Depois de conseguir a liberação para jogar com torcida fora do Rio na Copa Libertadores, o Flamengo conseguiu uma vitória na Justiça que estende este benefício até agora isolado: o STJD aceitou o pedido do clube para ter público também em seus jogos como mandante no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil.
A CBF se pronunciou na sequência e disse que vai recorrer da decisão. A entidade alegou dois fatores difíceis de serem combatidos: uma possível quebra do equilíbrio técnico das competições e acordo fechado entre os clubes em março deste ano, o qual veta a presença de público nos estádios até nova reunião entre as partes.
Vários clubes da primeira divisão, como Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos e Internacional, se posicionaram na noite de ontem repudiando a decisão unilateral e reforçando que a atitude do Flamengo contraria o que foi acordado pelo Conselho Técnico da Série A - o Atlético-MG é outro que deve recorrer ao STJD.
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Desde o início da pandemia, o Rubro-Negro se colocou à frente das negociações para a volta do futebol num primeiro momento e agora pelo retorno dos torcedores nas arquibancadas. Foi até Brasília colher o apoio do presidente Jair Bolsonaro e busca instantemente as esferas judiciais para reverter uma decisão coletiva que teve sua própria assinatura lá atrás.
Ao individualizar a questão, o Flamengo ainda pode minar a criação de uma liga, que poderia ser uma quebra importante do monopólio da CBF e valorizar o produto. Para o futebol brasileiro evoluir, é preciso que alguns clubes larguem o vício de olhar apenas para o seu próprio umbigo.
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