Falando com a 'Gazeta Esportiva', o meio-campista Arouca teve a oportunidade de contar alguns bastidores que só companheiros de equipe de nomes como Neymar e Gabriel Jesus poderiam relatar. Mesmo quando o assunto são os primeiros passos dos hoje mundialmente conhecidos quando haviam subido para os profissionais de Santos e Palmeiras, respectivamente.
Além de se considerar um verdadeiro privilegiado por ter visto ambas as trajetórias, Arouca destacou que, desde o início, Gabriel era um atleta que demonstrava bastante determinação, humildade e espírito de grupo:
- Fui privilegiado de pegar o início da carreira do Neymar da maneira que foi, ver toda a evolução que ele teve no Santos, e depois pegar o Gabriel Jesus, participar desse crescimento dele no Palmeiras. Um jovem humilde e que você via que era focado no que ele queria. Dava para perceber. Treinava que nem um cavalo desde que subiu. Como eu já participei de muitos clubes, você vê alguns jogadores subindo e já achando que são o bam-bam-bam. Ele era um garoto focado, por mais que já tinha um nomezinho pela maneira que ele subiu, já era querido entre os torcedores, mas ele não deixava isso subir à cabeça, pelo contrário, dava para ver que o moleque queria aprender, queria evoluir, queria crescer, tanto que hoje é o nosso centroavante da Seleção Brasileira, está fazendo sucesso na Europa, é um garoto excepcional, de uma humildade e de um caráter ímpar.
Falando de maneira mais detalhada sobre a passagem pelo Palmeiras, Arouca pontuou que se sente parte integrante do processo onde o clube passou de quase rebaixado pela terceira vez a Série B do Brasileirão em 2014 ao caminho de títulos como os Brasileirões de 2016 e 2018 além da Copa do Brasil em 2015.
- O momento que chegamos ali era um momento de incerteza do clube, vindo de um ano em que se livrou do rebaixamento. E o torcedor já estava cansado dessa situação. Foi uma transição com muitas contratações e no ano seguinte já ter chegado em uma final do Paulista, vencido a Copa do Brasil, alí ganhamos confiança, recuperou a auto-estima do torcedor no meu modo de ver. E o torcedor abraçou a causa, voltou a comprar camisa, voltou a se associar ao clube, voltou a ter alegria de assistir aos jogos do Palmeiras. Acho que foi fundamental aquele ano, esse momento de transição. Na minha opinião fazemos parte disso sim e agora virou essa potência, já era, sempre foi, mas em algum momento tinha deixado de ser - detalhou Arouca.