‘100 caôs’! Guerrero vive inferno astral após seis meses no Flamengo
Quatro gols do atacante em 18 jogos e 100 dias sem fazer gol pelo clube. Peruano passa por momento complicado defendendo as cores da equipe rubro-negra
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No dia 29 de maio, o Flamengo anunciava a contratação de Paolo Guerrero. Até então no Corinthians, o atacante fez sucesso no rival e sua chegada foi muito comemorada pelos torcedores rubro-negros. Domingo, o jogador completará seis meses no clube. No primeiro dia de dezembro, serão 100 dias sem fazer gols e ele começa a ser criticado nas redes sociais. Não seria exagero dizer que o peruano foi de salvador, por dar fim ao caô por algumas semanas, para mergulhar em um inferno astral onde nada dá certo.
Guerrero já entrou em campo 18 vezes pelo Flamengo e balançou a rede em apenas quatro oportunidades (média de um gol a cada 4,5 jogos). Deve ser destacado que foi convocado duas vezes para a seleção do Peru e sofreu uma lesão, mas internamente alguns pares começam a contestar se realmente está valendo o investimento feito no atacante. Além de R$ 4,8 milhões de luvas, ele recebe de salário R$ 600 mil, totalizando R$ 8,4 milhões já gastos. Isso representa um pouco mais de R$ 2 milhões por cada gol feito por ele.
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Para efeito de comparação, Kayke, reserva imediato de Guerrero, custa ao Flamengo 90% menos, mas tem melhores números: seis gols em 20 jogos, média de um a cada 3,33 partidas. O próprio técnico Oswaldo de Oliveira viu Guerrero marcar somente em sua estreia pelo clube, no dia 23 de agosto (vitória sobre o São Paulo), enquanto viu praticamente todos os gols do Kayke.
Além dos números não ajudarem, Guerrero não contribui em campo por causa da instabilidade. Apenas neste mês ficou suspenso duas vezes: por ter sido expulso no dia 1, após fazer gesto de indisciplina para o árbitro na derrota diante do Grêmio e agora, após receber o terceiro cartão amarelo no empate com a Ponte Preta. Vai ficar fora do jogo do fim de semana, contra o Atlético-PR. Oswaldo de Oliveira comentou sobre a complicada fase que o atacante vem passando na Gávea.
Último gol de Guerrero com a camisa do Fla foi marcado no dia 23 de agosto, em vitória diante do São Paulo
– O Guerrero realmente passa um momento difícil. Ele tem ficado nervoso, levado muitos cartões e estamos fazendo o possível e conversando para que ele possa se adapte ao Flamengo. Atacantes passam por isso. Queremos uma melhora dele, mas estamos insistindo, e ele quer voltar a fazer gol – destacou o treinador.
ARTILHARIA DO FLAMENGO EM 2015
JOGADOR GOLS JOGOS
Alecsandro 11 27
Marcelo Cirino 11 46
Alan Patrick 7 26
Everton 7 49
Kayke 6 20
Emerson Sheik 6 24
Eduardo da Silva 5 25
Paulinho 5 33
Gabriel 5 42
Matheus Sávio 4 9
GUERRERO 4 18
Ederson 3 11
Canteros 3 58
Wallace 2 52
Luiz Antonio 2 30
Pará 2 57
Arthur Maia 2 22
Samir 2 35
Ayrton 1 15
Jorge 1 27
Anderson Pico 1 23
César Martins 1 22
Douglas Baggio 1 3
Bressan 1 19
Jonas 1 36
POR DENTRO DA GÁVEA
DAVID NASCIMENTO - Repórter do LANCE!
[email protected]
Falta equilíbrio na hora de fazer o investimento
Acompanho diariamente o Flamengo há quatro anos por este LANCE!. Vi de perto da saída de Ronaldinho Gaúcho até esta chegada de Paolo Guerrero à Gávea. Muita coisa se passou, poucos resultados positivos em campo, mas uma comprovação pode ser dada: o “erro” no momento de fazer investimentos. Não em questão individual, já que considero Guerrero um excelente jogador, mas sim em um todo: não adianta ter um craque no ataque, enquanto no meio de campo para trás se tem atletas incompatíveis com o desempenho do principal nome.
Na temporada de 2013, quando conquistou a Copa do Brasil, o Flamengo conseguiu equilibrar este cenário e manteve uma harmonia que deu certo em campo. Tinha o investimento pesado (Carlos Eduardo) que não deu certo, mas ao mesmo tempo contava com um Elias impecável e um Paulinho aparecendo para o mundo. Depois, desmontou o pilar da equipe e esta reconstrução está demorando e desagradando o torcedor. Neste ano, justamente pela falta deste equilíbrio, vimos uma sequência de G4 com seis vitórias seguidas e depois uma queda da ladeira.
Acredito que a situação possa melhorar caso se dê a atenção necessária ao assunto. Qualquer time de futebol precisa de ídolos, não dá para negar, mas mais do que isso, há a necessidade de títulos. Sem troféus nada acontece. O investimento precisa ser melhor distribuído a partir da próxima temporada. Somente desta maneira que o Flamengo conseguirá mais uma vez dar alegrias aos mais de 40 milhões de torcedores espalhados pelo mundo. Eles merecem.
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