Risco na Libertadores e atuações: os passos do desgaste de Abel no Fla
Treinador balança às vésperas de partida decisiva contra o Peñarol (URU) pela Libertadores e trabalho é questionado: risco no torneio, atuações ruins e críticas da torcida pesam
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O status atual vivido por Abel Braga é pouco comum na sua carreira: está pressionado. Após anos de blindagem e idolatria durante as passagens recentes por Fluminense e Internacional, o treinador vê o seu trabalho ser questionado às vésperas da partida contra o Peñarol (URU), que decide a vida do Flamengo na Copa Libertadores. Entretanto, a frigideira rubro-negra vem desde o início do ano.
Contratado em dezembro de 2018, Abel foi escolhido para recuperar o "DNA Rubro-Negro" com seu estilo enérgico e bom de vestiário. A seu favor, um elenco estrelado com nomes como Diego Alves, Diego Ribas, Éverton Ribeiro e as contratações de Gabigol, Arrascaeta - que viriam a se tornar dores de cabeça - e o seu maior desejo: Bruno Henrique. Abel teve tudo: contratações, salário em dia e um elenco milionário.
Entretanto, dentro de campo, as atuações deixaram a desejar. Mesmo contra adversários menos expressivos, as vitórias surgiam através dos talentos individuais e não por uma superioridade tática. A derrota para o Fluminense, na semifinal da Taça Guanabara, fez explodir a primeira chuva de críticas. A pressão sobre o treinador começou naquela partida.
Entre as críticas, as titularidades incontestáveis de Willian Arão, classificado como peças de equilíbrio da equipe, e Diego Ribas, tido como líder do elenco, foram questionadas. Além claro, da lateral-direita com Pará e Rodinei. Ao fundo, o esquecimento do uruguaio De Arrascaeta, que amargava o banco de reservas e tinha poucos minutos em campo, se tornou um problema.
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A estrela do uruguaio brilhou na Taça Rio, quando a equipe reserva do Flamengo venceu o Vasco na decisão, com direito ao camisa 14 marcando nos acréscimos. Desde então, a titularidade arrancada "na marra" virou contestação ao treinador. Nem o título do Campeonato Carioca apagou os problemas vividos pela equipe dentro de campo. A troca de posições, que fez Gabigol cair de rendimento atuando na ponta, também virou um problema.
O reflexo veio na Libertadores. O Flamengo amargou duas derrotas seguidas que podem ser decisivas no torneio: contra o Peñarol, no Maracanã, e contra a LDU (EQU), na altitude de Quito. Resultados que transformaram uma classificação tranquila em um jogo de vida ou morte em Montevidéu, na próxima semana. Além disso, a equipe sofreu gol em 75% dos jogos no ano.
Por fim, a derrota para o Internacional, na segunda rodada do Campeonato Brasileiro, ligou o alerta na Gávea. Abel pode até não ser demitido, mas não está mais tão confortável no cargo. As partidas contra o São Paulo, no próximo domingo, e contra o Peñarol, na quarta-feira, serão decisivas para o treinador.
DECLARAÇÕES NÃO CAEM BEM
Outro ponto bastante questionado é o comportamento de Abel Braga fora de campo. É comum vê-lo confundindo o Flamengo, clube que treina atualmente, com o Fluminense, equipe que dirigiu no ano passado. Foram três vezes onde tais declarações em coletivas, antes tratadas como engraçadas, começaram a incomodar.
— … Coloquei o Gabriel (Gabigol) pelo lado direito, este jogo coloquei ele por dentro, foi interessante o quarto gol do ‘Fluminense’ (Flamengo). A saída, em um toque, e a velocidade que deu na jogada… -, disse o treinador à época.
— … O ‘Fluminense’ (Flamengo) é a equipe com o melhor ataque do Campeonato, sofreu um gol. Não foi uma jogada criada. Nesse momento, claro que chamamos a atenção do atleta, mas temos que dar muito mais força para ele. Não pode abaixar a cabeça... -, confundiu o treinador.
Além disso, a partida contra o Internacional, no último domingo, foi além da derrota dentro de campo. Fotos de Abel Braga jantando com o ex-presidente do clube gaúcho, a declaração sobre o Beira-Rio ser o estádio mais bonito do Brasil, e classificar como "normal" a derrota, revoltaram os torcedores.
- É maratona, segunda rodada. Chegar aqui e perder para o Inter não é o que nós queríamos, se não dá para ganhar, é tentar não perder. Mas é um resultado normal, assim como seria se tivéssemos vencido. Mas nunca temos que reclamar, primeiro que adversário tem valor e segundo que erramos um pouco a mais da conta - declarou.
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