Filipe Luís aponta saída de Jesus como determinante para eliminações e elogia Rogério Ceni: ‘É completo’
Lateral-esquerdo do Flamengo concedeu entrevista coletiva nesta segunda-feira
Um dos maiores líderes e experientes do elenco, Filipe Luís concedeu entrevista coletiva nesta quarta-feira, no meio da primeira semana cheia para treinamentos do Flamengo sob o comando de Rogério Ceni, visando o confronto diante do Santos, no domingo. A fim de unir "ainda mais" o grupo, o lateral-esquerdo explicou a motivação do churrasco recente no CT e rasgou elogios ao trabalho do atual treinador, além de abordar Jorge Jesus.
- Engraçado isso (churrasco) ser notícia... Esse almoço (feito ontem) fazemos todos os meses. Antes do Rafinha já tinha. Ele era importante. Mas o intuito é de expandir aos membros do CT. Limpeza, cozinha... Todos. Nos conhecemos mais. O time já é unido, e pode ficar ainda mais. Eu gostaria de fazer na Gávea também com os sócios (risos). Quem sabe - abriu a coletiva, cujas perguntas foram enviadas, virtualmente, por jornalistas, emendando sobre Ceni:
- O time vem em evolução grande nas últimas rodadas. É um modelo diferente. Estamos crescendo, com uma solidez maior. Muitos dos gols difíceis de explicar. O Rogério é completo, trabalha todos os aspectos. Linhas, compactações... tudo. Claro que exige um tempo. Há o diálogo e correção com vídeos. Entendemos cada vez melhor para termos a cara do Rogério Ceni.
'A MUDANÇA ABALA'
Questionado a respeito dos principais pesos para as eliminações na Copa do Brasil e Libertadores, num intervalo de 13 dias, Filipe, sem rodeios, destacou a saída de Jorge Jesus (para o Benfica) como determinante, sobretudo.
- O principal fator é a saída do Jorge. Time estava dominado, sabíamos a forma de jogar. Tivemos que aprender de novo. Não é culpa do treinador, mas a mudança abala. A defesa passa a jogar de outra forma. Os dois podem ser campeões. Essa foi a principal (razão). Mas a segunda é que nós jogadores somos os culpados. Nós assumimos a responsabilidade de não termos conseguido o objetivo da Copa do Brasil e Libertadores.
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O jogo do Flamengo contra o Santos será às 16h deste domingo, no Maracanã e pela 25ª rodada. Neste momento, o time de Filipe Luís é o terceiro colocado do Brasileirão, com 42 pontos - cinco a menos em relação ao São Paulo, o líder
Confira outros trechos da entrevista coletiva:
As comparações com o time de Jorge Jesus
- A etapa do Jorge Jesus acabou quando ele decidiu ir para Portugal. Triste, porque era um pai, amigo, gestor. Foi traumatizante para o clube. Não importava quem viesse. Foi o Dome, mas poderia ser o Mourinho, Guardiola... Seria questionado. Foi um processo de reestruturação. Nos reinventamos. Não existem dois treinadores iguais. O Rogério veio com ideias novas. Estamos melhorando. Quem é ambicioso só pensa em ganhar o próximo jogo e ser campeão. Pensar no passado atrapalha.
Problemas físicos no elenco
- Primeiro clube que eu passo que o DM tem mais notícia de peso do que dos jogadores. Foi muito falado. Onde passei existiram lesões. Confiamos no Tannure. Foi o responsável ano passado por eu ter uma recuperação milagrosa. Eu, Arrascaeta, Diego... Quando não estão tão bem, ele vai ser o mais cobrado. Houve mudanças, mas ele deve ter mudado buscando a excelência. Acho que estão aqui hoje os melhores profissionais da área. As lesões são inevitáveis. Em todos os clubes do mundo.
A pressão da Nação
- Quando estava na Espanha com o contrato do Flamengo na mão eu já sabia da exigência da torcida. Isso me motiva. Ninguém gosta de ser xingado. Mas a alegria de muita gente depende de nós. Entendemos o protesto. Aqui ninguém relaxa. A obrigação de ganhar é de seis clubes, e só um vai ganhar. Somos obrigados a nos esforçar ao máximo. Sabemos da responsabilidade. O grupo é ambicioso.
Existe pacto pelo título do Brasileiro?
- Ninguém firma pacto sem ter na mão... O que existe é um compromisso máximo dos jogadores. Não tenho nenhuma dúvida. Nos momentos ruins nos reunimos, todos falaram. Tentamos falar com os jogadores que não estão rendendo no seu nível. Pacto foge das nossas mãos. O que existe é compromisso de lutar pelo título até o último segundo. Os maiores ídolos, tirando o Zico, são os que mais se entregaram com raça. Pacto não existe.
Como é jogar sem a torcida?
- Que saudade da Nação... Está sendo atípico. Desde que jogo futebol tinha torcida, nem que fossem 30 pessoas. A gente joga por isso. Quem joga pelada sabe. Esse sentimento a gente perdeu. No meu caso, tenho muita saudade de jogar com a pressão, tanto em casa quanto fora. Jogar contra também é diferente. Esperamos essa vacina logo. Desde pequeno sonhei com a torcida gritando meu nome. Quero ouvir de novo.