João Batista Nunes de Oliveira fez história com a camisa do Flamengo. Caso o torcedor não esteja familiarizado com este nome, certamente não dá para dizer o mesmo em relação a Nunes, a sua alcunha utilizada ao longo da carreira. E o "Artilheiro das Decisões" completa 66 anos nesta quarta-feira, dia 20 de maio.
Um dos maiores ícones do Flamengo nos anos de 1980, Nunes não carregava o apelido atrelado à artilharia à toa. O ex-camisa 9 tinha um poder de decidir jogos de peso como poucos. Foi assim no primeiro título do Campeonato Brasileiro para o Flamengo em 1980 (nos 3 a 2 contra o Atlético-MG), além de decidir contra o Grêmio em 1982 (1 a 0 no Olímpico), na final do Brasileiro e fazer dois dos 3 a 0 contra o Liverpool, na decisão do Mundial Interclubes de 1981, na equipe comandada por Zico & Cia.
Recentemente, Nunes recebeu uma homenagem à altura de seus feitos pelo clube. Na Gávea, em comemoração dos 124 anos do Flamengo, em novembro de 2019, o "Artilheiro das Decisões" ganhou um busto seu e se emocionou no momento em que a estátua foi revelada.
- Eu amo essa Nação, eu amo esse clube, e me orgulho muito de ter conseguido fazer o clube campeão do mundo. Estamos torcendo para que o clube conquiste a Libertadores e o Mundial, porque a Nação pede o mundo de novo! Sou muito honrado de ter conquistado todos os meus objetivos e sonho, me orgulho muito - disse Nunes, à época.
MAIS DA CARREIRA E NÚMEROS DE NUNES
De personalidade forte, Nunes é conhecido por não ter papas na língua. Seu outro apelido, "João Danado", já havia feito sucesso no Santa Cruz, clube no qual defendeu entre 1976 e 1978, e por onde conquistou o bicampeonato pernambucano.
Natural de Feira de Santana (BA), Nunes começou a dar os primeiros passos no Confiança, em 1974. Chegou ao Rio ainda na adolescência e ingressou na escolinha do Fla aos 14 anos, mas foi dispensado quando atingiu a maioridade pois dirigentes acharam que ele não tinha futuro - em situação semelhante à vivida por Pedro, recém-contratado para o time de Jorge Jesus. Passou ainda pelo Fluminense (1978/1979) e pelo Monterrey, do México (1979).
Retornou à Gávea no ano seguinte para virar ídolo. Atuou no Flamengo por oito anos, fez 214 jogos e marcou 99 gols - 51 deles na temporada de 1981. No Rubro-Negro, conquistou quatro Brasileiros (1980, 1982, 1983 e 1987), um Estadual (1981), além da Libertadores e do Mundial Interclubes de 1981.
A partir de 1983, seu espaço no Flamengo foi diminuindo e acabou emprestado a clubes como Botafogo (1983), Náutico (1985), Boavista de Portugal (1985/1986), Santos (1985), Atlético-MG (1986) e Volta Redonda (1987). No Brasileiro de 1987, conquistado pelo clube da Gávea, fez poucas partidas. Depois de sair definitivamente do Rubro-Negro, ainda jogou no Deportivo Tiburones, de El Salvador (1988 a 1991), no Flamengo de Varginha (MG), em 1991, e encerrou a carreira no Olaria, em 1992.
Em 1978, foi convocado para os treinos da Seleção Brasileira que disputaria a Copa do Mundo, na Argentina, porém se machucou e ficou fora do Mundial.
Após se aposentar como jogador, fez alguns trabalhos como treinador, mas a então nova carreira não deslanchou. O ídolo rubro-negro não acabou tendo sucesso quando tentou lançar dois discos de pagode. Atualmente defende a equipe master oficial do Flamengo, ao lado de ex-companheiros do clube.