Com jovens na mira da Europa, Flamengo tem semana decisiva para se aproximar da meta de vendas
Com uma diferença negativa de R$ 62 milhões no balanço de compras e vendas, clube alertou no último relatório sobre a necessidade de ‘manter o ciclo de vendas ativo’<br>
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O fim da janela de transferências na Europa, marcado para a próxima quinta-feira, liga um sinal de alerta no Flamengo. O clube carioca tem uma semana decisiva pela frente se quiser negociar jogadores com o Velho Continente e se aproximar da meta de vendas prevista no orçamento.
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De acordo com o orçamento de 2022, o Flamengo prevê receber 27 milhões de euros em vendas de jogadores. Na cotação de dezembro de 2021, época em que o documento foi aprovado pelo Conselho Deliberativo, esse valor representava cerca de R$ 186 milhões.
Até o meio do ano, o clube faturou R$ 65 milhões com a negociação de direitos econômicos. O destaque foi a transferência de Michael para o Al Hilal, da Arábia Saudita, que rendeu R$ 45 milhões aos cofres rubro-negros. Confira, a seguir, os valores divulgados no último balancete.
Vendas do Flamengo no primeiro semestre de 2022:
- Bill (Dnipro-1) - R$ 2,2 milhões
- Kayque Soares (Al Ahli) - R$ 1,6 milhões
- Max (Colorado Rapids) - R$ 4,2 milhões
- Michael (Al Hilal) - R$ 45,2 milhões
- Piris da Motta (Cerro Porteño) - R$ 5,7 milhões
- Hugo Moura (Athletico) - R$ 6,6 milhões
TOTAL - R$ 65,5 milhões
No início do segundo semestre, o Flamengo acertou as transferências de Arão e Gustavo Henrique para o Fenerbahçe. O volante foi em definitivo por 3 milhões de euros, enquanto o zagueiro foi por empréstimo e rendeu 1,4 milhão - totalizando 4,4 milhões de euros (R$ 22,4 milhões) nas duas negociações.
Dessa forma, o clube rubro-negro acumula cerca de R$ 88 milhões com a venda de jogadores no ano e precisa de mais R$ 98 milhões para atingir a meta estabelecida no fim de 2021.
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“É necessário manter o ciclo de vendas ativo”
Um outro fator explica a necessidade do Flamengo em negociar jogadores do elenco: a diferença negativa de R$ 62,2 milhões no balanço de compras e vendas. O clube ainda tem R$ 172,5 milhões a pagar em parcelas de contratações antigas, enquanto a verba a receber é de R$ 99,3 milhões.
O relatório financeiro do primeiro semestre aponta que será necessário vender atletas para equilibrar esses valores.
- Tal amplitude de valores indica que é necessário manter o ciclo de vendas ativo, aproveitando as oportunidades do mercado, dado que existem ainda valores de compras de jogadores a liquidar em 2022 e 2023 e que preferencialmente precisam ser adimplidos com recursos das operações do clube, especialmente num momento em que os financiamentos se tornaram mais caros no mercado, em função das crises nacional e internacional que vêm impactando a todos.
Esta diferença nos valores de compra e venda aumentou ainda mais após a janela de transferências do meio do ano. A diretoria rubro-negro foi ativa no mercado e investiu nas chegadas de Pulgar, Varela, Vidal e, principalmente, Everton Cebolinha, que custou cerca 13,5 milhões de euros. Os números exatos dessas transações serão divulgados somente no próximo balancete.
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Jovens na mira do futebol europeu
Diante deste cenário financeiro, é de se imaginar que o Flamengo tenha que fazer caixa com a saída de mais jogadores até o fim do ano. E, com o clube firme na briga por três títulos, a venda de jovens pode ser a solução para não desfalcar o time titular.
O nome de Lázaro é o que aparece mais forte no mercado. O jovem atacante vive a melhor temporada na carreira e atraiu o interesse do West Ham, da Premier League. A primeira proposta inglesa foi de 5 milhões de libras (R$ 30 milhões) e foi recusada pelo Flamengo, que fez uma contraproposta e aguarda a posição dos Hammers.
- De fato, teve a proposta, e o Flamengo entende que ela tem que ser melhorada. Se vai ser melhorada ou não, não depende da gente. Estamos aguardando. O Lázaro é um jogador muito importante, a gente conta com ele. Depende muito mais de quem quer comprar, porque a gente não quer vender. Eles já sabem o valor que a gente quer - disse Marcos Braz, em conversa com a equipe do De Primeira.
Outros crias da base rubro-negra, Victor Hugo e Matheus França também despertam interesse do futebol europeu, mas não devem sair nesta janela. Ambos têm contratos longos com o Flamengo e são tratados como joias pela diretoria rubro-negra, que adota cautela e vislumbra vendas no patamar de Vinícius Júnior, Paquetá e Reinier.
Em negociações para uma possível renovação, João Gomes seria outra possibilidade para alcançar a meta de vendas com facilidade. A importância do atleta no elenco e a proximidade com as fases finais das competições, no entanto, pesam contra uma possível negociação do volante neste momento.
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Premiações e "Matchday" podem ajudar
Bater a meta de vendas (27 milhões de euros) é importante para equilibrar as finanças e atingir a receita de R$ 1 bilhão prevista no orçamento, mas não representa uma grande pressão no Flamengo.
De acordo com o último relatório, o clube tem R$ 130 milhões em caixa e vive situação econômica confortável. Esse cenário, inclusive, deixa a diretoria em uma melhor posição para negociação de valores.
Além disso, o Flamengo está próximo de superar as metas esportivas nos mata-matas (semifinais de Copa do Brasil e Libertadores) e pode receber um valor maior que o previsto em premiações e direitos de televisão.
Outra fonte de receita que pode superar as expectativas é o de "Matchday" (bilheteria e sócio-torcedor). No primeiro semestre, foram R$ 65 milhões neste quesito. Com o clube em grande fase e disputando jogos decisivos com frequência, o valor anual deve ser maior que os R$ 151 milhões previstos no orçamento.
Caso essas fontes de receita realmente superem as expectativas, os valores "excedentes" podem cobrir a quantia inferior de vendas e permitir que o Flamengo termine o ano com as finanças equilibradas e com o elenco intacto.
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