Escolhas não funcionam, e Rogério Ceni volta a conviver com questionamentos no Flamengo
Após duas vitórias consecutivas e período de 'calmaria', Rubro-Negro tropeça diante do Athletico-PR, se distancia do título e apostas do treinador não convencem
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Três dias foram o suficiente para a situação de Rogério Ceni no Flamengo mudar do céu para o inferno. Se na última quinta-feira, o treinador viu as apostas darem certo diante do Palmeiras, o cenário foi completamente diferente neste domingo: as escolhas não funcionaram, o time foi derrotado pelo Athletico-PR e os questionamentos voltaram a aparecer.
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Após vencer o Palmeiras por 2 a 0 e recolocar o Flamengo forte na briga pelo título do Brasileirão, Rogério Ceni optou por repetir a mesma formação tática. Willian Arão foi mantido como zagueiro, Diego e Gerson formaram a dupla de volantes e Gabigol continuou sendo a referência do ataque em um 4-2-3-1.
As únicas mudanças no time titular foram as entradas de Gustavo Henrique na defesa - no lugar do lesionado Rodrigo Caio - e Vitinho aberto pela esquerda - substituindo o suspenso Bruno Henrique.
Até aí, nenhuma grande surpresa. Esperava-se que, diante de um adversário rápido e mais reativo - assim como o Palmeiras -, o Flamengo conseguisse repetir a boa atuação e dar sequência à série de resultados positivos rumo à liderança da competição.
No entanto, desde o início da partida, o mau desempenho individual de alguns jogadores prejudicou a atuação coletiva do Flamengo. Apesar de ter mais posse de bola, o Rubro-Negro errava muitos passes e não conseguia levar nenhum perigo ao gol adversário. Aproveitando falha de posicionamento defensivo de Isla, o Athletico abriu o placar e tornou a situação ainda mais complicada.
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O Flamengo até conseguiu chegar ao empate poucos minutos depois, em um lance de bola parada. Mas quem esperava que a equipe fosse crescer na partida se enganou. Os mesmos erros bobos continuaram acontecendo e aumentaram a pressão em Rogério Ceni por fazer mudanças no intervalo.
ESCOLHAS QUESTIONÁVEIS E DERROTA NO FIM
Com o Flamengo mal na partida e precisando mais força ofensiva, uma possibilidade era apostar na dupla Pedro e Gabigol. No entanto, pelo terceiro jogo consecutivo, o treinador optou por não colocá-los juntos e trocou um pelo outro aos 27 minutos da etapa final. Apenas oito minutos depois, optou por ter dois atacantes de área: colocou o jovem Rodrigo Muniz no lugar de Arrascaeta.
Não é a exatamente a primeira vez que este tipo de alteração ocorre. Nas derrotas para Fluminense e Ceará, Ceni também preferiu não testar Pedro e Gabigol juntos e colocou Muniz logo em seguida para atuar com um dos dois. Questionado sobre essa opção na coletiva, o treinador justificou dizendo que o jovem tem mais condição de realizar a recomposição defensiva pela lateral.
- Joga na mesma posição pois é um "9", um jogador de área. O problema é que Pedro e Gabriel, posso colocar os dois juntos, mas não tenho a recomposição. Não consigo ter a recomposição defensiva. O jogo é em duas partes: quando você tem a bola, atacando, e quando você perde a bola, na hora da recomposição. Os dois se esforçam, quebram um galho, mas não são marcadores de natureza. O Muniz já tem uma parte de chegar na área, de cabeceio, de finalização, mas consegue fazer um lado do campo, recompor para que não sofra um contra-ataque e minimize as chances.
As outras mudanças feitas por Rogério Ceni também não surtiram efeito. Autor de gol na última rodada, o meia Pepê entrou mais avançado, mas não conseguiu criar nenhuma grande chance. Michael, aberto pela esquerda, até que tentou, mas não deu prosseguimento a nenhuma jogada. Matheuzinho, uma boa opção para o lugar de Isla - que vinha fazendo péssima partida -, só foi acionado aos 41 minutos do segundo tempo.
Pouco tempo antes disso, aos 38', o Athletico voltou à frente do placar em um rápido contra-ataque, que deixou claro um dos principais pontos fracos do Flamengo de Rogério Ceni: a lentidão na transição defensiva.
Com a derrota, o Flamengo perdeu a chance de ultrapassar o São Paulo e assumir a vice-liderança. A equipe segue na terceira posição, com 55 pontos - sete a menos do que o líder Internacional. O próximo desafio será contra o Grêmio na próxima quinta-feira, às 20h (de Brasília), em Porto Alegre.
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