada, a Itália foi para o Intervalo com o 1 a 0 e com as melhores chances para fazer mais.
O segundo tempo foi mais aberto, com Lukaku perdendo a então melhor chance belga no jogo ao chutar por cima da trave um contra-ataque puxado por De Bruyne e a Itália respondendo com uma cabeçada de Pellè que só não entrou porque Courtois tem tamanho de jogador de basquete e voou a tempo mandando para fora.
Com a entrada de Mertens, a Bélgica se lançou ainda mais ao ataque, mas também cedeu espaços para ataques italianos, principalmente pela direita. A reta final foi de ataque contra defesa. A Itália, se fosse preciso, parava o ágil time rival na falta. Hazard tentava de tudo, um verdadeiro malabarista com a bola.
De Bruyne se soltou um pouco mais da marcação e fez um cruzamento que Origi, quase na pequena área, cabeceou por cima. Não era dia do ataque belga, que viu a Itália matar o jogo no contra-ataque: quase marcando com Immobile aos 44 e ampliando com Pellè nos acréscimos.
FICHA TÉCNICA
BÉLGICA 0 X 2 ITÁLIA
EUROCOPA-2016 - GRUPO E - 1ª Rodada
DATA E HORÁRIO: 13/6/2016 - 16h de Brasília
LOCAL: Stade de Lyon, em Lyon (FRA)
ÁRBITRO: Mark Clattenburg (ING)
AUXILIARES:Simon Beck e Jake Collin (ING)
CARTÕES AMARELOS: Chielini, Eder, Bonucci, Thiago Motta (ITA), Verthonghen (BEL)
GOLS: Giaccherini, 31'/1ºT (1-0) e Pellè, 47'/2ºT (2-0)
BÉLGICA: Courtois; Ciman (Carrasco, 30'/2ºT), Alderweireld, Vermaelen e Verthonghen; Witsel e Nainggolan (Mertens, 16'/2ºT), De Bruyne, Fellaini e Hazard; Lukaku (Origi,27'/2ºT) . Técnico: Mark Wilmots
ITÁLIA: Buffon; Barzagli, Bonucci e Chielini; Candreva, Parolo, De Rossi (Thiago Motta, 33'/2ºT), Giaccherini e Darmian (De Siglio, 13'/2ºT); Pellè e Eder (Immobile, 30'/2ºT). Técnico: Antonio Conte