Fidelidade à postura ‘à Flamengo’ rompe organização do Botafogo e traz 93% de aproveitamento

Comandado por Jesus, o grupo principal do Flamengo completou dez jogos em 2020 com mais uma vitória, a nona até aqui. Intensidade enraizada foi a chave para superar ferrolho

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Na décima partida do grupo principal do Flamengo em 2020, o adversário foi o Botafogo, pela segunda rodada da Taça Rio. O Maracanã viu o Rubro-Negro vencer por 3 a 0, com direito a pênalti a perdido por Gabigol, mas um primeiro tempo encardido cujo o placar final não reflete.

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Antes dos gols de Everton Ribeiro, Gabigol e Michael, o time de Jorge Jesus se deparou com uma equipe escalada para neutralizar, sobretudo, a saída de bola construída a partir de três homens e as associações entre os meio-campistas. 

Paulo Autori teve o mérito de posicionar Luis Henrique e Bruno Nazário nas pontas e, com o centroavante Pedro Raul, pressionou alto e tirou os espaços dos zagueiros e de Willian Arão, habitualmente deslocado entre os defensores para dar fluência ao berço das jogadas. O Fla não conseguia controlar as ações atrás e nem ser criativo no último terço do campo. 

Coube a Diego a função de articular as jogadas e dar velocidade às transições ofensivas. E o camisa 10, na vaga de Gerson, foi muito bem no papel. Diante deste cenário, com as outras estrelas apagadas, apenas Michael, aberto na esquerda, trazia dor de cabeça a um setor que ainda tinha Luiz Fernando e Marcelo Benevenuto (improvisado na lateral direita) para anular a dobradinha entre o camisa 19 e Bruno Henrique.

A estratégia do Botafogo surtira efeito até meados do segundo tempo. 

Na entrevista coletiva, Jesus externou a chave para a mudança do panorama: o desgaste físico do Botafogo traiu o seu "raciocínio posicional", que era essencial para que o Flamengo, sempre impetuoso, seguisse anulado. 

- O Botafogo, nos primeiros 45 minutos, soube muito bem tirar os espaços da nossa equipe, jogar entre linhas. Não é porque o Flamengo não fez gol que não jogou bem. O Flamengo não foi tão criativo na primeira parte porque o Botafogo foi super organizado defensivamente. Na segunda parte, é normal. A equipe do Flamengo, quanto mais passa o jogo, face a intensidade da primeira parte, os adversários não conseguem ter tanto raciocínio posicional. O Flamengo não foi tão criativo no primeiro tempo porque o adversário não deixou - falou, completando:

- Mas a nossa intensidade é tão alta que nossos adversários podem nos parar por 45 minutos, 60, 70, 80, mas uma hora teremos uma oportunidade. Expliquei a eles no intervalo que não fizemos gol não por estarmos mal, mas porque nosso adversário estava bem.

O Flamengo jogou no 4-1-3-2, mas, independente das peças armadas, o fator determinante para que a organização do Botafogo rompesse foi a fidelidade à postura "à Flamengo", como costuma salientar Jesus, que vai de encontro à intensidade sublinhada na última noite.

Inclusive, Diego Ribas destacou que o grupo não esmorece nos jogos mais encardidos e triunfa justamente por ter a tal filosofia de Jesus enraizada.

APROVEITAMENTO INCRÍVEL 

Aliás, por falar nas vitórias, já são nove nos dez jogos dos comandados de Jesus nesta temporada, o que traz um aproveitamento de 93%. Ao todo, são 27 gols feitos e oito sofridos. 

PRÓXIMO DUELO

E o próximo compromisso do embalado Flamengo será novamente casa rubro-negra. O Maracanã receberá o jogo entre o time de Jesus e Barcelona-EQU, pela segunda rodada do Grupo A da Libertadores. 

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