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FLAPRESS: Depois não adianta “culpar” o Malvadão

Enquanto o Flamengo divulga marca bilionária, rivais empenham o futuro do futebol no Rio.

LFF - Liga Forte Futebol
(Foto: Divulgação/LFF)

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Geralmente a história nos reserva dias marcantes para que, no futuro, a verdade possa ser revelada com uma nudez crua e dolorosa.

Em um intervalo de poucas horas, o Flamengo publicou seu balanço do 3o trimestre e a Liga Futebol Forte (LFF), junto com o Grupo União, confirmou a venda de 20% de seus direitos por um prazo de 50 anos.

Enquanto o Flamengo mostrava ao mercado que a marca de R$ 1 bilhão de arrecadação foi superada já no mês de setembro, diversos clubes assinavam uma sentença muito duvidosa sobre seu próprio futuro. Vocês devem estar se perguntando o que isso tem a ver com nós, Rubro-Negros.

Particularmente, o que me importa é a previsão de que o futuro repetirá o passado e o presente. Para que não restem dúvidas - e para que fique registrado - é importante que tamanha irresponsabilidade financeira e uma boa dose de boçalidade clubista fiquem evidentes.

Hoje, senhoras e senhores, 3 clubes do Rio de Janeiro abriram mão de 20% de suas receitas de transmissão pelos próximos 50 anos. Esse movimento foi feito por MENOS de 200 milhões de reais. Nenhum dos clubes foi o Flamengo. No futuro, para que sigamos registrando os passos da história que se desenha, não mais adiantará falar em qualquer tipo de complô. No amanhã, quando as consequências de tais atos se tornarem gritantes diante da frieza de planilhas financeiras, não poderá haver espaço para qualquer esperneio.

Assim como no passado, clubes endividados (incluindo o Flamengo) vendiam seu futuro aos bancos, dizimando com juros suas "cotas de televisão". O movimento atual não é nada além da repetição barata de um filme ruim e danoso à saúde financeira dos clubes. Lembrem-se de cada palavra dita aqui quando disserem logo ali na frente que não há como ser competitivo com tamanha diferença. Ninguém lembra de suas próprias irresponsabilidades quando a urgência pelo dinheiro bate à porta.

Façam um pequeno exercício e reflitam sobre quanta falta farão esses 20% do total dos direitos de transmissão ao longo do tempo. O cadafalso do amanhã foi erguido sob aplausos de boa parte dos torcedores que consideravam que fazer oposição a um rival é mais importante do que pensar no próprio bolso. O futuro é implacável. Os valores, divididos ao longo dos anos, representam menos de R$ 4 milhões. Se tentarmos avaliar com benevolência e multiplicarmos a parcela por cinco, teríamos um projetado de R$ 20 milhões anuais. O dinheiro, meus amigos, ele não aceita desaforos.

Será difícil competir com a realidade e será ingrato, em meio a tantos avisos e registros, culpar o Flamengo Malvadão por assinarem a sua própria condenação financeira de maneira tão açodada. Lembre-se, quando a história virar a esquina, que muitos aplaudiam a oposição pela oposição. Estes são os mesmos que se ocuparão de todo revisionismo histórico e de todo contorcionismo retórico para justificar tamanho absurdo.

Pela última vez, eu digo: registre-se! O Malvadão da Gávea não teve nada a ver com esse malfadado conto de gosto duvidoso que durará MEIO SÉCULO. Os problemas dos rivais foram cavados e assinados pelas mãos deles mesmos, num conto "RobinHoodiano" de baixo orçamento, em um história qualquer para que os bovinos de suas torcidas dormissem sorridentes. Que não ousem culpar o Flamengo!

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