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Final da Libertadores: Adílio relembra passagem por Guayaquil e exalta influência do futebol brasileiro

Ídolo e campeão da Libertadores pelo Flamengo, Adílio jogou no Barcelona SC, de Guayaquil, cujo estádio receberá a decisão da Libertadores neste sábado, contra o Athletico

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Lance!
Guayaquil (EQU)
Dia 27/10/2022
19:37
Atualizado em 28/10/2022
07:00

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Depois de fazer história pelo Flamengo, Adílio recebeu uma oferta do Barcelona SC e topou o desafio de defender o clube de Guayaquil na década de 1980. Além do título da Liga de 1989, a passagem do camisa 8 foi marcante pelo estilo de jogo adotado pelo clube desde então. Em entrevista o LANCE!, o ídolo rubro-negro relembrou os momentos na cidade que recebe a final da Libertadores no sábado.

- Foi um momento bom da minha carreira. Tinha saído do Flamengo para o Coritiba e fui para o Equador. Ali, já tinham alguns estrangeiros, argentinos, mas tinha o Toninho Vieira, que eu conhecia do Santos, e foi comigo o Carlos Henrique, ponta esquerda que jogou comigo no Flamengo - afirmou o ídolo do Fla, antes de completar:

- Lembro que estávamos com um time muito bom. Quiñonez na zaga, mas estava faltando o treinador. Pessoal me perguntou se eu tinha um nome para indicar e indiquei o Edu, irmão do Zico. Foi nosso treinador lá e foi muito bom. A passagem foi muito boa, conseguimos ficar na frente do Campeonato e chegamos à Libertadores também.

Adílio
Adílio em entrevista ao LANCE!, na Sede da Gávea (Bruno Vaz / LANCE!)

A Libertadores pelo Barcelona SC foi, inclusive, a última Copa de Adílio. Depois, o meia disputou uma série de partidas, torneios e amistosos por clubes do Brasil. No papo com o LANCE!, o ex-meia relembrou estes casos e lembrou da influência do futebol nacional no Equador, que, nesta semana, está recebendo a final brasileiro. Às 17h de Brasília, sábado, Flamengo e Athletico jogam neste Monumental.

Confira no vídeo acima ou leia algumas das respostas abaixo!

Futebol local e a influência dos brasileiros

"Assim que eu cheguei eu estranhei um pouquinho. Pessoal chegava muito violento, batiam muito. Acostumado a jogar aqui contra equipes que pegavam também, soltava muito a bola rapidamnte e comecei a passar para os amigos que tínhamos que soltar mais rápido a bola. Fazer um trabalho bom de atacar e defender junto. Encaixou e eles gostaram muito. Foi assim que conseguimos ter sucesso no Campeonato e na Libertadores também.

Acredito que é uma situação diferente de hoje. O Barcelona está bem mais estruturado. Eu cheguei e a gente treinava em uma parte do CT que era tudo difícil, mas organizamos, começamos a passar o que tinha que ser feito e o pessoal começou a melhorar cada vez mais. Hoje está em uma situação muito melhor."

Última Libertadores pelo Barcelona de Guayaquil

"Lembro muito bem. Teve um fato curioso. Eu estava na minha casa e o time argentino chegou na cidade. Íamos ter dois jogos com eles. Chegaram no aeroporto e começaram a falar que iam ganhar de 5 a 0, 6 a 0. Eu liguei pro Toninho: "Os caras tão dizendo que vão ganhar de 6 a 0".

"Adílio, quando os argentinos vêm aqui eles falam que ganham e ganham mesmo".

Eu disse que não. "Nós somos brasileiros, pô. A gente saber jogar contra argentino. Vamos reunir todo mundo, conversar porque vai ser uma situação diferente." Fizemos isso, reunimos o grupo, conversamos bastante sobre como jogar com argentino.

Gostam de intimidar, de chegar, gritar. Então, o importante é tocar a bola. Toca e sai. Toca e sai. E assim fizemos. Ganhamos os dois jogos muito bem. Depois fomos para a Argentina e nos desclassificamos. Lá, já viu. Fizeram tudo para tirar nosso time e conseguiram. Empatamos o primeiro jogo e no outro perdemos de 2 a 1."

Mudança de estilo e torcida do Barcelona

"Era muito boa (a relação com a torcida). Na época, a torcida era como se fosse a do Flamengo. Muito intensa, gostavam muito e nosso tinha muita velocidade. Carlos Henrique era um ponta muito veloz. A gente armava muitas jogada para ele ir no fundo, cruzar. Tinha um argentino nato dentro da área. Deitou e rolou com vários gols. Tinha o Quiñonez que era um centroavante forte para caramba. Era até um pouquinho violento, mas a gente começou a conversar com ele e passou a jogar um jogo mais jogado. Se posicionava muito bem dentro da área.

O pessoal gostou do estilo de jogar do Barcelona. Até hoje, vejo eles tocarem bastante a bola."

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