Não que seja exclusividade do "corredor central". O Flamengo tem visto todos os seus setores inconstantes neste início de trabalho de Paulo Sousa, mas os volantes, que têm sido alterados constantemente no rodízio do Mister, não têm entregado a intensidade e efetividade que o esquema atual pede. Na derrota diante do Fluminense por 2 a 0, pela ida da final do Carioca, Arão deixou a desejar e não acompanhou o bom rendimento de Gomes, por exemplo.
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Arão e Gomes desperdiçaram sete bolas cada, mesmo diante de um Fluminense com um bloco baixo na marcação. Já na criação, nem Arão nem João conseguiram articular jogadas e estiveram distantes da linha ofensiva, como o próprio Paulo Sousa destacou em entrevista coletiva. Ao menos Gomes conseguiu se destacar nos desarmes (seis).
Nos dois últimos jogos, o português apostou em Willian Arão e João Gomes, aliás. Thiago Maia e Andreas Pereira, outrora titulares do Flamengo, foram escanteados e não ganharam minutagem. A dupla voltou algumas casas na disputa.
É possível que novos testes sejam feitos para o confronto de volta da decisão, sendo que Paulo Sousa já está ciente de que um reforço "box-to-box", pedido pelo próprio treinador ainda em janeiro, foi adiado; ficou para depois.
A diretoria sinalizou que não deve investir num volante por agora, ou seja, a fase de grupos da Libertadores, cujo prazo para inscrição de atletas se encerra neste sábado, terá que ser disputada com as peças atuais para o meio.
Na noite passada, Paulo Sousa foi questionado sobre a concorrência no "corredor central" e se Andreas estaria sendo preservado emocionalmente, mas a explicação, citando rompimentos de linha de pressão, foi a seguinte:
- Existe concorrência. O Thiago (Maia) também, infelizmente, teve um período que não pôde treinar que o condicionou a nível físico, condicional. E esta concorrência é importante porque são posições de grande desgaste, posições de ligação, posição que precisa ter muito trabalho sem bola, sobretudo para fechar linhas de passe nas costas da nossa primeira linha de pressão, em que muitas das vezes essa linha de pressão nem sempre funciona, seja por uma questão estratégica onde a falta de compreensão neste momento, ou falta de alguma intensidade, porque sempre que pressionamos e somos ultrapassados, temos que continuar a pressionar.
- Se assim não for, damos superioridade aos nossos adversários no corredor central, e daí maior desgaste nos nossos volantes. Por isso é importante todos cooperarem e estar todos bem para poder nos ajudar. Mas não vimos essa necessidade, porque o João (Gomes) foi condicionado com um amarelo, mas manteve-se muito bem, cobriu bem o campo, muito forte nos duelos, a empurrar muito bem a equipe com bola, e acabamos por tomar outras decisões que não foram muito bem - complementou o Mister.
No geral, o Flamengo não tem tomado "decisões muito bem", e os meio-campistas, por vezes, têm ficado vulneráveis, expostos e pouco se conectam na fase ofensiva. E, agora, Paulo Sousa terá apenas dois dias de preparação para ajustar peças, caso volte a apostar em outras opções, e o setor em si, que pode ser o ponto de equilíbrio para o Rubro-Negro "remontar" na decisão estadual.
A bola rola às 18h deste sábado, no Maracanã. O time de Paulo Sousa precisará vencer por mais de três gols de diferença para ser campeão diretamente. No caso de dois, a final será decidida nos pênaltis.