Como vai jogar o Flamengo de Tite? Primeiras ideias expostas pelo técnico ‘dão tom’ ao início de trabalho

Depois de uma semana comandando as atividades no Ninho do Urubu, Tite foi oficialmente apresentado pelo Flamengo. Em entrevista coletiva, o treinador falou sobre o novo desafio e as projeções para o trabalho. A partir das declarações, o Lance! avalia os próximos passos de Adenor de acordo com as primeiras ideias expostas.

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Sem enrolação, Tite fez questão, primeiro, de explicar os principais pontos que o fizeram voltar atrás na ideia de não trabalhar em 2023 e aceitar o desafio Flamengo. "Quatro anos de clube, a estabilidade que ele tem, a torcida e o quanto ela te incentiva e mobiliza para tal. A estrutura como a do Ninho, o grupo como joga, as pressões que têm. o desafio da obra, o estado onde eu nunca trabalhei."

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Depois de apontar as razões que o convenceram a acertar com o Flamengo, Tite falou sobre os primeiros momentos no Ninho do Urubu, e aí já surge um ponto importante: as mudanças que já começaram a ser implementadas e que seguem o padrão do futebol praticado pelos times de Adenor.

- Primeiro, conhecimento humano, dos funcionários. Depois com os atletas, e três por videoconferência (os convocados), para mostrar a importância do trabalho todo. Depois as informações, implementação das fases ofensiva, defensiva e de bola parada. A gente já implementou de uma forma bastante rápida - disse.

E aí vale destacar, principalmente, a implementação das "fases defensiva e de bola parada". Muito se fala sobre o Tite ser retranqueiro, e não, ele não é. Adenor passeia entre equipes ofensivas e mais conservadoras, mas com um ponto de equilíbrio forte para garantir a transição. E essa cautela defensiva vai ser extremamente importante para o Flamengo, que sofreu com o setor em 2023. Nenhum dos dois técnicos anteriores conseguiu fazer o Rubro-Negro ser seguro o suficiente na parte de trás.

Em comparação com a Seleção Brasileira, por exemplo, um dos pontos fortes da passagem de Tite foi, justamente, a segurança defensiva da equipe. Não era sobre a linha de jogadores em si, mas pelo conjunto da obra que fazia a Amarelinha ser consistente, pouco vazada e referência no setor.

Voltando ao Flamengo, o técnico falou sobre manter o DNA ofensivo-criativo da equipe, com infiltração e verticalidade, mas novamente bateu na tecla do equilíbrio como ponto fundamental. E convenhamos que não é possível alcançar excelência sem uma defesa sólida e organizada, ainda que o time tenha um ataque potente. Em algum momento, a falta de sintonia entre os setores vai pesar negativamente, como ocorreu em 2023.

- O jogo é um mecanismo vivo, mas parte de alguns princípios. Você manter a posse de bola, porque historicamente ser criativo e ofensivo está no DNA do Flamengo. E vai continuar sendo dessa forma, porque o técnico tem que se adaptar aos atletas e à equipe, não o contrário. Temos que controlar o adversário, não dar oportunidade de finalização. Fazendo isso, estaremos mais próximos de vencer - afirmou.

Com a defesa sólida, Tite olha com carinho para o ataque rubro-negro. Gabigol e Pedro jogam juntos? Como fica a variação com a boa fase de Bruno Henrique? E os pontas criativos com capacidade de profundidade e infiltração, como Cebolinha e Luiz Aráujo? O novo técnico também explicou, inicialmente, as possibilidades.

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- Eu conversei com Gabi e Pedro a respeito, e sobre a possibilidade de utilização dos dois. Sim, o conjunto da obra com o Bruno começa a ter uma variável maior. Com o Bruno ou Cebolinha, Luiz, que são jogadores verticais, agudos, pode ter aquilo que a estrutura possa balançar. Jogar bem é jogar bem nas fases ofensivas e defensivas, nas bolas paradas. Quando alguma coisa dessas não funcionar bem, você estará mais longe da vitória - disse.

Com base nas primeiras declarações, o que se pode esperar é um Tite pragmático. Um Flamengo defensivamente seguro, com boa transição para o ataque, de modo a atingir o principal objetivo da temporada 2023: a classificação direta para a Libertadores.

As possíveis variações táticas vão surgir com o tempo e vão ser adaptadas ao adversário, no melhor estilo Adenor Bachi. Ademais, resta ao Rubro-Negro entender que "equilíbrio é tudo", e que não basta uma equipe com um poderio ofensivo imenso se a parte de trás continuar sendo um calcanhar de Aquiles.