Crise no Flamengo é escancarada, e questionamentos sobre parte tática de Renato entram em pauta
A pressão em cima de Renato cresceu, sobretudo, nos últimos quatro jogos, quando ficou clara a dificuldade do Fla em furar defesas bem postadas e recuadas no campo de defesa
- Matéria
- Mais Notícias
Não só a eliminação da Copa do Brasil, mas a maneira como aconteceu, expuseram uma crise interna no Flamengo, nesta quinta-feira. Dentro deste cenário, o técnico do Rubro-Negro ficou em evidência. Não por acaso, Renato Gaúcho colocou o cargo de treinador à disposição, mas foi demovido da ideia pelo VP de futebol, Marcos Braz, e o diretor de futebol, Bruno Spindel.
Relacionadas
> ATUAÇÕES: Michael se salva na eliminação do Flamengo da Copa do Brasil
A pressão em cima de Renato cresceu, sobretudo, nos últimos quatro jogos, quando ficou clara a dificuldade do Fla em furar defesas bem postadas e recuadas no campo de defesa. Na semifinal da Copa do Brasil, por exemplo, após abrir o placar, o Athletico-PR começou a se defender no 5-3-2 e apostar nos contra-ataques para vencer a partida. A estratégia funcionou, e o time de Alberto Valentim triunfou por 3 a 0 em pleno Maracanã.
Desse modo, a torcida no estádio externou insatisfação com Portaluppi e gritou "Mister, Mister", uma referência ao ex-treinador do Fla Jorge Jesus. Os questionamentos, inclusive, não se limitam às arquibancadas. Internamente, conforme informou primeiramente o jornal "O Dia", há relatos de que Renato demonstra pouco conhecimento tático e que dificilmente apresenta novidades na metodologia.
Fora isso, há depoimentos de que Alexandre Mendes, auxiliar técnico de Renato, comanda uma parte significativa das atividades. A prática não é incomum desde que o treinador comandava o Grêmio.
A questão tática, vale lembrar, sempre foi questionada ao longo da carreira do treinador. E, durante as coletivas de imprensa, o treinador costuma se esquivar de comentar o assunto.
Após a vitória sobre o Barcelona de Guayaquil, pela Libertadores, por exemplo, um repórter lhe perguntou sobre a parte tática do Flamengo. Renato, por sua vez, frisou que fala, sim, sobre tática com o grupo e que, caso fizesse isso em público, estaria realizando o trabalho dos jornalistas.
- O importante é treinar a minha equipe do jeito que eu gosto, sempre uma equipe ofensiva. Temos três maneiras de jogar: marcação alta, marcação média e marcação baixa. Dependendo das circunstâncias da partida, dependendo do que o adversário quer, dependendo do que o Flamengo precisa também.
- Falar de parte tática eu tenho que falar com meu grupo. Vejo pouquíssimos treinadores tanto no Brasil e principalmente na Europa falar de parte tática. Parte tática é para os comentaristas, é para quem trabalha na imprensa, para eles comentarem a parte tática de um treinador, de uma equipe. De parte tática, eu tenho que falar com o meu grupo, mostrar para eles do jeito que eu gosto que o Flamengo jogue e eles já assimilaram a nossa maneira de trabalhar. Se eu começar a falar da parte tática em público, vou estar fazendo o trabalho do jornalista. O jornalista é pago para criticar ou para comentar, eu sou pago para treinar minha equipe e para que eles apresentem seu melhor dentro do campo.
> Veja e simule a tabela do Brasileirão
Outro momento da carreira do técnico Renato Gaúcho que chama a atenção foi quando conquistou a Copa do Brasil de 2016 pelo Grêmio. Na ocasião, ele ironizou quem precisa ir à Europa estudar e destacou que futebol é como andar de bicicleta.
- Quem precisa aprender, estuda, vai para Europa, quem não precisa vai para praia. Eu falo isso, e muitos criticaram. Disseram: estão trazendo um treinador que estava jogando futevôlei. Eu pergunto: "e agora? E ai?" Futebol é como andar de bicicleta. Quem sabe, sabe. Quem não sabe, vai estudar
GESTOR DE GRUPOS
Antes mesmo de chegar ao Flamengo, Renato já era conhecido não só pela capacidade de gerir bem o grupo, como também de recuperar jogadores em baixa - no Grêmio, por exemplo, foram os casos de Diego Souza, Cortez, Edilson e outros.
No Fla, não foi diferente. Vitinho e Michael, que estavam em baixa com a torcida, cresceram de produção e viraram peças importantes para o time de olho no restante da temporada. O primeiro é um dos líderes da equipe em assistências e, em entrevista exclusiva ao LANCE! no começo do mês, exaltou Renato.
- O Renato trouxe sua experiência, mudou o ambiente e nos deu a liberdade de exercer a função que nos sentimos melhor dentro do sistema que jogamos, ajustou a marcação para a maneira que ele gosta. Essas ideias trouxeram resultados positivos - disse Vitinho.
No caso do segundo, é possível ver que Michael e Renato Gaúcho tem uma relação próxima. Portaluppi já brincou com o camisa 19 sobre seu "DVD", e o atacante, por sua vez, habitualmente, elogia o professor.
- Eu tenho vivido um momento muito feliz aqui dentro. Eu considero muito ele (Renato) pelo carinho, atenção que ele me deu desde sempre. Como brinco todos os dias no CT, ele é como um paizão mesmo, me dá apoio, carinho, conselho, puxa a minha orelha também quando precisa, mas sou muito grato pelo que ele fez na minha vida, e aos meus companheiros, porque sem eles não tínhamos conseguido vencer hoje - disse Michael, em entrevista ao "Premiere'.
Mais lidas
Newsletter do Lance!
O melhor do esporte na sua manhã!- Matéria
- Mais Notícias