Fanzone de Paris: policiada, aprovada e repleta de ingleses
Área para torcedores que não têm ingressos ficou cheia neste sábado
Com duas áreas de revistas, tanto para público quanto para imprensa, a fanzone de Paris foi aprovada pelos torcedores. Neste sábado, o terceiro dia do espaço aberto, na hora do segundo jogo do dia, entre País de Gales e Eslováquia, cerca de 20 mil pessoas acompanhavam o jogo ou participavam de alguma das atividades no espaço.
Os ingleses se destacavam pelo número, pelo barulho e pelo consumo de cerveja. Com moeda forte e sede, eles fizeram a alegria dos bares e dos vendedores ambulantes, que cobravam 6,5 euros (impressionantes R$ 29) por 500 ml, com direito a um copo de recordação da cerveja que é a patrocinadora da Euro.
Martin fazia parte de um grupo de 50 londrinos que não paravam de cantar a música mais popular do West Ham ("Bubbles in the air"). O que o diferenciava é que criou uma torre com com copos de cerveja consumidos pelo seu grupo. Ele quase não conseguia erguê-la.
- Essa é a nossa torre. É maior do que a Eiffel, dizia em alto e bom som etílico, posando com a torre ao lado para fazer a comparação. Havia cerca de 100 copos, ou uma torre de 650 euros R$ 2.900). E o consumo iria longe, pois o jogo da Inglaterra começaria três horas depois.
Martin explicou porque ele, seus amigos e tantos outros ingleses foram até a França para ver a Euro e no dia jogo de estreia dos ingleses, em Marselha, contra a Rússia, preferiu ficar na capital.
- Nem todos estão com ingressos para os três jogos e cambista sempre explora quando se é inglês. Como Paris é uma festa e já estivemos em outras fan zones e é sempre muito bom, essa foi a nossa opção. Veremos a vitória inglesa num espaço nobre - disse Martin, que não é torcedor do West Ham, mas não falou para qual time torce. Ele desconversou sobre a violência de alguns ingleses.
- Em todo lugar tem brigão.
Um pouco mais atrás estava a turma inglesa mais patriótica, cantando "Deus Salve a Rainha" e gritando o nome de um por um da seleção inglesa (Rooney ganhou de lavada). Os mais exaltados jogavam cerveja para o alto, algumas pessoas que ficavam molhadas reclamavam.
Depois dos ingleses, torcedores de Irlanda e Suécia (que se enfrentam nesta segunda-feira no Stade de France) e da Croácia (joga neste domingo no Parc des Princes contra a Turquia) estavam bem representados. Os croatas faziam barulho, um grupo tentava jogar bola no meio da multidão, o que não dava certo. Irlandeses e suecos tentavam fazer frente aos ingleses na bebedeira. Dois suecos, inclusive, estavam desmaiados no gramado.
Com a crise financeira no Brasil, o que era facílimo nos últimos anos - encontrar turistas brazucas aos montes - tornou-se coisa rara. Foi assim na Fanzone. Perdido no meio de camisas suecas havia uma da Seleção Brasileira. Usada por um francês, Martin, que passeava ao lado de um amigo sueco.
- Era a camisa amarela que eu tinha em casa para apoiar a Suécia - comentou.
O Brasil anda mesmo por baixo.
Eventos na Fanzone
Caso não quisesse acompanhar os jogos, o torcedor podia se aventurar no totó (ou pebolim) num salão com 50 mesas ou jogar futebol num campinho de soçaite que ficava entre uma arquibancada para 400 pessoas e um palco para shows, que tinha dois telões ao lado. Na área principal, pegando quase todo o imenso gramado do Campo de Marte, os torcedores podiam acompanhar sentados ou não o jogo em três gigantescos telões, com a Torre Eiffel ao fundo.
Nos intervalos e entre uma partida e outra, alguns telões interagiam com os torcedores. Um deles tinha o game Just Dance e a cada cinco minutos grupos tentavam dançar como as animações.