Gramado do Maracanã sofre com calendário, e Flamengo avalia ‘problema sistêmico’
Situação é recorrente, e número de jogos intensifica problemas na grama
O gramado do Maracanã segue sendo um problema recorrente, e a situação parece estar longe do ideal de solução. Em junho deste ano, o Estádio Mário Filho fechou as portas provisoriamente para a implementação das sementes de inverno, e o processo já foi concluído. Entretanto, mesmo com a medida utilizada para tentar melhorar a condição da grama, não houve evolução efetiva. Os jogadores seguem reclamando das condições, que continuam precárias.
Após a paralisação das atividades para a Data Fifa, o Flamengo retornou ao Maracanã no dia 28 de junho, para enfrentar o Aucas, no último jogo da fase de grupos da Libertadores. Ao final do confronto, a reportagem do Lance! questionou o jogador Léo Pereira sobre as condições da grama, e ele continuou criticando, mesmo após a intervenção.
- O gramado continua duro, meio irregular. Mas, se eu falar, a gente vai começar a arrumar desculpas, e a gente não quer isso. A gente quer um time que dê espetáculo para a torcida, que é o que eles merecem. Claro que em alguns momentos atrapalha, mas vida que segue. A gente tem que focar no nosso melhor dentro de campo -, disse o zagueiro.
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Antes da implementação das sementes de inverno e do descanso de cerca de 15 dias para a recuperação do gramado, o técnico Jorge Sampaoli e o atacante Gabigol já tinham feito duras críticas à grama, que não só pode aumentar a incidência de lesões dos atletas, como dificulta o jogo, que gosta de ter a posse da bola.
O assunto 'gramado do Maracanã' também veio à tona nesta segunda-feira (3), durante a coletiva de apresentação de Luiz Araújo. Em entrevista, o vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz, falou sobre o problema sistêmico da grama e sobre a 'incapacidade' de solução do caso.
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- O problema é matemático, não aguenta jogar 90 jogos lá - nem lá e nem em lugar nenhum do mundo. Ou, então, faz o sintético. Já tem três ou quatro times, não sei até onde vai. No sintético é outro esporte, se não tiver um freio nisso, daqui a pouco a gente está com outros. A gente não tem calendário adequado, o Flamengo não suporta, alguém tem que ser penalizado, e infelizmente, são os jogadores do Flamengo, do Fluminense, ou nossos adversários que reclamam bastante. Já vi jogadores de outros times reclamarem muito. É um problema sistêmico, não consegue resolver e não está dentro do departamento de futebol para resolver. Não é do futebol, mas mesmo se fosse, com esse número de jogos, fica impossível.
Quando o tema 'condições do Maracanã' entra em pauta, muito se especula se a utilização de uma grama sintética não seria a melhor alternativa para solucionar o problema. O Flamengo é contra a medida, como explica o diretor executivo de futebol, Bruno Spindel.
- Para reforçar, a posição do Flamengo é contrária aos gramados sintéticos. É outro esporte que é jogado. A gente entende, pelas nossas experiências de pós-jogo, que é prejudicial. O departamento médico pode falar melhor sobre, mas o prazo de recuperação dos jogadores pós jogo no sintético é maior, você tem uma série de intercorrências depois do sintético, e a gente é terminantemente contra. Nas grandes ligas do futebol europeu, o sintético não é permitido. Eu não me lembro de ver na Liga Espanhola, Inglesa, na Liga dos Campeões -, disse.
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Procurado, o Maracanã informa que a avaliação é feita internamente e periodicamente. Já no entendimento da Greenleaf, responsável pela manutenção do gramado, a queda de rendimento já era esperada, mas não nos primeiros jogos da sequência de cinco em 12 dias. As grandes áreas começaram a ter buracos já na segunda partida, por conta da utilização incessante e das novas sementes ainda serem muito recentes.
Como citado pelo próprio Marcos Braz, é praticamente impossível manter um gramado em alto nível com Flamengo e Fluminense o utilizando de maneira incessante. No entanto, existe a expectativa de que novas melhorias sejam realizadas, para que as reclamações diminuam e os jogadores possam se sentir seguros nas partidas no Maracanã.