Crônicas da Liberta: Flamengo nada de braçadas rumo ao copeirismo
Na defesa da taça continental, o Rubro-Negro estreou na Libertadores-2020 com vitória sobre o Junior Barranquilla, por 2 a 1, na Colômbia
Gol no último lance de ataque em 2019 e gol no primeiro lance de ataque em 2020. Uma coincidência (ou não) emblemática e que realça a postura impetuosa do time de Jorge Jesus, que, mesmo quando não está na zona de conforto, tem a tal “casca” para decidir.
Em 2019, o motor foi ajustado com contrações pontuais. Jesus, o piloto escolhido para desbravar o continente, apareceu circunstancialmente, mas não tardou a engrenar e a transmitir confiança aos seus pares, antes desconfiados quanto à Libertadores.
A chave virou de vez quando Diego acreditou na fome de Gabigol, que apontou para o espaço onde a bola decolaria e, segundos depois, eternizaria o lance mais memorável para o rubro-negro em 38 anos.
Ali, um gigante ficou para trás.
Já na última noite, foi a vez do Junior Barranquilla, que, embora não chegue perto das dimensões do River Plate, jogou "à Libertadores": priorizou o choque físico, picotou jogadas e, em diversos momentos, não permitiu que o Fla, sem quatro titulares, controlasse o jogo como está habituado.
E o flamenguista sabe como poucos que o cenário na Colômbia, em outrora, seria fatal para um tropeço.
Porém, como o simbólico Willian Arão destacou recentemente, "hoje o time tem mais coragem para se impor e mandar recado aos adversários". E assim o fez em Barranquilla, com requintes de classe de Everton Ribeiro (2 a 1).
Resiliente, o Flamengo ratificou que nada de braçadas rumo ao copeirismo na América.
* Lazlo Dalfovo é setorista do Flamengo e escreverá crônicas como esta após os jogos do clube na Libertadores-2020