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Eleição no Flamengo: ‘Somos a única chapa com o DNA diferente’, diz Cacau Cotta

Candidato à presidência do clube conversa com o LANCE! e fala sobre os planos de governo caso vença a eleição presidencial para 2016-2018 na segunda-feira

Cacau Cotta
imagem cameraCacau Cotta (Foto: Cleber Mendes/Lancepress!/AFP)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 02/12/2015
21:10
Atualizado em 03/12/2015
09:48

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O LANCE! dá sequência nesta quinta-feira à série especial com os três candidatos à presidência do Flamengo, em eleição prevista para ocorrer na segunda-feira. Eduardo Bandeira de Mello (Chapa Azul), Cacau Cotta (Chapa Branca) e Wallim Vasconcellos (Chapa Verde) são os postulantes ao cargo para comandar o clube no triênio 2016-2018. Cacau Cotta, que se intitula oposição apenas ao atual modelo de administração, prega a mudança de DNA para as próximas temporadas. Além disso, garante que com ele na presidência a gestão será de pulso firme. Uma das principais intenções é trazer de volta os torcedores de todas as classes aos jogos do Rubro-Negro.

– Pulso firme. Não vou fugir de nenhum compromisso difícil do Flamengo. O Flamengo precisa de comando, equipe de trabalho, de pulso forte e estarei à frente. Não podemos deixar o futebol se elitizar. É preciso modernizar, mas não elitizar. Aquele torcedor humilde, mas apaixonado, não vai às arenas. Estamos na contramão.

Faça uma breve apresentação.
Meu nome é Cacau Cotta, Luis Cláudio Cotta, Sou nascido na Rua Jorge Rude, na Tijuca. Frequentava a geral, virei sócio do Flamengo, sócio-proprietário, conselheiro, diretor, vice-presidente de Fla-Gávea, vice de Administração acumulando pastas. Adquiri uma experiência única de Flamengo. Fui escolhido pelos sócios e até pela oposição o melhor vice de Fla-Gávea das últimas décadas, pelas transformações que fizemos no clube, a parte social entre 2010 a 2012, uma mudança visível para todos os frequentadores. Na vice-presidência de Administração tive experiência incrível com contratos da negociação do direito de TV, que passou de R$ 40 milhões para R$ 120 milhões, e da Adidas, passando de R$ 16 milhões com a Olympikus para R$ 35 mi. Além disso, fiz um contrato com o Comitê Olímpico Norte-Americano, além do convênio com a Federação de Futebol da Holanda, que tivemos o benefício total do campo da Gávea, e reformulação do vestiário do time visitante. Sou formado em Direito, pela Gama Filho, funcionário do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e por isso tenho um carinho especial por contas. Não vou ficar me escondendo neste mantra financeiro que foi criado. Hoje é Lei, do Profut, e quem quiser errar, vai pagar com os bens. Sou candidato ficha limpa.

Qual é o principal objetivo da campanha!?
Qualquer garoto quer ser jogador, eu não fui diferente, mas o máximo que consegui foi jogar salão no Vila Isabel. Daí fui para a torcida, arquibancada, geral, cadeira especial, camarote, frequentei todos este ambientes, tenho saudade de todos, e como não dá para voltar na geral eu volto na arquibancada para dar mais emoção. Ser candidato passou a ser um sonho desde que virei sócio, e comecei a ver coisas que faltam no Flamengo para se tornar grande, o lugar que o Flamengo merece ocupar no cenário nacional, pois está muito aquém do que pode estar. Este foi o objetivo. Não sou candidato de mim mesmo, mas isso surgiu quando estive na última gestão e vi resultado, tanto na parte administrativa quanto social. Pessoas diziam que eu tinha capacidade e isso foi antecipado pois algumas pessoa tiveram medo de se lançar com duas potências financeiras, de apoio e poder, quando tem o Zico de um lado, o presidente da Sky, tem uma força de poder e mídia absurdo, fala com qualquer parte comercial de qualquer empresa, e a outro que tem a máquina na mão. Empresários como Flávio Godinho, (Alexandre) Wrobel, pessoas da sociedade onde se tem a máquina. O presidente do Flamengo sempre que preciso ele fala, dá entrevistas, a vantagem é grande. Além do Flamengo novo, que são as redes sociais, onde não se tem dono, lei. Qualquer matéria contra você é atacado, jornalistas sabem bem, ainda tem blogs, e é difícil fazer campanha contra isso tudo. Tive coragem depois de um convite de grupos de oposição, oposição ao modelo de gestão e não ao Flamengo, que está provado que não deu certo. O Flamengo se apequenou e não cresceu esportivamente e financeiramente os resultados não se mostraram um investimento patrimonial que o Flamengo necessita. CT, museu, estádio, Gávea... Coloco em dúvida e procuramos pessoas que não quiseram ser candidatos e aceitei, me lancei candidato pois o Flamengo precisa de uma outra linha. Tem duas chapas com o mesmo DNA, duas chapas com a mesma origem que não chegou unida no primeiro mandato. Quem garante que não vai haver briga de poder novamente dentro das chapas, onde a vaidade ficará acima da instituição. Wallim largou o Flamengo na última colocação no Brasileiro, na parada para a Copa do Mundo, esse candidato, que era o vice de futebol se afastou, foi para a Disney e disse que não tinha tempo para o Flamengo. Depois reapareceu como patrimônio e agora quer ser presidente. Será que vai largar o Flamengo novamente se passar por qualquer dificuldade ou vai cumprir o mandato? O outro candidato no qual respeito, também passou por momento de saúde, não sei se da família, mas quem assumiu foi o vice em um momento complicado, até mesmo no futebol. No que vem não tendo Maracanã e Engenhão, o Flamengo vai passar por dificuldades financeiras. Ele tem estofo para manter os três anos de gestão ou não terá comando para o que o Flamengo precisa no futebol, esportes olímpicos, parte financeira, patrocínios... O cenário para 2016 é muito preocupante e isso me preocupa. O Flamengo pega dívida privada para pagar dívida pública. Muito se fala que isso causa penhora no clube. Estamos trocando dívidas. Temos que abrir esse caixa, pois é importante saber o tamanho da dívida. Muito se fala, e não se sabe quanto de novas dívidas temos. Essa caixa-preta tem de ser aberta. Esse é o ponto menos transparente. Ponto de interrogação e o grande alicerce.

E qual seria o carro-chefe da sua campanha?
É ter comando, pulso firme. Não vou fugir de nenhum compromisso difícil do Flamengo. No último ocorrido (Bonde da Stella), o presidente disse que não estava sabendo da punição. Assim é melhor ser presidente do Piraquê (Clube naval). Lá não tem futebol. O presidente de um clube que tem futebol mostra falta total de comando. Ele já havia falado que na demissão do técnico ele era voto vencido. Isso não vai acontecer na minha gestão. Disse que outro assunto não era com ele. Qual é o assunto com ele então!? O parquinho, a piscina, só o basquete quando é campeão? Quero entender esse modelo de gestão. O Flamengo precisa de comando, equipe de trabalho, de pulso forte e estarei à frente. Não terá coletiva sem perguntas onde o CEO do clube lê uma nota de cabeça baixa, onde o vice de futebol não fala nada, nenhuma declaração, entra mudo e sai calado, diretor-executivo se esconde, mesmo estando punido (entre outubro e novembro), a presença dele é fundamental. Recebe bem para que? Não tem carta branca? Esse modelo de gestão de Conselho Gestor e diretor sem comando e presidente dizer que não sabe isso não acontece com a gente.

Qual a fórmula para equalizar gestão e futebol?
Falaram muito que a pior gestão foi a passada e essa foi a melhor. Desafio a fazerem um gráfico do futebol, dos três anos da pior e da melhor. Não estou para defender nem acusar. Os números mostram e a mesma coisa no financeiro, com investimentos. Errou aqui, no passado errou muito e errou muito mais agora, pois o investimento é maior e o resultado menor. O Flamengo virou um centro de recuperação, pois se trás o Armero, Ederson, Carlos Eduardo, entre outros jogadores que não estão no auge. Não se pode ter erro. Para vir jogar no Flamengo o jogador tem de estar no auge físico e técnico. Quando se contrata um jogador que não está bem e coloca uma camisa da envergadura da do Flamengo e tem que sentir o peso não dá certo. Que austeridade é essa? Quando se coloca R$ 18 milhões em 50% do passe do Marcelo Cirino e e devolve o Vagner Love. Traz o Guerrero por R$ 42 milhões... Austeridade vai haver, as contratações serão pontuais e os erros serão diminuídos. Você traz o Armero tendo o Jorge. Ninguém viu o menino? Ainda tinha o Pico e o Thallyson. Que inteligência é essa?! Cadê o diretor e a integração dos profissionais com as categorias de base?

Como lidar com a crise do país nos próximos anos e a maioria dos contratados acabando?
Já tenho patrocinador. Será o Guaramix. Estamos conversando, e já foi anunciado que vai patrocinar o Flamengo. Falta ver alguns detalhes, se será ombro ou master. A prioridade, com certeza, é renovar com a Caixa Econômica Federal para os próximos anos, para alavancar ainda mais o sócio-torcedor. 2016 é um ano de poucas perspectivas no cenário financeiro, mas já temos um patrocinador anunciado. É uma empresa carioca.

Pretende fazer alguma mudança no sócio-torcedor?
Não pode ser só com cartão de crédito, comprometendo o saldo futuro, comprometendo seis meses. Qualquer trabalhador brasileiro tem conta-salário na Caixa. Não se coloca um boleto? Caixa e loteria tem em todo o canto. Se tem um parceiro e não usa da melhor maneira. Em vez de 70 mil torcedores, que é uma vergonha, vamos ter 500 mil. O maior atrativo é a compra dos ingressos. Quando se tira isso, ele vai ter o que? Esse dinheiro novo está alavancando todos os clubes. A Ambev lançou isso, a gestão passada assinou e a nova implementou. Tem muito que crescer ainda. Você pode criar um aditivo de contrato só para o sócio-torcedor com a Caixa. Quem sabe se arrecada mais do que os 20 milhões.

Como fazer para que em 2016 o orçamento seja cumprido como previsto durante todo o ano?
Primeiro é ter planejamento, que não houve. Tem que pegar as contas e fazer uma auditoria contábil. O Marcello Faulhaber, será meu vice-presidente de Planejamento e Finanças, uma pasta só, pois quem planeja tem que executar. É dele que vou cobrar. Acho que essa é a equação para equilibrar o Flamengo. Essa pessoa foi subsecretária da Casa Civil do Rio de Janeiro, e depois foi levado para a Prefeitura de Belo Horizonte. É um jovem com formação acadêmica invejável, experiência fantástica e vai ajudar muito.

O Flamengo vai ter um estádio no seu mandato ?
Tem um projeto já em curso, um arquiteto está fazendo isso e vai ser apresentado em breve. É o Anibal Coutinho, especialista em estádios, fez toda apresentação para a Fifa e foi o arquiteto da Arena Corinthians, onde a torcida incomoda, o eco deles é muito forte, o gramado tem refrigeração interna, a bola corre mais. É um arquiteto pirotécnico da nova geração de estádios. Me encantei e está fazendo isso. É o responsável e está me aproximando de uma empresa francesa, que não podemos dizer ainda o nome, que será quem vai investir nesta empreitada. Não é bravata. O Flamengo tem o prédio do Morro da Viúva, hoje é lugar de invasão, patrimônio de alto valor agregado com muitos apartamentos. Estamos negociando dentro do pacote uma concessão de 50 anos, por mais 50 anos, o Flamengo não perde o patrimônio, só negocia, e essa empresa passa a investir no novo estádio, com um orçamento de R$ 500 milhões a R$ 600 milhões. Estamos estudando opções, como Zona Portuária, um terreno possível junto à Prefeitura do Rio. Mas também tem a Baixada Fluminense, além da Gávea. Muitos candidatos não sabem, mas o estádio da Gávea se chama José Bastos Padilha, capacidade para 7 mil pessoas. Hoje em dia, por conta de problemas estruturais talvez suporte aproximadamente mil pessoas. Vamos dar entrada nisso em uma ampliação. Ou será essa reforma, ou essa construção. O Maracanã está inviável. Temos de ter o Maracanã popular, e não podemos administrar o estádio. O custo fixo com tudo é de cerca de R$ 5 milhões. A folha de futebol custa R$ 11 mi, mais isso seria complicado. O Flamengo não tem a expertise de administrar estacionamento, lanchonete... Será a falência do Flamengo. Tem que voltar para o governo, que tem responsabilidade social do estádio, pois foi pago com dinheiro público. A Suderj tem que voltar e o Flamengo vira parceiro. Além disso, torná-lo mais popular, nas áreas norte e sul, assim como acontece na Alemanha e em outros lugares da Europa. O torcedor assiste em pé. É preciso tira as cadeiras desse setor, diminui a área leste fazendo uma outra área vip, como Maracanã mais, aumentando o Norte e Sul. Aumenta a capacidade e tem um estádio popular. Esse é a renegociação, caso isso não aconteça, o Flamengo não senta para conversar. Apesar de que o Flamengo ter uma parceria complicada. Já pegou R$ 27 mil ações com eles, e no último balanço .ainda deve R$ 26. Passou um ano só pagando juros com as arrecadações. É bem complicado.

Como pretende trabalhar com as categorias de base?
O treinador da base vai girar por todas as categorias, subir até o sub-20. Vários treinadores que passarão por várias experiências. Uma coisa nova no futebol. Ele sobe junto com os jogadores ano a ano. Acompanha família, psicológico, evolução, ele vai acompanhar desde baixo, do pré-mirim. Depois volta. Dependendo de quantos jogadores conseguir revelar, ele pode chegar ao profissional. A qualificação que criar nesse giro, poderá ser aproveitado. Ninguém viu o Jajá, o Jorge antes? Não teve ninguém para chegar e ver se poderia recuar um pouco o Jajá para jogar no lugar do Márcio Araújo, do Canteros?

Qual a maneira de aumentar a credibilidade do Flamengo?
Temos de ser transparentes em todos os setores. Quanto ganham o Sheik, o Guerrero, por exemplo. Ninguém sabe ao certo. Qual a folha salarial do Flamengo de fato? Quanto o Flamengo deve? Quanto foi pago de dívida? Ninguém sabe. Cada dia é uma surpresa, um número diferente. Tem de ter transparência, não com lavagem cerebral, tentando colocar números fantasiosos. Se tiver uma auditoria assinada não se tem transparência de fato. Já desafiei em várias entrevistas de se apresentar a auditoria da Ernest Yong, a mesma que fez a da Fifa e não tem credibilidade alguma. Desafiei para ver a rubrica para dizer que o Flamengo um dia deveu R$ 750 milhões. Isso é uma mancha muito maior do que um jogador que aparecer em festas. Se diz que o Flamengo tem uma dívida neste tamanho está afetando a credibilidade, afetando a idoneidade de pessoas que passaram por antes sem que nada seja comprovado. Está afetando a imagem da instituição e demora um tempo para recuperar. E é o que queremos recuperar aos pouquinhos.

Como utilizar da melhor forma os recursos olímpicos?
Não dá para fazer uma Arena Mc Donald‘s. Isso é uma invenção. Teremos Seis arenas esportivas sem uso. Por que não fazer uma parceria com a prefeitura para assumir junto com uma empresa? Aí sim. Temos o ginásio com piso de nível NBA, vestiário moderno. É preciso só ampliar o Ginásio Hélio Maurício, para trás e para os lados, ampliando para 2.500 pessoas. Ela já tem capacidade para mais de mil. Estão atendendo ao interesse do Mc Donald‘s. Que venham às claras e falem que querem fazer shows. O terreno do Flamengo é do Estado para fins esportivos. Acabaria com área verde, quatro figueiras centenárias. Mexe com o lado social, esportivo. O Flamengo acabou com os esportes olímpicos. Só pensou no Basquete, tem os mesmo diretores, tem continuidade e o futebol não acontece isso. O Flamengo vai para uma olimpíada onde estaria se apresentando para o mundo, mas está se apequenando. Acabou com a ginástica olímpica, está acabando com o polo, acabando com tênis, vôlei. O Flamengo perdeu milhares de alunos nas escolinhas com cobranças de estacionamento, dependentes. O garoto quer ver o ídolo perto, e a Gávea não tem ídolo. Os únicos que aparecem são os do Master. Não tem incentivo no dia a dia dos jovens atletas. Tudo é identificação com a marca. Imagina os jogadores de basquete assistindo o treino do futebol, vice versa. Isso tem que voltar a ter essa integração. É como acontece nas olimpíadas. Quando tem luta, os do remo vão assistir, e cria uma grande energia e isso precisa voltar à Gávea.

Dê seu recado ao torcedor.
São duas chapas com mesmo DNA, mesmo modelo de gestão, com o Flamengo elitizado, com ingressos caros. Acreditamos num Flamengo diferente no futebol, com vice-presidente, diretor-executivo e assim gerir todo o clube. Acreditamos num esporte olímpico forte, numa área social forte, o marketing e o futebol lincado com planejamento e finanças. É isso que acredito. O único diferente deles somos nós, de cor branca, e o fundo vermelho e preto. Se estão gostando, vote em qualquer um deles, se não, vote na gente, pois temos propostas diferentes.

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