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Ceni questiona e ‘estranha’ maior tempo para descanso de concorrentes do Flamengo: ‘Me deixa preocupado’

Técnico do Rubro-Negro teceu críticas acerca da tabela do Brasileirão, no qual o clube carioca volta a depender apenas de si para ser campeão 

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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 04/02/2021
22:51
Atualizado em 04/02/2021
23:57

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Após longa conversa no vestiário com o elenco, cerca de uma hora depois da vitória do Flamengo sobre o Vasco, Rogério Ceni compareceu à sala de imprensa do Maracanã para analisar o triunfo por 2 a 0, pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro, que colaborou para encurtar a distância para o Internacional (líder), agora dois pontos à frente do clube carioca. Além disso, fez questionamentos a respeito do calendário.

Na visão de Ceni, a tabela tem dado mais tempo aos rivais diretos na briga pelo título para descansar.

- Me dá medo sempre o terceiro jogo em quatro dias, mas acho estranho outra coisa: Inter e Atlético-MG jogam na quarta (dia 10), e o Flamengo vai jogar no domingo (7). É uma pena, não entendo porque o Flamengo nunca tem esse dia a mais, sendo que a rodada só termina três dias após nosso jogo. É uma pergunta que me deixa preocupado. Esses dois dias vão ser mais para descansar e analisar como faremos para domingo. Foco, não acredito que falte, e espero que também não falte perna - comentou o técnico.


> Confira e simule a tabela do Campeonato Brasileiro

Rogério Ceni também falou sobre as possibilidades para o Octa, que agora volta a depender apenas do Rubro-Negro para ser concretizado. 

- Eu vejo cada jogo da mesma maneira, às vezes não vem o resultado, como aconteceu contra Fluminense e Ceará. Trabalho da mesma forma todos os dias. Vim com o objetivo de trabalhar muito e ter a oportunidade de brigar pelo título. Hoje, o Flamengo se aproxima dessa briga. O caminho é longo, mas temos possibilidades.

Neste momento, o Flamengo está com 64 pontos, agora a dois atrás do Internacional (líder), que empatou na noite. O próximo jogo será contra o Red Bull Bragantino, neste domingo, fora de casa e pela 35ª rodada do Brasileirão.

Confira outros trechos da entrevista coletiva:

SAÍDA DE GABIGOL

- Eu acho que nenhum jogador gosta de ser substituído. Eu acho que cada um tem um comportamento e age de uma maneira. Conheço o Gabriel, trabalho com ele todos os dias. Sei que ele queria ficar mais tempo em campo, mas temos também o Pedro. É um jogador importante. Naquele momento precisava de um jogador para segurar a bola para a chegada dos outros jogadores. Logo depois até saiu o gol. Não há problema nenhum.

Ele se doou muito em campo, fez a recomposição. Centroavante normalmente é mais fominha. Vai chegar um momento em que ele e o Pedro estarão em campo juntos, outras ele será substituído.

DIEGO RIBAS E GERSON LADO A LADO

- A sincronia passa pelo treinamento. Essa dupla nunca jogou junta um jogo começando, eu não lembro pelo menos de ter visto. É lógico que todos nós que tomamos decisões dentro de um campo, num treinamento, por exemplo trazer o Arão para a zaga, claro o Arão não é zagueiro de origem, mas a percepção de um treinador quando ele vê a opção, principalmente com a ausência do Rodrigo, que tem muito boa saída de jogo... São duas mudanças bem óbvias que ficaram claras: o recuo do Arão para a zaga com a qualidade do Diego no meio. Diego com espírito de luta, é um cara que contagia a todos, motiva todo mundo. E ele está se doando porque é um 10 de origem. Hoje ele faz muito melhor essa função, de frente para o jogo, pela qualidade que tem. Normalmente o Diego trabalha mais atrás do que o Gerson. Em determinado momento do jogo, quando joga lado a lado, aí sim a gente alterna as subidas. Se não, você vai ver o Gerson, principalmente quando é marcação, no momento de saída de bola do adversário, o Gerson jogando mais assim. É uma determinação que a gente treina, repete todos os dias. Claro que ainda vão faltar ajustes. Repito: o Diego não é o um primeiro volante. São no mínimo dois (camisas) oito para não dizer dois dez jogando no meio de campo. Mas a qualidade da posse, do controle de jogo, passa muito, sem dúvidas, por ter dois volantes dessa qualidade, mas especialmente por ter trazido o Arão para trás na ausência do Rodrigo Caio.

Rogério Ceni - Flamengo
Ceni mostrou certo descontentamento com a tabela do Brasileirão (Foto: Alexandre Vidal / Flamengo)

IMPORTÂNCIA DE BH

- O Bruno Henrique não se destaca só nos clássicos. Na grande maioria do jogos, é um jogador que ou dá assistência ou faz gol, como foi hoje o segundo gol. É um jogador importantíssimo para mim. Cem gols na carreira hoje, fiquei feliz... No último jogo, assistência. Nesse, gol. É um jogador imprescindível, bom no jogo aéreo, jogador que tem velocidade, explosão, boa finalização com pé direito, cabeceio com tempo de bola fantástico. É um jogador extremamente querido por todos, que trabalha muito, merece realmente todos os elogios e viver uma fase, um momento bom como ele já viveu em 2019. Está novamente readquirindo a confiança para jogar.

CONTESTAÇÕES À ARBITRAGEM

- Antes de responder sobre os que acumulam dois cartões... A arbitragem do Klaus é a melhor para mim, mas no caso do Diego é curioso. Uma bola dividia, ao meu ver, estava bem na minha frente, ele salta, bate a cabeça, cabeça com cabeça, e ele toma um cartão amarelo... Aí tem um pênalti a nosso favor, o jogador que evita uma chance clara de gol e ele já tinha amarelo. Chama o VAR, vê o pênalti. Eu obviamente não tenho conhecimento tão profundo quanto a arbitragem da regra, mas eu acho estranho como, num contato no meio do campo, toma um 3º cartão e desfalca a gente para o jogo de domingo, e num pênalti claríssimo não há o segundo cartão amarelo.

JOGADORES PRESERVADOS?

- Sobre os outros, eu tenho João Gomes, Gabigol, João Lucas, Gustavo (pendurados). Sem dúvida, quando a gente pode preservar um jogador que está pendurado e que é importante, se ele tiver no minuto 65, 70, e a gente vê também a necessidade de uma outra característica de jogo, nós temos que fazer a substituição necessária. 50% para preservar e outra metade por necessidade que o jogo pede.


O QUE MUDOU NO FLA

- Falar sobre antes da minha chegada é muito difícil, muito delicado, porque você tem que falar do trabalho de outro profissional. O que eu posso falar é que nós estamos jogando com uma intensidade um pouco maior nesses últimos jogo, acho que o time vem crescendo, me dá medo o terceiro jogo em três dias, porque acho estranho outra coisa: Inter e Atlético-MG, por exemplo, que estão mais próximos da gente, jogam na quarta-feira, só o Flamengo joga domingo. O Flamengo enfrentou um time que vinha de quatro dias de intervalo e vai enfrentar um time no domingo que chega com quatro dias de descanso. De descanso, não, de intervalo. E nós estamos vindo sempre com três. Semana passada foi a mesma coisa: jogamos segunda, quinta e domingo. Agora a mesma coisa. Se a rodada acaba só na quarta, por que nós não podemos estender um dia? Essas 24 horas a mais seriam muito importante para nós, para a recuperação dos jogadores. Parece que não, mas 24 horas, de três para quatro dias é uma mudança drástica na recuperação. Não sei o que acontece...

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