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Exclusivo: Lance! entrevista Wallim Vasconcellos, pré-candidato à presidência do Flamengo

Eleição para o próximo triênio (2025-2027) acontece no dia 9 de dezembro

Wallim Vasconcellos
Candidato à presidência do Flamengo, Wallim Vasconcellos concedeu entrevista exclusiva ao Lance! (Foto: Lance!)

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Pré-candidato à presidência do Flamengo, Wallim Vasconcellos tem muitas convicções, mas uma delas sobressai: o estádio na região do gasômetro precisa ser o foco do próximo mandatário do clube. "É o projeto mais importante do século XXI para o Flamengo", considera ele, que é sócio rubro-negro há quase meio século e ex-vice-presidente de Finanças. Esta é a segunda de uma série de entrevistas do Lance! com os quatro pré-candidatos à presidência do Flamengo.

Wallim discorre sobre o momento do clube e seus planos para o triênio. Ele vê problemas na montagem do elenco e diz que não manterá Tite à frente do time caso seja eleito.

— Eu entendo que o Tite é um excelente treinador, mas eu particularmente não gosto do estilo de jogo dele, considera Wallim. — Não acredito que o Tite se encaixe com o que a gente imagina com o futebol do Flamengo a partir de 2025. Veja no vídeo a entrevista completa.

LANCE! - O senhor considera que o Flamengo precisa virar uma SAF? 

Wallim Vasconcellos - Não, eu estou convencido de que o Flamengo não precisa virar uma SAF. O Flamengo ainda pode crescer bastante com as próprias pernas, e pode ser muito competitivo ainda no mercado das Américas, não só o sul-americano, mas [também] se contar os Estados Unidos. O Flamengo tem muito potencial de crescimento na geração de caixa que ele pode obter. Ele vai ser muito competitivo e pode ser hegemônico, desde que a gente faça as mudanças necessárias para a gestão do futebol.

Então, se for eleito, o Flamengo não vira SAF? 

Não vai virar SAF com certeza, porque não precisa. Enquanto você não alcançar o total potencial de crescimento, toda vez que vai virar SAF você vai estar deixando dinheiro na mesa. Não é necessário, o Flamengo tem outras formas de captação que ainda estão subutilizadas e podem crescer bastante.

Existe uma preocupação com o endividamento do Flamengo a partir da construção do novo estádio. Como o clube deve financiar essa construção?

A construção pode ser financiada de várias formas. Você pode ter antecipação de receitas, pode ser com naming rigths, você pode ter venda de cadeiras por um determinado período, você pode ter o potencial construtivo da Gávea, isso pode ser vendido - a gente tem que saber se tem mercado.

Você pode fazer um estádio como a SPE [Sociedade de Propósito Específico, uma pessoa jurídica com finalidade restrita à construção do estádio e com tempo de duração determinado], lançar um título e os torcedores comprarem esse título para financiar. Você pode também trazer investidores que vão operar o estádio junto com o Flamengo durante um determinado tempo. Depois de 20, 25 anos, dependendo da negociação, o estádio voltaria 100% para o Flamengo. Não tem nenhuma preocupação em relação a que o Flamengo consiga construir o estádio, e não vai precisar afetar negativamente o futebol ou o restante do clube.

O senhor considera que há risco de um imbróglio jurídico com relação à área do gasômetro? 

Não, eu não acredito em imbróglio jurídico, pelo menos pelo que tem sido passado aos conselheiros - estou só no conselho hoje - e não acredito. Eu acho que uma operação no gasômetro vai ser benéfica para o Flamengo, obviamente, mas para a cidade do Rio de Janeiro, para a própria Caixa Econômica, para a valorização de todos os ativos que tem lá. É uma questão de se sentar na mesa, de chegar a uma solução que seja confortável para todo mundo. Tenho certeza que isso é possível. 

E quais são os planos para esse novo estádio? 

Acho que o estádio do Flamengo é o projeto mais importante do século XXI para o Flamengo. Todo o foco, toda a energia, não só da direção do clube, mas da torcida, tem que ser nesse estádio. A ideia é fazer um estádio que seja a casa do Flamengo, um estádio onde o Flamengo seja hegemônico lá, um verdadeiro caldeirão que a gente possa construir, tendo também assentos para a população de pouca renda, de baixa renda. É importante que a gente tenha um estádio com setor destinado à população de baixa renda, para que toda a torcida do Flamengo, que tem de todas as classes, possa estar confortavelmente instalada dentro do estádio.

Um estádio em que o Flamengo ganhe não só financeiramente, que eu tenho certeza que vai ganhar, mas principalmente esportivamente. Estádio sempre lotado, com acústica muito adequada para fazer pressão também nos adversários. Tenho certeza que o Flamengo vai ganhar bastante,financeiramente e esportivamente nesse estádio.

Qual será o papel do Maracanã a partir da construção do estádio do Flamengo?

O Maracanã é um estádio que vai ser alternativo para o Flamengo nos próximos 20 anos. Tendo algum evento extra lá no nosso estádio, o Flamengo pode jogar no Maracanã, pode treinar, não precisa trocar grama, parar um pouco o estádio. O Flamengo vai ter dois estádios para jogar durante 20 anos.

Isso também traz para o Flamengo um conforto de poder trazer mais receitas para o estádio, podendo usufruir de um outro estádio tão bom quanto é o Maracanã.

Como o senhor vê a questão do calendário do futebol brasileiro? Tem propostas para o calendário? E é a favor ou contra a diminuição de datas ou da própria extinção dos Estaduais? 

Tem dois pontos. A questão do calendário envolve uma questão muito maior, que é a criação da liga de futebol. Nós temos hoje uma discussão só de direitos de transmissão, e essa discussão é interminável. A minha proposta, que eu já conversei com presidentes de alguns clubes, é a seguinte: deixa de lado um pouquinho a discussão da transmissão e vamos focar na construção da liga. A construção da liga inclui o calendário, a construção da liga inclui o fair play financeiro, estádios com mais segurança e mais confortáveis, gramados melhores, juízes profissionais, uma corte arbitral também da liga.

Sobre os Estaduais, acho que a gente realmente poderia dizer que os Estaduais são importantes para a formação de atletas do interior, de clubes menores. Se você for ver a história do futebol carioca e do futebol brasileiro, a quantidade de atletas que nasceram desses clubes menores [é muito grande].

A minha proposta, e isso é uma discussão que tem que ser com todos os clubes do Rio de Janeiro: você tem o ‘Pré-Carioca’ em dezembro, janeiro, quando você não tem jogo, e aí você pode até preencher horários na televisão. Tem o Pré-Carioca, e dali se classifica com dois times. Jogam com os quatro grandes durante um mês e meio, máximo dois meses, aí você teria o Campeão Carioca. Você continuaria tendo uma vitrine com os clubes menores, e isso seria bom para todo mundo.

A construção de uma liga é uma discussão que vem de muito tempo. Nos últimos anos, quando parecia que ela de fato ia sair, acabaram se formando dois grupos, e hoje só o que se discute são direitos de transmissão. Por que é tão difícil ter um consenso?

Exatamente pelo que eu falei, é a questão do dinheiro. A maioria dos clubes está necessitada de recursos. Você vê antecipações da Liga Forte União (LFU), que antecipou recursos para vários clubes, vendeu por 50 anos 20% dos seus direitos de transmissão. Essa questão dos recursos é fundamental para alguns clubes não chegar a uma situação de insolvência. Alguns até já estão atrasando bastante os seus pagamentos. Mas se você faz uma liga, esquece de novo direitos de transmissão por um segundo, faz a liga, construindo a liga, enviando recursos, você consegue resolver o problema de direitos de transmissão, você consegue integrar tudo numa grande liga.

Ano que vem a gente vai ter o Mundial de Clubes, e o Flamengo vai disputar. Será no meio do ano, talvez um mês inteiro em meio à temporada. O senhor já tem um planejamento, caso seja eleito, de como vai trabalhar isso? 

A gente vai ter que ter um acordo, e não só Flamengo. Tem Flamengo, Fluminense e Palmeiras [já classificados]. Os três clubes representando o Brasil, o primeiro torneio mundial, é fundamental, importantíssimo. Vai ter que chegar a um acordo com a CBF para a gente poder ter o espaço, porque esses clubes não vão poder jogar no Campeonato Brasileiro. Seria uma injustiça obrigar os clubes a jogarem com times reservas, sub-20, no Campeonato Brasileiro, que é tão importante.

A nossa ideia - obviamente, com Fluminense e Palmeiras - é que a gente tenha um espaço, uma parada no campeonato nesse período para que a gente possa representar muito bem, que os caras do Flamengo representem bastante o Brasil, e quem sabe a gente consiga lá uma colocação que a torcida do Flamengo vai ficar muito feliz. 

Como planeja a relação institucional do Flamengo com FERJ, CBF e Conmebol? 

A relação tem que ser amistosa, mas tem que ser firme. O Flamengo, como o maior clube do futebol do Brasil, e o maior clube de futebol da América do Sul, tem que impor… Não impor, mas colocar suas posições, representar até o próprio futebol brasileiro, o Flamengo tem que liderar qualquer tipo de discussão na melhoria e na proteção dos interesses dos clubes brasileiros - não só do Flamengo, de todos os clubes brasileiros. Tanto junto à CBF, quanto junto à Conmebol

No caso da FERJ, temos que atuar com nossos coirmãos aqui no Rio de Janeiro, também ver a questão de calendário, ver como é que se consegue mais recursos para os clubes menores do futebol carioca. Mas, de novo, é fundamental que o futebol carioca continue forte. O futebol carioca tem hoje três clubes ainda na Libertadores, Flamengo, Fluminense e Botafogo. Isso demonstra que, se trabalhar melhor ainda, a gente vai conseguir ter um futebol carioca mais pujante, que é o que todo mundo deseja.

O atacante Pedro se machucou a serviço da seleção brasileira, o Flamengo está com nove jogadores no departamento médico. Por que tantos jogadores do time se machucam? É calendário? É problema de treinamento? 

Não, eu acho que isso o chefe do departamento médico do Flamengo, doutor (Márcio) Tannure, já deveria ter vindo à imprensa e dizer o que está acontecendo. Não só o doutor Tannure, mas trazer o fisiologista, trazer o preparador físico e outros que têm influência direta no desempenho ou nas contusões, podem ter influência nas contusões, para dizer o que está acontecendo.

Acredito que não seja calendário, porque o Flamengo não foi o grupo que mais jogou esse ano ainda, então deve ter algum outro tipo de acontecimento lá, se é carga de treinamento, não sei o que que é. Mas já deveria ter tido uma conferência de imprensa com o chefe do departamento médico e ele trazer os outros profissionais que estão com ele, que certamente tem que ter uma última explicação. Torção de joelho acontece, agora estiramento toda hora tem que ser explicado.

O senhor pretende manter o técnico do Tite? 

Eu entendo que o Tite é um excelente treinador, mas eu particularmente não gosto do estilo do jogo do Tite. Acho que o estilo do jogo do Flamengo é outro. Essa é uma opinião minha, tem que discutir com a minha diretoria. Mas é possível que o contrato do Tite termine no final do ano e eu não pretendo renová-lo. É uma discussão com a diretoria, é uma discussão que vai ter que ser feita com o diretor esportivo, que vai ser contratado quando a gente fizer toda a modificação. Para fazer a modificação no departamento de futebol do Flamengo, uma mudança disruptiva no futebol brasileiro, a gente precisa disso.

O futebol precisa estar no século XXI. Não acredito que o Tite se encaixe com o que a gente imagina com o futebol do Flamengo a partir de 2025. 

Qual a sua opinião sobre técnico estrangeiro no Flamengo? 

A minha opinião é a seguinte: a gente precisa primeiro definir qual o estilo do jogo que a gente quer, para depois definir onde estão os treinadores. Pode ser brasileiro, pode ser estrangeiro. Você tem que saber definir o estilo do jogo, identificar dois, três técnicos, entrevistar os treinadores, ver qual o metodologia de trabalho que ele acredita. Mas isso é um trabalho não para o presidente, é um trabalho para o diretor esportivo. Provavelmente vai consultar a diretoria, nós identificando três profissionais, ou no Brasil ou no exterior.

Acredito mais no exterior que no Brasil, atualmente. Acho que no Brasil a gente tem alguns técnicos promissores, mas ainda, pelo menos para o nível do Flamengo, não acredito que nenhum deles funcione para o grupo. Então, provavelmente vai ser um técnico estrangeiro, mas é uma escolha, uma sugestão do diretor esportivo, dentre os três ou os quatro que ele identificou, conversou, ele diz o porquê daquele treinador, por conta da metodologia, por conta do histórico. Você tem que analisar uma série de fatores, não simplesmente o treinador está disponível e vamos trazer ele para cá, independente de qual é o estilo de jogo que ele pratica ou não. A gente tem que mudar isso. A escolha do treinador não é quem está disponível, o jogador não é quem está disponível, é o que a gente precisa, vamos buscar o que a gente precisa. 

O Flamengo tem se notabilizado nos últimos anos por fazer contratação de jogadores caros, com somas vultosas. O senhor concorda com esse modelo de contratação? 

A questão da contratação não é questão do valor. Primeiro, eu quero disputar três competições? Então o diretor esportivo vai dizer ‘presidente, para disputar três competições, vamos ter que ter 30 jogadores’, por exemplo, ‘o orçamento do futebol são uns X milhões. Presidente, com esses X milhões eu não consigo 30 jogadores, você tem que aumentar isso’. Então vamos aumentar o orçamento do futebol. Depois você tem que fazer uma avaliação do seu elenco. O elenco está equilibrado? O elenco está de acordo com o estilo de jogo que o Flamengo quer jogar? Eu posso querer jogar um estilo de jogo para frente, pressionando o adversário, mas os jogadores que eu tenho no elenco não têm as características, pelo menos uma parte deles. Eu tenho que fazer uma reformulação do elenco e eu tenho que fazer outra coisa.

Como é que eu quero compor? 20% tem que ser base, 30% tem que ser até 30 anos, 40% tem que ser estrangeiro… Enfim, é como se fosse um portfólio de ações ou de ativos que você vai administrar. Você tem que ter um elenco equilibrado. Hoje, por exemplo, nós temos um goleiro. Batendo a madeira, mas se ele se machucar nós vamos com dois meninos. O restante do ano está errado. O elenco está desequilibrado.

Nesse contexto, qual deve ser o papel da base do Flamengo?

O papel da base é uma coisa que também, para mim, eu preciso entender mais. Nós temos um excelente desempenho na base. Mas os meninos, quando sobem, a grande maioria não tem o mesmo desempenho. Você conta nos dedos os meninos que subiram nos últimos anos, que foram titulares, depois foram para a Europa, etc. Hoje, os meninos sobem, começam bem, mas de repente desaparecem.

O Igor Jesus começou bem, acabou sendo vendido. O Lorran começou muito bem, deu uma baixada. Outros meninos aí, o Victor Hugo, que agora saiu, começou muito bem, apareceu e sumiu.

O que está acontecendo com os meninos que rendem na base do Flamengo? Campeão sub-17, campeão mundial sub-20, etc. Quando esse menino sobe, Matheus Gonçalves, por que ele não está se desenvolvendo no time de cima? É uma questão do posicionamento dele? É uma questão de antecipar a subida dele? Tem que entender essa transição, porque talvez a gente esteja queimando muitos meninos bons que poderiam servir bastante ao Flamengo, não só esportivamente, mas financeiramente, em uma futura venda, e isso não está acontecendo. 

O Flamengo tem tradição de formar grandes jogadores na base. Teve o caso do Vinícius Júnior, que foi negociado ainda antes dos 18 anos. Caso semelhante aconteceu no Palmeiras com o Estêvão e com o Endrick. Cada vez mais os jogadores estão saindo muito cedo. É inevitável segurar por mais tempo esses talentos? 

Você tem um problema muito grande, que é a pressão do empresário, do jogador, para fazer essa venda. Normalmente é uma venda que gera bastante recurso para o empresário e para o próprio jogador. Não é tão fácil você segurar. Se você quiser segurar e tiver um talento que efetivamente faça a diferença, como foi o Vinícius Júnior, como foi o Endrick e o Estêvão do Palmeiras, você vai ter que dar uma luva grande para ele para ele ficar até 20, 22, 23 anos. É muito difícil, porque a proposta do exterior ainda não dá para o futebol brasileiro competir. Realmente, é muito difícil.

Ainda em relação à base: o Flamengo foi muito criticado por alguns setores pela maneira como conduziu a questão envolvendo a tragédia do Ninho do Urubu. O senhor acha que o processo foi bem conduzido? Faltou alguma coisa?

Eu estava lá na gestão do 2019 como VP Financeiro, mas não fui chamado para participar da condução do processo. Essa foi uma das causas da minha saída, porque eu era VP Financeiro, teria que estar envolvido até para discutir os valores, que até hoje eu não sei quanto foi pago pelos meninos. 

O meu único ponto é que, numa situação dessa… Óbvio que você tem que proteger o lado do Flamengo, mas é uma situação que para mim não tem discussão. O valor máximo tem que ser pago, porque a vida desses meninos não tem preço.

Eu me coloco como pai, que eu sou de quatro meninos, imagina acontecer uma coisa dessa, uma tragédia. É uma situação que não deveria ter discussão um pouco para lá, um pouco para cá. O Flamengo tem que pagar, vamos encerrar esse assunto o mais rápido possível para a família, e para o clube também.

O Flamengo teve bons resultados nos Jogos Olímpicos de Paris, já tinha tido em Tóquio, tem vários atletas em destaque, e a gente tem a Rebeca Andrade como principal expoente. Como o senhor planeja levar o esporte olímpico no Flamengo? 

O esporte olímpico é uma das minhas prioridades. O Flamengo sempre teve uma tradição de ter grandes campeões do esporte olímpico, e eu acho que tem que continuar investindo, porque o retorno vem. 

Muitas vezes você fala em internacionalização do Flamengo, e só se fala no futebol. Mas nós temos a Rebeca e toda a equipe, principalmente de ginástica artística, que no final das contas foram formadas no Flamengo e podem levar o nome do Flamengo para o mundo também. É uma forma de internacionalização. O Flamengo é campeão mundial de basquete. O esporte olímpico também tem que ser uma prioridade do clube. Lógico, no esporte coletivo você tem que ter uma autossuficiência financeira.

E também a gente tem que formar times que sejam feitos para ganhar, não disputar campeonatos. O Flamengo não foi feito para disputar, o Flamengo foi feito para ganhar. Pode até não ganhar, mas o time, se a gente quiser montar um vôlei masculino, basquete feminino, a gente tem que fazer um time competitivo para ganhar.

Os outros esportes tradicionais do Flamengo, judô, natação, vários esportes que o Flamengo tem, tem que investir, investir bastante na base também. O Flamengo tem feito isso muito aí no remo, que eu sou um grande apoiador do remo, um anjo da guarda, meus filhos foram atletas do remo. 

O Flamengo está negociando a compra do Leixões da segunda divisão portuguesa. O senhor concorda com isso? E caso seja eleito, vai manter o projeto? 

Não, eu discordo. Eu não sei nem quais são as condições, mas o meu problema não são nem as condições. O meu ponto é que o Flamengo tem que focar no estádio. Não pode ter nenhum outro projeto que distraia a gestão do clube, os torcedores, os patrocinadores. A gente tem que ter o foco do estádio. 

O nosso, de novo, o nosso principal projeto no século XXI é o estádio. Qualquer outro projeto que distraia o clube eu sou contra, independente se vai custar dinheiro ou se não vai custar dinheiro. O meu ponto não é a compra do Leixões, ou que eu vou comprar o Manchester City. O meu ponto é que a gente tem que focar no nosso principal projeto.

Então, se o senhor for eleito, esse projeto acaba? 

Sim, porque, de novo, a gente tem que focar no estádio. Eu acho que nada pode distrair o nosso foco, a nossa busca por esse estádio.

Como o senhor pretende ocupar as suas vice-presidências? O critério vai ser paixão pelo clube, profissionalismo, um pouco de cada? 

No final, as vice-presidentas vão ser indicadas pela sua qualificação. É fundamental que a gente tenha não só a qualificação, mas diversidade de experiência profissional. O importante é que não pode ter sete, oito finanças, não existe. Tem que focar em finanças de marketing, de inovação, de social, de responsabilidade social, de esporte olímpico, tem que ter diversidade. 

Tem que ter bastante pessoas com qualificação para a gente poder ter uma discussão rica na diretoria. É fundamental que a gente tenha pessoas muito qualificadas porque, no final das contas, as decisões vão sair melhores quando você tem muita gente boa. E o Flamengo é que vai ser beneficiado se tiver muita gente boa na diretoria. 

Gostaria de deixar uma mensagem pro torcedor?

Eu quero deixar uma mensagem porque eu me candidatei para presidente do Flamengo. Eu amo esse clube. Sou garoto, mas ano que vem estou fazendo 50 anos de sócio do Flamengo. Eu moro aqui no Rio de Janeiro, pertinho do clube, frequento o clube. Meus filhos cresceram fazendo vários esportes no clube. Eu gosto de estar no clube do Flamengo, conversar com as pessoas, conversar com os sócios.

E o Flamengo precisa de um presidente que esteja preparado e que tenha experiência para os desafios enormes que vêm pela frente. Desde os desafios do estádio, que é um desafio enorme, complexo, vai precisar contar com a liderança de uma pessoa que tem experiência em grandes projetos, como eu tive na época, principalmente no BNDES.

É fundamental estar todo mundo junto depois da eleição também. Quero contar com pessoas que estão nas outras chapas, pessoas que têm o Flamengo como principal interesse. O interesse primordial é o Flamengo.

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