Análise: Flamengo faz ‘dever de casa’ e começa a assimilar ideias de Sampaoli

A goleada impiedosa do Flamengo por 8 a 2 sobre o Maringá na Copa do Brasil deixou diversas impressões. A melhora do time sob o comando de Jorge Sampaoli é nítida, seja no quesito força de vontade ou na aplicação tática do elenco. No entanto, é importante destacar que, diante de um adversário bem mais frágil, o Rubro-Negro não fez mais do que o "dever de casa" no Maracanã. 

O próprio técnico argentino, em entrevista coletiva, comentou que o Flamengo poderia ter conseguido um resultado ainda melhor, algo que não teria sido anormal. Afinal, os orçamentos das equipes diferem em cerca de R$ 990 milhões. Hora de aprender com os - poucos - erros e dar ênfase aos acertos do Rubro-Negro na partida. 

O ESQUEMA

Assim como diante do Internacional, no fim de semana, o Flamengo entrou em campo sem a formação com três zagueiros. Fabrício Bruno e David Luiz compunham o miolo, enquanto Wesley e Ayrton Lucas estavam fixos nas laterais. O que se viu na prática, no entanto, foi bastante diferente, já que o camisa 6 ficou bem mais "preso na marcação", na função do terceiro defensor, enquanto o garoto do Ninho teve liberdade no ataque. 

A formação bastante ofensiva de Sampaoli deu resultados imediatos, já que o Flamengo conseguiu marcar quatro vezes no primeiro tempo, com quatro atletas diferentes: Thiago Maia, Pedro, Gabigol e Gerson, os três últimos sendo destaques da partida. O volume do Rubro-Negro, tão impressionante quanto parece, produziu 25 finalizações, sendo 17 dentro da área do Maringá. 

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As entradas de Léo Pereira, Vidal, Marinho, Victor Hugo e Matheus Gonçalves só serviram para consolidar ainda mais o esquema de Sampaoli. O chileno até chegou a conceder assistência para o terceiro gol de Pedro. Na melhor atuação do Flamengo com Jorge Sampaoli, a equipe foi superior na parte individual e coletiva. 

TRIO É PEÇA CENTRAL DE UM ATAQUE PODEROSO

Apesar de grandes exibições de Wesley e Cebolinha, por exemplo, o Flamengo teve três protagonistas na partida. Com a cara de Sampaoli, Gerson, Gabi e Pedro, já citados, dominaram cada um de seu jeito. O Coringa, sem dúvida, é o caso mais impressionante, com outro futebol desde a chegada do argentino e posicionamento cada vez mais ofensivo. As participações, diretas e indiretas, em gols do Rubro-Negro só atestam o domínio do Coringa. 

Gabi é outro que está renascendo com Sampaoli. A exibição abaixo da média diante do Internacional ficou para trás rapidamente com 104 ações com a bola, três finalizações, um gol e uma assistência. A liderança do centroavante também é muito importante, como por exemplo o pedido de "calma" ao ver o Flamengo abrir o placar com menos de cinco minutos de partida. 

Pedro é o único que não mudou da água para o vinho com Sampaoli, pois já era o vinho com Vítor Pereira. Ao lado de Ayrton Lucas, o centroavante é o grande protagonista do Flamengo em 2023 e tem média superior a um gol por partida (21 em 20 jogos). Foram quatro nesta quarta-feira, de várias maneiras diferentes: de cabeça, só empurrando para as redes e em chute colocado. Como escalar todos juntos? Esse é um problema para o treinador argentino. 

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Bem no estilo de Sampaoli, o Flamengo retorna aos treinos já nesta quinta-feira, de olho no próximo desafio do Campeonato Brasileiro. No domingo, o Rubro-Negro volta a campo para enfrentar o Botafogo, pela terceira rodada da liga nacional. A partida acontecerá às 16h (de Brasília), no Maracanã.