Análise: as lições que o Flamengo pode tirar do empate contra o Racing, na Argentina
Falhas defensivas, expulsões e tradição do adversário acendem sinal de alerta para o jogo de volta. Boa atuação de Bruno Henrique fica como principal ponto positivo do empate
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Um duelo equilibrado, uma arbitragem polêmica e uma pequena vantagem para decidir no Maracanã. Assim dá para resumir como foi para o Flamengo a partida de ida das oitavas de final da Libertadores, nesta terça-feira, na Argentina.
No empate em 1 a 1 contra o Racing, o Rubro-Negro saiu atrás do placar, reagiu de imediato, teve chance de virar, mas acabou o jogo pressionado e com um a menos. Em meio a esse roteiro de altos e baixos, o clube pode tirar algumas lições do confronto e usá-las na semana de preparação que terá até a partida de volta, no Maracanã, na próxima terça-feira.
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FALHAS PODEM CUSTAR CARO
Esse problema não é recente e continua aparecendo. Em mais uma partida, a defesa rubro-negra não conseguiu passar ilesa tampouco passou confiança à torcida. E a principal demonstração dessa insegurança foi justamente no gol do Racing, aos 12 minutos do primeiro tempo.
Filipe Luís e Gerson foram facilmente batidos, Léo Pereira errou o bote, Thuler pecou na tomada de decisão e saiu na cobertura, deixando a área livre para Fértoli marcar. Como se não bastasse, juntam-se à falha coletiva Renê, que não conseguiu antecipar o adversário, e o mal posicionado Diego Alves, que deixou espaço entre ele e a trave.
Além desse lance, o sistema defensivo voltou a apresentar problemas. O Racing criou mais duas grandes chances e os gols só não saíram pela má fase recente de Lisandro López. Quando ele enfim marcou, o gol foi anulado por falta em Everton Ribeiro. Em outro gol bem anulado - por impedimento -, o Racing ganhou três disputas na área antes de Raniero completar para as redes.
Falhas assim podem custar caro, principalmente em uma competição como a Libertadores. E, com a vantagem do 0 a 0, é justamente esse setor que pode garantir a classificação rubro-negra, se o ataque não estiver em noite inspirada na próxima terça-feira.
ESPÍRITO DE GUERRA EXAGERADO?
Outro ponto da partida que merece atenção é a questão do "espírito de guerra" de alguns jogadores do Flamengo. Sem dúvidas, para jogar a Libertadores, é preciso um comportamento e uma disposição diferentes do habitual. No entanto, só isso não adianta e pode causar prejuízo a longo prazo.
No momento que o Flamengo estava melhor na partida e buscava o gol da virada, Thuler exagerou na força no carrinho e foi expulso direto. Apesar de tocar primeiro na bola, o zagueiro rubro-negro acertou a canela do adversário e abriu margem para o VAR chamar e mudar a decisão do árbitro de campo.
Além de mudar o rumo da partida e deixar o Flamengo em uma situação delicada por 20 minutos, o lance deixa Rogério Ceni com menos uma opção na defesa para a partida de volta. Na verdade, com menos duas, já que Natan supostamente xingou o árbitro no banco de reservas e também foi expulso. No fim da partida, foi a vez de Gerson se envolver em confusão com o adversário em demonstração de "raça e determinação". Por sorte, só levou amarelo.
DENTRO DE CAMPO É 11 X 11
O cenário do Racing antes da partida era conhecido: time em má fase, quatro derrotas seguidas, lista de desfalques e crise nos bastidores. Mesmo assim, nenhum rubro-negro imaginou que seria fácil ganhar no El Cilindro e isso foi confirmado durante a partida.
Como qualquer clube argentino em competição mata-mata, o Racing apagou os problemas externos e mostrou ser um adversário competitivo - mais pela vontade e tradição do que propriamente pela bola, é verdade. Após a partida, o treinador Rogério Ceni analisou o desempenho da equipe e ressaltou a dificuldade imposta pelos argentinos.
- O objetivo principal era a vitória, até criamos oportunidades para vencer. Mas não podemos esquecer que o Racing é um dos grandes times da Argentina e é a Libertadores, uma competição difícil e muito acirrada, disputada.
IMPORTÂNCIA DE BRUNO HENRIQUE
Se os três itens anteriores acendem o sinal de alerta, a boa atuação de Bruno Henrique aumenta as esperanças rubro-negra para a partida de volta. Após algumas atuações abaixo da média em sequência, o camisa 27 reativou o modo 2019 e foi o grande destaque do Flamengo na partida.
Atuando aberto pela esquerda em um 4-2-3-1, Bruno Henrique construiu grande jogada que resultou na assistência para o gol de empate de Gabigol. Pelo mesmo lado, levou a melhor na maioria dos lances em velocidade e acertou o travessão em um belo chute, que poderia garantir a virada.
E a importância do atacante vai além desses lances e da versatilidade. Seja centralizado ou aberto, Bruno Henrique também se tornou a principal válvula de escape dos defensores rubro-negros quando são pressionados na saída de bola. Com grande impulsão e bom tempo de bola, cabe a ele ganhar a primeira a disputa no alto após lançamentos longos e manter a posse com o clube.
Se o atacante conseguir repetir a boa atuação na próxima terça-feira, meio caminho do Flamengo estará andado. Com uma semana de preparação e estudo, Rogério Ceni terá um leque de opções de como usar Bruno Henrique para explorar as fragilidades defensivas do Racing.
* estagiário sob a supervisão de Aigor Ojêda
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