Análise: Vítor Pereira ignora contexto do Flamengo e vive noite infeliz no Maracanã

Treinador toma decisões discutíveis durante o clássico estadual e termina a  partida como alvo das torcidas de Flamengo e Fluminense

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Após a derrota para o Fluminense, de virada pela Taça Guanabara, Vítor Pereira insistiu em dois pontos para explicar as dificuldades do Flamengo no clássico: os desfalques e a sequência de três jogos em oito dias. O treinador tem razão, mas, ao ignorar o contexto no qual o clube chegou nesta quarta, as suas decisões o expuseram ainda mais, e o técnico tornou-se alvo de todo o Maracanã.

Os rubro-negros o chamaram de "burro" quando o resultado ainda era favorável, enquanto os tricolores, ao celebrarem a virada e o título, foram irônicos, cantando o seu nome:" Ah, Vítor Pereira!". Uma noite infeliz para VP, que precisa encarar uma pressão cada vez maior no Flamengo.

RESERVAS EM CLÁSSICO DECISIVO

Em janeiro e fevereiro, o Flamengo frustrou seu torcedor com o vice da Supercopa do Brasil e a campanha do Mundial de Clubes. A isso, soma-se o desempenho ruim. Na semana que antecedeu o Fla-Flu, mais um vice - desta vez na Recopa Sul-Americana - e derrota em clássico para o Vasco.

Foi dentro deste cenário que Vítor Pereira optou por escalar um time praticamente reserva no Fla-Flu, apenas com Gabi, Gerson e Arrascaeta, apesar de não falar claramente que poupou os titulares.

Não bastasse todos esses fatores, o clássico ainda valia a primeira posição disputada justamente contra o Fluminense, adversário carioca que, nos últimos anos, é a "pedra no sapato" rubro-negro. Se Vítor Pereira não estava no clube para saber disso, deveria ser avisado deste 'ingrediente extra".

SUBSTITUIÇÃO DE ESTRELAS

Em campo, a equipe reserva do Flamengo repetiu os bons primeiros tempos que fez diante do Del Valle e do Vasco na semana anterior, mas também repetiu a queda de rendimento dos titulares após o intervalo. A questão física - a qual a comissão técnica e os próprios jogadores já negaram - voltou a ser perceptível em campo. Então, o Fluminense cresceu e chegou ao empate, e a resposta de Vítor Pereira o expôs de vez. No minuto seguinte ao gol de Cano, o treinador sacou Arrascaeta e Gabigol.

O empate ainda garantiria a primeira posição ao Flamengo, mas o momento do jogo era do Tricolor. As saídas das principais estrelas do time deixaram a torcida do Fluminense ainda mais confiante, os rubro-negros irritados e o seu time, em campo, sentiu. A virada parecia questão de tempo, então.

ATLETAS LESIONADOS NO BANCO?

Após o jogo, Vítor Pereira justificou as substituições - leia aqui -, mas o fato é que elas não tiveram o impacto desejado pelo treinador. A insistência em Mateusão e a ausência de Matheus Gonçalves já eram questionáveis. A não utilização de Pedro, então, tornou-se incompreensível, uma vez que o atacante estava entre os reservas, aqueceu junto com os companheiros e "iludiu" os torcedores.

Levar o camisa 9 - que ficou fora contra o Vasco devido a um incômodo muscular - para o banco foi outra decisão que "jogou contra" o próprio técnico, mais uma vez, que justificou: Pedro, assim como Varela, não tinha condições de jogo e só foi relacionado para o Fla-Flu por tratar-se de uma decisão.

No próximo fim de semana, o Flamengo terá nova decisão. Possivelmente contra o Vasco, que enfrenta o Bangu nesta quinta-feira e pode ultrapassar o rival na tabela da Taça Guanabara e chegar em vantagem para as semifinais. Se está mostrando que é capaz de fazer ajustes na parte tática do time, como a opção por uma linha defensiva com três homens e alas tem mostrado, Vítor Pereira precisa rapidamente mostrar maior entendimento do contexto em que está inserido no Flamengo.

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