Flamengo 120 anos: o nascimento do clube por meio do remo
LANCE! segue série especial sobre o aniversário do Rubro-Negro
Foi no remo que o Flamengo começou. Em 1895, por meio ainda do Grupo de Regatas do Flamengo, sem imaginar que um dia carregaria o futebol e se tornaria uma potência esportiva. Modalidade estatutária, o remo tem um passado vencedor, com 47 títulos cariocas, além de atletas servindo a Seleção Brasileira em Pan-Americanos e Olimpíadas.
Em 1900, o Flamengo teve a primeira grande vitória no remo, por meio da conquista do Troféu Jarra Tropon, durante uma Regata Internacional, que comemorava o IV Centenário do Descobrimento do Brasil. Já a primeira embarcação, chamada de “Pherusa”, foi adquirida por 400 réis.
O Flamengo revelou grandes atletas de remo, como Everardo Peres da Silva, Antônio Rebelo Júnior – o Engole Garfo, Alfredo Correia – o Boca Larga e Ângelo Gammaro, que juntos completaram a travessia Rio-Santos, em 1932, no período de cinco dias.
LANCE! encerra neste domingo série de matérias especiais em comemoração ao aniversário do Fla
Um dos maiores remadores da história do Flamengo, Raul Bagattini conversou com o LANCE! e relembrou os feitos históricos. Bagattini participou das Olimpíadas de Munique em 1972, e das Olimpíadas de Montreal em 1976. Além de Pan-Americanos, Brasileiros e Cariocas. Mesmo com toda a dificuldade enfrentada pelo remo atualmente, ele possui esperança por melhorias nos próximos 120 anos de Flamengo.
– Sou Flamengo desde sempre. Defender o remo como fiz na década de 70 é muito gratificante para a minha vida. E no meio de toda dificuldade. O remo é um esporte muito caro. A embarcação em si é caríssima. Pode ser que melhore com o tempo. Claro que tenho de que as condições melhorem. Se não tivesse, não adiantava nem sobreviver – destacou o ex-atleta.
BATE-BOLA
Raul Bagattini - exclusivo ao LANCE!
‘Era um esporte tipo o futebol. Não ganhávamos nada. Era puro amor’
O que você lembra da época que era remador do Flamengo?
Foi a melhor fase da minha vida, justamente a melhor fase do remo no Brasil. Em 18 anos, tive apenas um técnico e consegui evoluir e representar bem as cores rubro-negras e do Brasil. Fui ao Pan, a Olimpíadas... Era um esporte tipo o futebol. Não ganhávamos nada para competir. Era puro amor ao Flamengo.
Como você vê o remo hoje?
Hoje em dia está muito diferente e o cara tem mais amor ao dinheiro do que tudo. Na minha época, trabalhava e fazia faculdade, e ainda treinávamos de manhã. Hoje em dia o cara apenas treina e acha muito sacrificante. E ainda não possuem bons resultados.
Como decidiu virar remador?
Fui criado no interior de Santa Catarina. E na minha época fui escalado para servir o exército do Brasil. Na época, o Flamengo e o Vasco foram pegar atletas no exército, que nunca praticaram o esporte, para praticar. O Flamengo me escolheu e fui muito feliz ganhando tudo.