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Dome desabafa e elogia superação do Flamengo: ‘Libertadores não é só técnica, é também coração’

Técnico rubro-negro falou em tom de desabafo, sobretudo envolvendo as demissões em profusão no Brasil, após a vitória sobre o Barcelona-EQU, por 2 a 1

Barcelona SC x Flamengo
Domènec Torrent viu o Flamengo superar adversidades e vencer o Barcelona-EQU por 2 a 1 (Foto: AFP)

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O técnico do Flamengo foi à entrevista coletiva nesta terça-feira, após a dramática vitória sobre o Barcelona-EQU (2 a 1), em Guayaquil, com um tom de desabafo quanto à pressão sofrida nos últimos dias. E o catalão também fez questão de enaltecer o desempenho do elenco, que não contava com 11 jogadores (sete por Covid-19, um por suspensão e o restante por lesão).

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Ao analisar o contexto da partida, cujos mandantes pressionaram no segundo tempo, aproveitando a queda física rubro-negra, Dome ainda alertou para possíveis novos casos de Covid-19. E citou o "coração" dos atletas:

- Não sei o que vai acontecer amanhã, porque vamos fazer exames amanhã e podem ter mais jogadores positivos. No segundo tempo, jogaram com bolas muito longas por trás dos zagueiros e ganhando as segundas bolas. Tivemos problemas, mas quando fizeram 2 a 1, podíamos fazer mais gols. Isso acontece nos jogos: quando você está um gol acima, tem problemas. Estou agradecido pelo esforço, porque sei que não é fácil. Não só pela derrota muito difícil para nós de 5 a 0, mas era importante ganhar o próximo jogo. Vocês sabem melhor que eu que Libertadores não é só técnica, é também coração. E mostraram isso - disse Torrent, em entrevista coletiva.

- Como jogamos os primeiros 35 minutos? Como treinamos ontem. Depois, o cansaço e tudo. Um dia foi o vulcão, outro dia.. Isso não é desculpa, é verdade. Estou muito agradecido pelo esforço que fizeram os jogadores, porque não é fácil - completou.

PRESSÂO E 'LOUCURA'

Domènec Torrent ainda respondeu sobre a pressão que vive no Fla, sobretudo após a acachapante derrota por 5 a 0, sofrida na última quinta-feira. O catalão falou a respeito da demissão em profusão de treinadores no Brasil e, em seguida, argumentou citando o exemplo de Jürgen Klopp no Liverpool.

- Não estamos 50 dias no Brasil. Não treinamos 50 dias. Só gente que jogou futebol, que foi técnico, pode compreender isso. Isso não é verdade. Treinamos juntos por 10 dias. Estamos viajando todo o tempo, e amanhã terão que descansar e fazer recuperação. Quando falo, não é o Dome, mas qualquer treinador, porque respeito muito os treinadores. Na quarta rodada já tem sete treinadores fora. Isso é uma loucura. Como avaliar o trabalho de um técnico?

- Podemos lembrar de Jurgen Klopp, o que aconteceu no Liverpool. Nos três primeiros anos, não ganhou nada. Mas no primeiro nada renovaram o contrato. Agora têm uma equipe maravilhosa. Preciso que entendam também isso. Um time não é desligar e apagar a luz. Precisa de tempo e de trabalho. Se você quer jogar um pouco diferente como jogamos. Concordo com você, temos que ser consistentes, não jogar 35 minutos. Mas para isso precisamos de treinos, também fisicamente, porque estamos nove dias no Equador, mas se vocês não entenderem isso, não posso explicar. Qualquer técnico brasileiro precisa de tempo, não só o Dome - emendou o técnico do Fla, que agora soma nove pontos no Grupo A da Libertadores, após quatro rodadas.

Confira outros trechos da entrevista coletiva de Dome:

CONTINUIDADE DO TRABALHO

- Que continuidade? Eu não controlo. Só estou focado em trabalhar muito duro. Se não entendem isso, não entendem nada. Quando um técnico perde uma partida, está fora. Talvez por isso o futebol na Europa seja diferente, os técnicos têm mais tempo. Eu entendo a torcida por perder por 5 a 0. Eu como técnico nunca perdi por 5 a 0. Tenho que estar focado em trabalhar. Hoje jogamos maravilhosamente bem 35 minutos, temos que jogar mais tempo. O que falam lá fora é sempre o mesmo. Tenho que aceitar isso, porque sou técnico do Flamengo, mas lembrem que nenhum clube no Brasil ganha todos os anos. A diferença agora é isso.

CULTURA QUANTO A TÉCNICOS NO BRASIL

- Se não querem mudar o que acontece com os técnicos no Brasil, vão ter um problema no futuro. Eu tenho já idade, experiência. O mais importante é estar focado, melhorar o elenco, jogar melhor. Não é suficiente jogar 35 minutos. Eu sei. Mas se vocês não sabem o que aconteceu aqui. Em dois dias não pudemos treinar. Para mim, a pressão não existe. A pressão é para a diretoria. Porque leem na imprensa, assistem à televisão. Eu não posso controlar isso, mas não quero perder nenhum segundo do meu trabalho nisso. Não posso controlar o que acontece fora.

MAIS SOBRE TREINOS

- Quando falo que precisamos treinar... Hoje só treinamos juntos em 10 dias. Amanha quando chegarmos, os jogadores vão fazer recuperação, outros vão treinar. Isso significa que temos que treinar mais tempo.

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