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Abraços sinceros ou jogo de cena? O que significa a comemoração de ontem?

Abraço do grupo de jogadores em Jorge Sampaoli significa uma trégua ou não passa de cena?

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Foto: Felipe Duest/Pera Photo Press

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Flamengo pressionado, ambiente conturbado, jogo de classificação para uma final e notícias - muitas vezes desencontradas - sobre o ambiente ruim no cotidiano do Ninho do Urubu. Após o pênalti convertido por Arrascaeta, jogadores correm para a linha lateral e começam uma comemoração que demonstrava um misto de união e alívio. Ao se aproximar, Gabigol "joga" o técnico argentino pra dentro do enorme abraço de jogadores e acaba "carinhosamente" festejado com abraços e tapas.

Para muitos, um sinal de união e trégua. Para outros tantos, tudo não passa de um jogo de cena.

Talvez eu pudesse concordar com a teria do jogo de cena se as demonstrações de carinho não tivessem recorrência no Flamengo. É bom lembrar que logo após o caso da agressão sofrida por Pedro e do comportamento dúbio e distante de Jorge Sampaoli, Bruno Henrique e alguns outros jogadores fizeram questão de ir até o comandante demonstrar algum afeto. Sendo assim, não é a primeira vez que esse grupo demonstra, por livre e espontânea vontade, algum tipo de respeito e afabilidade.

A confiança e o respeito mútuo são pedras angulares de uma relação bem-sucedida entre técnicos e jogadores. Técnicos que demonstram confiança nos jogadores capacitam as diferentes peças do grupo a tomarem decisões em campo com coragem, o que pode nos levar ao jogo mais fluido e criativo que ainda não vimos o Flamengo jogar sob a batuta do careca argentino. Da mesma forma, jogadores que respeitam e confiam no conhecimento e na visão do técnico têm mais probabilidade de seguir as instruções táticas e implementar estratégias com empenho. Hoje, fica difícil cravar qualquer análise não acompanhando o cotidiano no Ninho.

A verdade que parece prevalecer quando falamos sobre essa relação no Flamengo é a de que Sampaoli guarda certa distância do grupo de jogadores desde sempre. Não há desrespeito latente, mas há muita distância. E essa distância precisa ser percorrida por quem chega e por quem comanda. Talvez esse seja um dos muitos motivos que fazem com que o argentino colecione trabalhos ruins e quase sempre com ambientes questionáveis em sua carreira. Neste aspecto, os jogadores parecem tentar trazer Jorge Sampaoli pra dentro do grupo, abrindo o diálogo e buscando uma aproximação difícil.

O ambiente em que uma equipe de futebol opera tem um impacto direto em seu desempenho. Relações interpessoais saudáveis entre técnicos e jogadores contribuem para um ambiente positivo e harmonioso. Quando os jogadores sentem que fazem parte de uma unidade coesa, são mais propensos a colaborar, compartilhar conhecimentos e se apoiar mutuamente. Isso não apenas fortalece o vínculo entre colegas de equipe, mas também melhora a atmosfera durante treinos e jogos, algo que claramente tem andado faltando quando o assunto é Flamengo.

Sampaoli precisa ser muito mais flexível tática e emocionalmente. Apenas assim é possível superar o momento emocionalmente turbulento e taticamente pobre que vivemos. O maior problema é que essa descarga de alegria venha partindo sempre e apenas dos jogadores. Em última análise, as relações interpessoais entre técnicos e jogadores de futebol transcendem os aspectos puramente técnicos do esporte. Elas moldam a cultura de uma equipe, influenciam a motivação, o desenvolvimento pessoal e, consequentemente, o desempenho geral. Sampaoli segue devendo dentro e fora de campo.

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